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domingo, março 09, 2014

MARIA CARAJÁS: SÍMBOLO DAS MULHERES GUERREIRAS DE PARAUPEBAS, DO PARÁ, DO BRASIL E DO MUNDO

Uma história que nunca foi contada.
 
Maria Alcântara: Símbolo de luta e coragem.



Maria Alcântara nasceu em Itapetinga, estado da Bahia no ano de 1951, tendo como pai, Benedito José de Alcântara, sua mãe chamava-se Ricardina Rosa de Jesus, que tiveram mais sete filhos todos do sexo masculino. 


Como filha de agricultores, cultivou também o amor pela agricultura casando-se também com um agricultor de nome Milton Pereira Nunes, tendo com o mesmo um casal de filhos. 


Maria e seu esposo, para garantirem a sua sobrevivência foram trabalhar na propriedade rural do Fazendeiro Alfredo Manoel Fernandes. 


Não demorou muito, o casal foi convencido por seu patrão e transferir para uma de suas fazendas do estado do Pará, conhecida como “Fazenda Carajás” no ano de 1986, cujo acesso da mesma é a estrada que liga o município de Parauapebas a fazenda Rio Branco. 


Naquela época, Parauapebas ainda pertencia ao município de Marabá.


O fazendeiro Alfredo Manoel Fernandes, também era um dos membros do “Grupo Paragominas”.  


A extensão de terra da “fazenda Carajás” era de 1300 alqueires, sendo que somente 300 alqueires eram tituladas. 


Situação que levou o INCRA e o INTERPA a desapropriar toda a propriedade do fazendeiro para cumprir com o programa de reforma agrária em benefício dos “Sem Terra” que a época já reivindicavam a área. 
 

Em 2002, começou a entrega dos lotes aos “Sem Terra”, a partir desse momento uma injustiça foi cometida contra Maria Alcântara, que passou a ser chamada de "Maria Carajás" pela ligação que tinha com a fazenda onde trabalhava, seu esposo e seus dois filhos.


Depois de trabalharem 18 anos na área de desapropriação sem ter salários e sem nenhuma assistência médica dada pelo seu patrão, que inclusive não cumpriu a promessa de ter lhe entregue uma área de terra como parte do acordo para deixar a sua terra natal para trabalhar com ele na sua fazenda, foi expulsa da sede da fazenda pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais, pelo INCRA e pelos “Sem Terra”, sem ao menos respeitarem o estado físico do esposo da Maria que naquele mesmo ano havia amputado uma de suas pernas e não tinham para onde ir.


Começa agora a grande batalha solitária da baiana guerreira para adquirir seus direitos que não estavam sendo respeitados por quem deveriam preservá-los.

Seu esposo com a perna amputada precisando de assistência constante, seus dois filhos menores que também precisavam de sua atenção e assistência, só lhe restava apelar pela misericórdia de Deus. 


Mas ela não se entregou, lutou bravamente contra os “poderosos” (INCRA, Sindicato dos Trabalhadores de Parauapebas, “Sem Terra” e um dos filhos do seu ex-patrão covarde, falso e traidor). 


Para fugir da responsabilidade de pagar a indenização de seus direitos trabalhistas de 18 anos de serviços prestados em sua fazenda, seu ex-patrão Alfredo Manoel Fernandes, transferiu de forma fraudulenta o seu domicílio residencial para o município de Redenção, para fazer com que as autoridades que acompanhavam o desenrolar do imbróglio criado pelos irresponsáveis “Sem Terra”, INCRA, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Parauapebas e seu ex-patrão, desacreditassem da idoneidade da única vítima da safadeza e covardia dessa corja de bandidos travestidos de instituições e pessoas honestas, que era a Maria Alcântara sendo que nos seus 18 anos de fixação de residência no município de Parauapebas, nunca havia pisado naquele município.


Essa heroína anônima e guerreira solitária, ainda tinha que conviver com as constantes ameaças de morte dos seus algozes contumazes, como também tinha que comparecer constantemente a presença do delegado de Polícia para responder acusações mentirosas que eram feitas contra ela.


Os “Sem Terra” inclusive chegaram a tocar fogo no pasto com as poucas criações que a família tinha para garantir-lhe seu sustento, como Maria não se intimidara com essa ação criminosa, resolveram então, colocar o resto das criações para fora do pequeno pasto e com arma de fogo em punho, um dos “Sem Terra” ameaçou mãe e filho de morte.


Nesse momento foi que Maria percebeu o perigo iminente que ela e os demais membros de sua família estavam correndo, procurou o delegado de Polícia e fez a denúncia das constantes ameaças de morte que estava sofrendo por grupos dos “Sem Terra”, ato contínuo, o delegado designou agentes policiais para apurar os fatos relatados pela denunciante em sua propriedade.


Só a partir desse momento foi que a autoridade policial descobriu que tudo o que estava acontecendo com Maria Carajás, não passava de armação dos “Sem Terra”, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e demais indivíduos inescrupulosos, que usando de calúnia, difamação e injúrias, tentavam denegrir a imagem daquela agricultora que simplesmente desejava ter o seu pedacinho de terra para trabalhar e produzir alimentos para o seu sustento e de sua família. 


Após se sentir segura juntamente com sua família, depois que a autoridade policial tomou as devidas providências para garantir a segurança de Maria e de seus familiares, ela resolveu procurar o INCRA em Brasília, lá chegando passou a relatar tudo o que estava acontecendo com ela e seus familiares, inclusive apresentando todos os documentos de registros de trabalhadores da fazenda, livro-caixa onde era registrado o movimento financeiro da mesma.


As autoridades do INCRA em Brasília convencidas da honestidade e transparência garantiram-lhe o mesmo direito dos “Sem Terra” a ter seu pedaço de terra como questão de justiça por tudo o que já havia passado.


Ao retornar de Brasília, fundou uma associação com os antigos trabalhadores da fazenda Carajás, a ASTRACA – “Associação dos Trabalhadores Rurais da Carajás”, através desta associação Maria conseguiu através do INCRA a liberação de 23 lotes de terra cada um medindo 7 alqueires, e na sua atitude nobre distribuiu 20 dos lotes, a 20 famílias. 


Graças ao seu espírito de luta, não só por ela, mas também pelo seu próximo, hoje ela é proprietária de uma pequena propriedade rural de onde ela tira seu sustento da terra e reparte com quem não tem.


Seu esposo já não está com ela, já se foi para a eternidade, seus filhos hoje adultos e donos de suas próprias vidas. 


Ana Meire é professora da rede de ensino municipal e estadual, formada em Pedagogia, seu filho conhecido por “Bira” herdou a vocação dos pais, trabalha e tira seu sustento e de sua família de sua pequena propriedade rural.  


Sempre rodeada pelos seus filhos, amigos e seus quatro netos, esbanja sua alegria e felicidade por se sentir útil aos seus semelhantes.


Essa grande heroína e guerreira valente, que não recua diante de seus objetivos e ideais, MARIA CARAJÁS, foi selecionada por este Blog para representar todas as mulheres de Parauapebas, do Pará, do Brasil  e do mundo que têm histórias semelhantes a sua, neste DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES, parabenizando-as todas, pelo que representam para a história da humanidade. 



Tenho certeza absoluta que em Parauapebas não existe nenhuma mulher que tenha história semelhante a dessa mulher valente e guerreira, que ontem, eu e minha esposa GINA MIKAWA BARRETO, tivemos a honra de fazer-lhe uma visita,  e juntos comemoramos a data alusiva ao "Dia Internacional da Mulher", principalmente àquelas que em Provérbios de Salomão 31: 10, merecem destaque especial. 



"Mulher virtuosa quem a achará? 

O seu valor muito excede ao de rubis".  



E para completar a homenagem feita a nossa ilustre personagem, que reside na zona rural a 16 quilômetros da sede deste município na estrada que dá acesso a "Fazenda Rio Branco", esteve presente as amigas de longas datas da nossa heroína até então anônima, IVONE DE SOUZA PEREIRA, CLAUMILDES SOUZA DO NASCIMENTO E ROSILENE DA SILVA PEREIRA,  que podem confirmar tudo o que expomos a respeito da vida desta LENDA VIVA, representante das mulheres guerreiras e valentes do município de Parauapebas, conhecida carinhosamente por MARIA CARAJÁS.



Maria "Carajás" recebendo das mãos de Gina Mikawa este lindo jarro ornamental

As amigas IVETE, CLAUMILDES, MARIA E ROSILENE

GINA MIKAWA, IVETE DE SOUZA, ROSILENE DA SILVA, MARIA "CARAJÁS" E CLEUMILDES SOUZA


Texto e fotos do Jornalista e blogueiro Valter Desidério Barreto.

 

COMENTÁRIOS:

 


Gaspar Ordemiro Carvalho  
Dona Maria Carajás tem uma linda história de luta como agricultora aqui no nosso município. 
Sua história deveria se transformar em um documentário junto com a da professora Estela Noemy Borges. 
Essas duas são os verdadeiros símbolos de mulheres guerreiras de Parauapebas. 
Elas são os verdadeiros exemplos de dignidade e renúncia a favor dos menos favorecidos em nossa cidade. 
Uma representa a luta em favor dos agricultores do nosso município, e a outra representa a dedicação a educação do ser humano na sua fase de criança. 
Parabéns as duas mais ilustres mulheres de Parauapebas !


Falou tudo e mais um pouco amigo Gaspar ! 
 
Mas por incrível que pareça, nos eventos criados no município para homenagear mulheres, essas duas nunca foram lembradas pelos responsáveis por tais homenagens.

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