No ano passado, Parauapebas despencou 18 posições no ranking, para a 20ª colocação, mesmo se considerando o fato de que o levantamento divulgado em 2015 tinhas dados de 2013, ano em que a conjuntura econômica ainda não era tão desfavorável, embora se prenunciasse como tal. 

A nota, que foi 16 em 2014, caiu para 11,64.

Evidentemente, a realidade de 2015 — de maneira neutra, sem se embasar em dados caducos e defasados como faz a Exame e companhia para tirar uma “média” dos municípios – era pouco diferente da de 2014. 


Aliás, tinha os mesmos agravantes, mais graves e agravados.

A “Capital do Minério” encerrou 2015 com 44.775 trabalhadores com carteira assinada, o menor volume desde 2012. 

Em 2013, auge da massa empregada no município, eram 49.797 cidadãos com carteira assinada. 

Em dois anos, cinco mil pais de família perderam o emprego, e a tradução desse número em moeda corrente é correspondente a R$ 4 milhões a menos por mês em massa salarial.

Na divulgação de agora, em que a Urban Systems se vale de dados lá de 2014, a queda de Parauapebas foi mais cruel e sua nota foi rebaixada ainda mais: 7,93 — incrivelmente menos da metade de 2014. 

É como se, num abismo de 100 metros, Parauapebas fosse lançado ao solo, mas, antes de chegar, tivesse se enganchado num galho a 17 metros do impacto no chão.

E não há muito o que se possa fazer para brecar essa queda livre. 


A situação do município em 2016, que está para além do ranking da Exame, é uma das mais graves de todos os tempos. 

Com desemprego galopante, a “Capital do Minério” atravessa a maior perda de importância entre os 100 municípios mais dinâmicos do Brasil, em todos os quesitos. 

Mas é na receita onde o calo aperta mais. 

Decorridos praticamente dez meses de 2016, Parauapebas só conseguiu arrecadar 64% do esperado.

Em dezembro deste ano, duas importantes pesquisas nacionais — uma social e uma econômica — vão derrubar a classificação de desenvolvimento do município, considerado um dos que possuem a mais alta qualidade de vida do Estado. 

Isso porque os retornos sociais e investimentos feitos ao longo dos últimos anos não traduziram a contento a quantidade de dinheiro arrecadada por aqui.

No mais, mesmo com números defasados e que ilustram a realidade de dois anos atrás, a pesquisa da Exame converge com as próximas que vêm aí e até com a situação crítica atual: Parauapebas está ficando financeira, social e moralmente pobre, falido e combalido. 


E que se salve quem puder.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

COMENTÁRIO: 

Para mim que não resido mais aí nesta cidade que dei minha parcela de contribuição como um dos seus pioneiros desde março de 1984, esse diagnóstico da situação caótica porque passa Parauapebas, não é nenhuma novidade. 

Sempre tentei alertar a população parauapebense do triste fim que está reservado pare este município, a semelhança de "Serra do Navio em Macapá" que hoje é uma cidade fantasma. 

Parece que ninguém acreditou em mim. 

Agora com a confirmação de tudo que eu andei alertando sobre o melancólico fim da decadente "Capital dos Minérios", quem for mais cauteloso e inteligente, vai procurar urgentemente fazer o caminho de volta para a sua cidade de origem, ou então, procurar outras cidades do Brasil onde possa se estabelecer  o mais rápido possível, para não correr o risco de quando tomar a decisão de abandonar o "barco nas águas turvas" do rio Parauapebas que está sumindo a cada dia, ficar tão somente ouvindo o ladrar dos "cães", enquanto a caravana vai passando diante de seu olhar patético.


Valter Desiderio Barreto. 

Direto de São Paulo, para o resto do mundo.