Em telefonemas gravados em maio de 2011, Carlinhos Cachoeira e Idalberto Matias de Araújo falam de vários partidos pequenos e citam nome de presidente nacional do PRTB.
As investigações da Operação Monte Carlo da Polícia Federal mostraram que o bicheiro Carlinhos Cachoeira tentou negociar a compra de um partido político.
O bicheiro Carlinhos Cachoeira recebeu nesta terça-feira (1º), no presídio da Papuda em Brasília, a visita da mulher dele, Andressa Mendonça, e de um irmão.
De acordo com novas gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal, e publicadas nos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, Cachoeira teria tentado comprar um partido político. Em telefonemas gravados em maio de 2011, Cachoeira e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, apontado como um dos principais auxiliares do bicheiro, falam de vários partidos pequenos e citam o nome de Levy Fidelix, presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, o PRTB.
Dadá - E o PRTB? Também o pessoal diz que tem jeito de conversar com eles aí de Goiás.
Cachoeira - É uma boa, né? Vê com eles se a gente consegue pegar aqui.
Dadá - Aí lá é o Levy Fidelix, o presidente. Aí os meninos têm que ligar lá pra ele vir aqui pra Brasília pra conversar com ele aqui.
Cachoeira - Eu vou ‘praí’. Vê com ele, ‘tá’ bom?
Três dias depois, Cachoeira e Dadá conversam sobre valores que seriam pagos a um partido, mas não fica claro se é o PRTB.
Dadá - Aquele valor que eu falei ‘procê’ já aumentou, entendeu? Falou que era 200, passou pra 300.
Cachoeira - Que que é isso? Os caras tão roubando. Que garantia que tem?
Dadá - O presidente vem e faz tudo e vai para o TRE. Resolve tudo. Isso aí, o cara fica com o estado todo na mão, né? Aí ele nomeia os municipais. Foi o que ele me falou.
Cachoeira - Oferece 150. Até 200 dá pra fazer, mas tem que ter garantia, né Dadá?
Dadá - Falou, então.
Uma semana depois, o auxiliar de Cachoeira dá a entender que vai se encontrar com Fidelix.
Cachoeira - Conseguiu falar com o Fidelix?
Dadá - Ele ‘tava’ no, ‘tá’ no Paraná, ‘tá’ chegando dez horas. Colega vai pegar ele lá.
De acordo com a investigação da Monte Carlo, as conversas sobre a compra do partido vão até agosto de 2011. Cachoeira continua interessado, cobra de Dadá uma definição, insiste que ele marque uma conversa com Levy Fidelix para desenrolar o assunto, mas a Polícia Federal não descobriu se o negócio foi mesmo fechado.
Por telefone, o presidente do PRTB, Levy Fidelix, disse que não conhece o bicheiro Cachoeira, nem Idalberto Matias Araújo, o Dadá. Fidelix afirmou ainda que as acusações não fazem sentido.
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