Educadora utiliza rede social para questionar incidente de quinta-feira (21).
Segundo a diretora, que teria levado socos, dor física é a menor delas.
Os
alunos da escola João Kopke fizeram um cartaz escrito "Violência não"
na manhã desta segunda (25), após diretora ter sido agredida por aluno.
(Foto: Isabela Marinho / G1)
"O corpo dói. Mas a dor vai passando com gelo, analgésico, remédios... O coração, este fica tão apertado que parece que sobra espaço em torno dele de tão pequeno. Este espaço é preenchido com dor. Que não tem remédio", postou.
Educadora desabafou no Facebook em postagem
feita no último sábado (23): 'perdemos o chão'.
(Foto: Reprodução da internet/Facebook)
feita no último sábado (23): 'perdemos o chão'.
(Foto: Reprodução da internet/Facebook)
Na manhã desta segunda-feira (25), alunos da escola fizeram um cartaz escrito "Violência não". De acordo com a mãe de uma aluna de 13 anos, identificada apenas como Aline, a diretora tenta "melhorar o ambiente" da escola desde que chegou. Segundo a jovem, antes de o aluno agredir a diretora, uma briga entre dois jovens, na semana retrasada, movimentou a escola.
"Minha filha me contou que um aluno jogou pedra em outro, que revidou", disse. A mãe ressaltou ainda que o consumo de drogas no entorno da escola é comum.
Jennifer foi aluna da escola há cinco anos e seu irmão estuda na instituição atualmente. Segundo ela, naquela época, já havia presenciado a tentativa de agressão de um aluno à mesma diretora.
"Acho que é porque ela quase não fica na escola. É difícil encontrá-la aqui. E quando chega quer botar moral e não consegue", afirmou a ex-aluna. De acordo com Jeniffer, o irmão dela costuma comentar que "a pancadaria" na escola é frequente.
Para uma professora da escola, que não quis ser identificada, a afirmação da ex-aluna de que Leila seria omissa é uma inverdade. "Ela é muito dedicada e fica na escola além do horário."
Segundo ela, a diretora subiu para ver o que estava acontecendo no corredor e o aluno estava dando uma gravata "de brincadeira" em um colega. O rapaz deu um empurrão e xingou a professora, que disse que chamaria o responsável do aluno. Foi quando ele deu um soco na diretora.
Medo
A professora disse ainda que os professores estão com medo, porque o aluno fez ameaças de que caso fosse expulso, voltaria para matar todo mundo.
A mãe de uma outra aluna, que não quis se identificar, chegou na porta da escola por volta de 11h20, preocupada.
"Recebi a ligação de uma amiga me dizendo que o aluno que agrediu a diretora é morador do Morro do Urubu e que os traficantes viriam à escola pegar a diretora. Não sei o quanto disso é verdade, mas fiquei com medo e vim aqui ver. Fiquei tranquila quando vi que as portas da escola estão trancadas e que as coisas estão calmas", contou.
Segundo nota da Polícia Civil, a vítima procurou a delegacia informando ter sido agredida por um aluno de 15 anos. O menor foi ouvido e a vítima encaminhada para exame de corpo de delito. De acordo com a delegada Cristiane Carvalho, da 24ª DP (Piedade), a vítima compareceu à delegacia sem apresentar lesões externas, contudo, foi encaminhada ao IML para averiguar lesões internas, no ouvido.
Ainda segundo a polícia, na delegacia, o aluno contou que agrediu Leila após a diretora do colégio o repreender por ele não voltar à sala após o intervalo de aula.
A Secretaria Municipal de Educação esclareceu, em nota, que não admite este tipo de conduta nas escolas da Prefeitura do Rio e já aplicou o Regimento Escolar Básico do Ensino Fundamental ao caso, com a transferência do aluno para uma outra unidade.
"É triste e lamentável. Não admitimos qualquer tipo de violência nas nossas escolas", declarou a secretária de Educação, Claudia Costin.
De acordo com a Polícia Civil, o caso foi enviado a Vara da Infância e Juventude e foi registrado na 24º DP (Piedade).
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