Para líder do PMDB, plenário da Casa pode afastar presidente interino.
Líderes tentam convencer Waldir Maranhão a renunciar para manter mandato.
Os líderes de PT, PC do B e PDT – que são contrários ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff – não participaram do encontro.
As lideranças da oposição estão revoltadas com o parlamentar maranhense por conta do ato que ele editou nesta segunda-feira (9), sem consultar os deputados, tentando anular a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara.
Na madrugada desta quarta, diante da repercussão negativa de sua decisão, Maranhão revogou o próprio ato.
Os líderes do PMDB, do PP e do PPS relataram que uma das possibilidades sob análise é tentar convencer Waldir Maranhão a renunciar ao posto de primeiro vice-presidente em troca de acordo para evitar a cassação de seu mandato pelo Conselho de Ética.
Nesta segunda (9), DEM e PSD protocolaram uma representação no colegiado para que seja aberta investigação sobre suspeita de abuso de poder no ato que tentou anular a sessão do impeachment.
Nesta hipótese, o segundo vice-presidente da Casa, deputado Fernando Giacobo (PR-PR), assumiria interinamente a presidência da Câmara.
Até mesmo os colegas de Waldir Maranhão no PP querem a saída dele do comando da Câmara.
Na manhã desta terça, uma reunião da bancada progressista discutiu a situação do presidente em exercício da Casa.
Ao final do encontro, definiu-se que o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) irá tentar convencer Maranhão a renunciar ao cargo de primeiro vice-presidente para que ocorra uma nova eleição para o posto.
O PP disse que vai aguardar uma resposta do deputado maranhense até esta quarta (11).
O líder do PP na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), disse que os integrantes de sua bancada decidiram pedir à executiva nacional do partido a instauração de um processo de expulsão de Waldir Maranhão.
A cúpula do PP poderá instaurar ainda na tarde desta terça o processo de expulsão de deputado do Maranhão.
Se o presidente em exercício aceitar renunciar ao comando da Câmara, a penalidade aplicada pelo PP pode ser mais branda, advertiu Ribeiro.
O
presidente interino da Câmara dos Deputados chega à Câmara sem
responder a perguntas de jornalistas após revogar a própria decisão
sobre a votação do processo de impeachment (Foto: Wilton Junior/Estadão
Conteúdo)
Saiba mais:
Plenário
Outra opção discutida pelos líderes oposicionistas é o próprio plenário da Câmara afastar Waldir Maranhão da primeira vice-presidência.
Neste caso, Giacobo também assumiria o comando da Casa.
Segundo o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), neste momento, Fernando Giacobo tem uma relação melhor a Casa.
"Na casa legislativa, o plenário é soberano.
Acho que há fundamento para o plenário, se tiver maioria, decidir.
Pode decidir afastá-lo da posição de interino.
Tirá-lo das funções de vice-presidente", disse Picciani.
Ao chegar a Câmara na manhã desta terça cercado por seguranças, Waldir Maranhão não quis falar com a imprensa sobre a decisão de revogar o ato que tentava anular a sessão do impeachment.
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