A Procuradoria Geral da República (PGR) protocolou na manhã desta
segunda-feira (19), por volta de 9h, toda a documentação dos acordos de
delação premiada de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, conforme o G1 antecipou no último sábado (17).
Segundo informações do STF, o material - formado por todos os acordos e
800 depoimentos - foi levado para uma sala-cofre no prédio principal do
tribunal.
Os acordos, firmados no início deste mês, foram assinados por cada um
dos 77 executivos.
Eles foram ouvidos individualmente nos últimos dias.
O material agora está à disposição para análise do ministro Teori
Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF.
Somente o ministro,
assessores e juízes terão acesso ao conteúdo, que ficará trancado.
Como o material foi levado ao STF no último dia antes do receddo do
Judiciário, o ministro Teori tentará o possível para, ainda nesta
segunda-feira, viabilizar um esquema que permita a ele ter condições de
analisar tudo na volta do recesso, em fevereiro, para que possa decidir
nos primeiros dias se homologa ou não os acordos.
Dada a exiguidade de tempo, o ministro quer que juízes auxiliares,
durante o mês de janeiro, analisem e cataloguem tudo e, principalmente,
ouçam os 77 ex-executivos da Odebrecht, na presença dos advogados, e sem
a participação dos procuradores, para que eles confirmem se falaram por
livre e espontânea vontade.
Os novos depoimentos são uma exigência da lei que instituiu a delação
premiada e que o ministro tem seguido em todas as homologações.
A
presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, deve
ajudá-lo na composição da equipe que vai trabalhar durante o recesso.
Nesta fase, o ministro Teori Zavascki, como manda a lei, não analisa o
conteúdo dos depoimentos, mas verifica os aspectos formais dos acordos:
se foi respeitado o direito de defesa, se a redução de pena prometida
está conforme a lei e se não houve coação de nenhum tipo para que os
delatores aceitassem falar.
Se achar que em algum dos 77 acordos falta alguma informação ou se algo
contraria a lei, o ministro pode devolver o acordo para o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Durante toda a Lava Jato, o
ministro só recusou um acordo de delação, pedindo mais informações.
Só depois que os acordos forem homologados é que o procurador-geral da
República vai decidir o que e quais pessoas devem ser investigados.
A delação da Odebrecht é tida, no meio político, como a de maior
potencial para provocar impacto nas investigações, isso porque os
executivos citaram mais de 200 nomes de políticos de diversos partidos.
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