BISPO DO LUXO: DA POLÊMICA À RENÚNCIA |
Cidade do Vaticano, 26 março 2014
(AFP) – O papa Francisco
aceitou a renúncia do bispo de Limburgo (Alemanha), Franz-Peter Tebartz van
Elst, conhecido como o ‘bispo do luxo’, anunciou o Vaticano. A Santa Sé
explica em um comunicado que “a situação na diocese de Limburgo impede o
exercício fecundo de seu ministério”. O sumo pontífice aceita portanto a renúncia
apresentada em 20 de outubro pelo religioso, que foi substituído
provisoriamente por um vigário geral.
“O Santo Padre pede ao clérigo e aos
fiéis da diocese de Limburgo que recebam as decisões da Santa Sé com docilidade
e que se esforcem para recuperar um clima de caridade e de reconciliação”,
afirma o Vaticano em um comunicado.
Interior da capela particular – Fonte: Reprodução/Rhein |
Há alguns meses, uma
polêmica explodiu sobre o financiamento da reforma do centro diocesano de
Limburgo. Os gastos de 31 milhões de euros (43 milhões de dólares), ao invés dos
seis previstos inicialmente, provocaram um grande escândalo na
Alemanha. Uma comissão de investigação foi nomeada pela Igreja da Alemanha
para apresentar um relatórios sobre os gastos da diocese. A comissão se
reuniu em oito ocasiões, a partir de outubro de 2013, às vezes durante vários
dias seguidos, e entrou em contato com várias testemunhas.
Centro diocesano da diocese de Limburgo – Fonte: Reprodução/Público |
O presidente da
Conferência Episcopal da Alemanha, Robert Zollitsch, entregou o relatório no
início de março ao cardeal Marc Ouellet, chefe da Congregação para os Bispos,
no Vaticano. Após a renúncia, o bispo foi convidado pelo papa Francisco a
deixar a diocese, administrada em sua ausência por um vigário geral. Nesta
quarta-feira, o Vaticano nomeou o monsenhor Manfred Grohe para dirigir a
diocese como administrador apostólico.
Franz-Peter Tebartz van Elst – Fonte: Reprodução/Arne Dedert |
De acordo com a
imprensa alemã, o relatório da comissão que investigou o caso é devastador para
aquele que passou a ser chamado de “bispo bling bling” por seus erros de
gestão. O caso gerou muita polêmica na Alemanha, no momento em que o papa
defende uma Igreja mais humilde.
No país, a Igreja
Católica (como a evangélica) se beneficia de um imposto de culto: emprega
muitas pessoas, administra vários bens e associações sociais, educativas e de
saúde, incluindo nos países em desenvolvimento.
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