Instalação artística quer conscientizar sobre poluição e resgatar cultura.
Visitantes podem fazer travessia em Campina Grande até domingo (20).
Visitante faz travessia sobre ponte feita de garrafas plásticas no Açude Velho, em Campina Grande
(Foto: Karoline Zilah/G1)
(Foto: Karoline Zilah/G1)
Fernando ficou surpreso com número de garrafas
usadas por dia na cidade (Foto: Karoline Zilah/G1)
usadas por dia na cidade (Foto: Karoline Zilah/G1)
Para o adesivador Fernando de Lima Filho, a experiência foi emocionante porque antes de começar a caminhar na estrutura ele pensou que poderia afundar, mas quando fez a travessia percebeu que poderia confiar. "É importante porque, se a quantidade de garrafa que a população usa por dia é suficiente para construir uma ponte, imagina o que dá pra fazer com o que é acumulado em um ano", falou.
Segundo Nivaldo Rodrigo, artista envolvido no projeto, a quantidade de garrafas usadas é aproximadamente o que se consome em refrigerantes por dia na cidade. "Quando você entra no açude se conscientiza sobre o que está fazendo, que é caminhar sobre a água suja com o suporte de garrafas pet. Você tem outra perspectiva diferente do cartão postal da cidade", explicou.
A instalação foi montada com a inspeção do Conselho Regional de Engenharia (Crea) e as visitas acontecem sob a monitoria diária de uma equipe do Corpo de Bombeiros. O material utilizado foi arrecadado com a ajuda de alunos de escolas públicas, catadores e uma empresa de reciclagem. O projeto recebeu um financiamento de R$ 40 mil do Fundo de Incentivo à Cultura, do governo estadual, e todo o material será reaproveitado no final. As garrafas serão devolvidas aos catadores, as madeiras usadas no suporte serão trabalhadas em oficinas de xilogravura e as grades serão reutilizadas em oficinas de escultura.
Francisco Júnior observou e pretende fazer o trajeto
(Foto: Karoline Zilah/G1)
(Foto: Karoline Zilah/G1)
Segundo Nivaldo Rodrigo, outro objetivo da intervenção artística no açude é resgatar a cultura da cidade e relembrar Roldão Mangueira, fundador da casa de caridade Jesus do Horto, em Campina Grande. Ele explicou que em 1979 o líder religioso anunciou à comunidade que o mundo teria data para acabar e surgiu uma série de boatos de que ele iria caminhar sobre as águas do açude, o que nunca aconteceu. A ideia do coletivo atualmente é desmistificar as más impressões criadas sobre Roldão Mangueira e homenageá-lo, criando uma ponte que, enfim, permitiria a travessia sobre as águas.
Dayanne Santos participa do projeto como voluntária
(Foto: Karoline Zilah/G1)
(Foto: Karoline Zilah/G1)
Segundo os organizadores, as visitas poderão ser feitas até domingo (20). O prazo foi recomendado pelo Crea devido ao tempo de utilidade das garrafas pet, para que não haja risco da estrutura afundar. Ao final do período, os organizadores pretendem encaminhar à prefeitura um abaixo-assinado feito pelos visitantes para cobrar a revitalização e projetos de combate à poluição do Açude Velho.
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