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quarta-feira, maio 02, 2012

'Fiscalização oficial é responsável e omissa', afirma Alexandre Garcia

Segundo Alexandre, em 1979, o presidente da República estava convidado a presidir uma formatura de curso superior em Brasília. Horas antes, assessores descobriram que o curso não tinham autorização do MEC.

                                                                               
Em 1979, o presidente da república estava convidado para presidir a formatura de um curso superior em Brasília. Horas antes, zelosos assessores descobriram que o curso superior não tinha autorização do MEC. Era, portanto, clandestino, e os diplomas não teriam valor. A presença do presidente seria usada para pressionar o MEC.

O presidente suspendeu sua presença e mandou uma mensagem para o dono da faculdade, passando-lhe uma descompostura. Isso aconteceu há 33 anos, e o problema continua. Cursos superiores sem laboratórios, sem bibliotecas e até sem professores qualificados.

Um dia desses fui fazer uma palestra em uma faculdade e não perguntei se tinha ou não registro. O professor que me apresentou era o coordenador da cadeira de línguas. Pois, ele não conseguiu pôr uma palavra atrás da outra com nexo que formasse uma frase. Saí de lá com pena dos alunos. Pois, os alunos são os mais prejudicados, porque são enganados em tudo: perdem tempo, perdem dinheiro e, sobretudo, ganham a ilusão de que estão formados.

Na hora de mostrar que estão à altura da graduação, em alguma atividade, descobrem que pouco têm de bagagem intelectual e, ainda por cima, o certificado não tem valor.

É um engodo total, uma vigarice caso de polícia, de ação de perdas e danos. Só que os donos desses cursos não estão sozinhos. 

A fiscalização oficial também é responsável e omissa. Se isso atingiu há 33 anos um presidente da república, já passou muito da hora de ter sido moralizado esse tipo negócio no Ensino Superior.

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