Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Interpol traz da Tanzânia mãe e padrasto do menino morto em SP

Ezra Finck tinha 7 anos quando foi achado no freezer do apartamento.
Crime foi cometido em setembro de 2015 e casal preso em novembro.

Do G1 São Paulo
O corpo do menino Ezra foi encontrado um dia depois de os pais deixarem o Brasil (Foto: TV Globo/Reprodução) 
O corpo do menino Ezra foi encontrado um dia depois de os pais deixarem o Brasil (Foto: TV Globo/Reprodução)
 
A mãe e o padrasto do menino Ezra, encontrado morto em um freezer em setembro do ano passado, chegam ao Brasil na tarde desta sexta-feira (26).

Eles foram presos pela Interpol na Tanzânia em 25 de novembro. 

Com a prisão, foi iniciado o processo de extradição dos procurados Lee Ann Finck e Mzee Shabani para o Brasil. Em São Paulo, o casal poderá ser julgado pelas autoridades brasileiras, informou a Polícia Federal.


Lee Ann Finck e Mzee Shabani estão sendo escoltados pela Interpol e desembarcarão no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Eles passarão pelo posto da PF no aeroporto e depois seguirão para a superintendência regional da PF em São Paulo, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, onde ficarão à disposição da Justiça, neste caso da 1ª vara do júri.

O casal será acompanhado pelo delegado federal Valdecy Urquiza Júnior, chefe da Interpol no Brasil. 

O crime
 
Ezra Liam Joshua Finck tinha 7 anos e foi encontrado morto em 4 de setembro no freezer da casa onde morava com a mãe, a sul-africana Lee Ann Finck, de 29 anos, o padrasto, o tanzaniano Mzee Shabani, de 27 anos, e duas irmãs, no Centro de São Paulo.

Câmeras do Aeroporto de Guarulhos registraram o casal deixando o país com as duas filhas em 3 de setembro.

O menino foi enterrado quase um mês depois do crime, em 29 de setembro, sem velório ou qualquer outro tipo de cerimônia.

Os foragidos foram encontrados em Bagamoyo, na região costeira do país.

A Interpol de São Paulo havia inserido, a pedido da Justiça, o nome do casal na “difusão vermelha”, onde estão foragidos internacionais.

Enterro e missa

O corpo do garoto ficou 25 dias no necrotério do Instituto Médico-Legal (IML). 

A demora ocorreu porque os parentes próximos da vítima, que poderiam liberar o cadáver e cuidar dos ritos fúnebres, vivem na África do Sul.

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância), através seu escritório nacional, em Brasília, havia encaminhado um pedido à embaixada daquele país para ajudar na localização de familiares.

O vice-cônsul sul-africano Thabo Sedibana informou, porém, que as buscas não tiveram êxito e liberou o enterro do garoto. 

A Secretaria da Segurança Pública afirmou, em nota, que, depois do aval do consulado, tomou a iniciativa de enterrar o menino “pois nenhum parente se comprometeu a se responsabilizar pelo corpo”.

Uma missa foi feita em homenagem ao menino Ezra no cemitério da Vila Formosa, no dia 5 de outubro. 

Na missa, estavam presentes o secretário de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, a Arquidiocese de São Paulo, a Pastoral da Menor e representantes do consulado da África do Sul. 

A cônsul geral da África do Sul, Mmaikeletsi Dube, disse que "é importante salientar que não é assim que o povo sul africano trata suas crianças".

Quando foi enterrado, o túmulo de Ezra, nascido na África, tinha apenas uma coroa de flores com a frase “Descanse em paz”, que foi dada pelo IML. 

A Arquidiocese de São Paulo e o secretário Eduardo Suplicy reclamaram de não ter sido avisados sobre o enterro de Ezra.

Integrantes do consulado da África do Sul em São Paulo na missa (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)Integrantes do consulado da África do Sul em São Paulo na missa (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)
 
Prisão decretada

A Justiça de São Paulo decretou em 15 de setembro a prisão da mãe e do padrasto. Segundo uma testemunha, o padrasto  e Mzee Shabani confessou, por telefone, que a mãe do menino, Lee Ann Finck, “se excedeu e matou a criança e que ela estaria dentro de um freezer. Disse, por fim, antes de desligar o telefone, que fugiram para a África”.

A juíza que cuida do caso, Ana Helena Rodrigues Mellim, justificou o pedido de prisão preventiva dizendo que "os investigados têm em seu poder mais duas crianças de pouca idade e que podem sofrer a mesma absurda violência pela qual passou esse menino antes de ser morto por quem tinha o dever de protegê-lo".

Imagens de câmeras de segurança do prédio onde morava a família mostram que, no dia 28 de agosto, o freezer foi carregado da loja de doces de Mzee, que ficava no térreo do prédio, até o apartamento deles. 

Seis dias antes, no dia 22, as mesmas câmeras registraram o Ezra entrando no hall do prédio e, em outro momento, cumprimentando um vizinho.

Veja abaixo a imagem do padrasto e da mãe de Ezra com as duas filhas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, um dia antes do corpo do menino ser encontrado:

Freezer é carregado para dentro de apartamento no Centro de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)Freezer é carregado para dentro de apartamento no Centro de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)
 
Histórico de problemas

O Conselho Tutelar informou que Ezra foi atendido em junho de 2014 após receber denúncia que a criança apresentava sinais de espancamento. 

A mãe declarou, segundo o conselho, que batia "no intuito de educar, e não machucar".

No mesmo ano foi concedida uma liminar de acolhimento, suspendendo o convívio familiar de Ezra com o padrasto e a mãe. 

Em 15 de janeiro deste ano, o juiz Rodrigo Vieira Murat permitiu o retorno do menino ao convívio com o casal e determinou que o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) acompanhasse a família por seis meses.

O desembargador do Tribunal de Justiça, Antônio Carlos Malheiros, disse que o menino foi acompanhado durante seis meses e depois devolvido à família após pedido da criança.

Prédio onde menino foi encontrado morto dentro de uma geladeira, no Centro de São Paulo (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)Prédio onde menino foi encontrado morto dentro de um freezer no Centro de SP (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)
 

Nenhum comentário:

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...