O pedido foi divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais.
Mineradora quer usar 2 cavas da mina em Mariana para depositar material.
Barragens de Germano e Fundão, da Samarco, em Mariana (Foto: Reprodução/TV Globo)
O pedido foi pré-formalizado nesta quarta-feira (24), na Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana (Supram).
O rompimento da barragem de Fundão, que pertence à mineradora Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e afetou outras localidades, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce.
Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo.
O desastre ambiental é considerado o maior e sem precedentes no Brasil. Dezessete pessoas morreram e duas estão desaparecidas.
A Polícia Civil indiciou e pediu a prisão preventiva de sete pessoas, sendo seis executivos da Samarco e um da VogBR, por 19 homicídios.
A Justiça ainda não respondeu sobre os pedidos de prisão e nem sobre o indiciamento.
Desde o dia 6 de novembro de 2015, um dia após o rompimento de Fundão, a Samarco está com as atividades na mina de Germano suspensas pela Semad.
De acordo com a Semad, estudos técnicos foram pedidos à mineradora para embasar a decisão do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), que deve avaliar o pedido.
O G1 procurou a Samarco e aguarda retorno.
Segundo o documento apresentado à secretaria, ao qual o G1 teve acesso, a mineradora descreve o pedido como mudança de atividade licenciada de lavra para disposição de rejeitos.
O volume total a ser transportado de Fundão para as cavas de Germano e Alegria Sul é de R$ 12 milhões de metros cúbicos.
De acordo com o pedido da Samarco, o rejeito fino, que tem mais água, seria transferido para a cava de Alegria Sul, e o rejeito arenoso, mais sólido, seria transportado para a cava de Germano. Esta transferência do rejeito será feita, se aprovada, com uso de tubulação e sistema de bombeamento.
Ainda de acordo com a descrição da atividade feita pela Samarco à secretaria, a cava de Alegria Sul precisa ser previamente preparada para receber este material.
Suspensão das atividades
A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais suspendeu as atividades da Samarco em Mariana no dia 6 de novembro de 2015 diante do "grave e iminente risco para novas vidas humanas, para o meio ambiente e recursos hídricos".
A empresa não pode operar a mina de Germano, de onde extrai minério de ferro, até que repare todos os danos causados pelo rompimento de duas barragens na última quinta-feira (5).
Durante o período de embargo, a Samarco só poderá fazer ações emergenciais, que minimizem o impacto do rompimento e previna novos danos.
Carros
e destroços de casas eram vistos em meio a lama após o rompimento de
uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco no Distrito de Bento
Rodrigues, no interior de Minas Gerais (Foto: Felipe Dana/AP)
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