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segunda-feira, janeiro 21, 2013

Vale e ICMBio doam harpias para programa de reprodução no Paraná (com fotos)
















A parceria entre Parque Zoobotânico Vale (PZV) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) tornou-se reforço importante ao Programa de Conservação do Gavião-real (PCGR), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Nesta segunda-feira (21), duas fêmeas de harpia serão destinadas ao Criadouro de Animais Silvestres da Itaipu Binacional (CASIB), localizado próximo à barragem da usina, no Paraná, onde é desenvolvido um projeto de reprodução de harpias. Elas estavam sob os cuidados da equipe técnica do Parque Zoobotânico Vale (PZV) desde 2011 quando vieram encaminhadas pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de Marabá, provenientes de apreensão em Tucuruí, onde estavam sendo criadas por moradores. "As harpias chegaram com penas opacas e estavam muito magras, certamente devido à alimentação inadequada. Elas receberam ajuste nutricional, além de suplementação para recuperar a condição corporal", relata André Mourão, supervisor do PZV.  
De acordo com Mourão a prática de caça e criação de animais silvestres é bem comum e suas consequências são graves. "Ao criar um animal silvestre em cativeiro, a pessoa prejudica o meio ambiente e coloca em risco sua saúde. Há inúmeras doenças que podem ser transmitidas do animal para o homem e que, apenas com conhecimento técnico podem ser identificadas. No caso da harpia, ainda há o perigo de ataque, podendo gerar ferimentos graves em quem convive com ela", alerta. Também conhecida como gavião-real, a harpia é uma das maiores aves de rapina do planeta e chega a medir 2,5m de uma ponta a outra da asa. Devido à invasão das áreas onde vive, tornou-se raro na natureza. De acordo com o chefe da Floresta Nacional de Carajás, Frederico Drummond, ela está no topo da cadeia alimentar e desempenha papel ecológico importante no controle de espécies de mamíferos. "A sua presença indica que o ambiente está ecologicamente equilibrado, ou seja, sua preservação demonstra uma floresta preservada. Contudo, o desmatamento, a extração madeireira, a caça e a biopirataria prejudicam severamente esta espécie. Para reverter este quadro, toda estratégia para conservação da espécie é muito bem vinda", destaca Drummond. 
Trabalho contínuo
Mensalmente o Parque Zoobotânico Vale recebe em média oito animais provenientes de apreensões do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ou de entregas voluntárias feitas ao ICMBio no Pará. São mamíferos, répteis e aves, sendo estas as maiores vítimas de criadores e caçadores ilegais. Em 2012 o raro e ameaçado de extinção uiraçu-falso, da família do gavião-real, recebeu um intenso tratamento para se recuperar dos maus tratos sofridos por um caçador em Tucuruí. Após um mês de tratamento foi transferido para uma unidade conservacionista em Minas Gerais, já que perdeu a capacidade de voar por conta dos danos sofridos na asa.
Os animais que perderam a capacidade de sobreviver na natureza são destinados a outros Parques e criadouros legalizados. Permitida por Lei, a permuta desses animais apresenta-se como solução para algumas espécies, pois passarão a ser acompanhados por especialistas e a integrar programas conservacionistas. A permuta com outros Parques já rendeu ao PZV grandes conquistas, como o caso da troca de um urubu-rei macho por uma fêmea do Paraná, o que possibilitou a reprodução em cativeiro dos casais de ambos os Estados em 2010.



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