
SER OU NÃO SERUm dos mais ausentes, deputado só é governo em 12,3% das votações
BRASÍLIA : THIAGO VILARINS/Da Sucursal
A capacidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de atrair aliados fez com que ele montasse a maior base de apoio já vista por um governante brasileiro. No entanto, se na teoria a adesão de mais de 70% dos deputados federais representa garantia para a aprovação com folga dos projetos do governo na Câmara dos Deputados, na prática o que se viu, no primeiro semestre deste ano, foi uma base desunida e infiel. Nas 65 votações desse ano, os projetos de interesse do Palácio do Planalto foram aprovados com a margem apertada de 50%.
Pesquisa da empresa de consultoria política Arko Advice, uma das mais influentes no mercado financeiro, revela que, dos 367 deputados que integram a base do governo, somente 260 são considerados de apoio consistente. Esse número é insuficiente para garantir aprovação de projetos que requerem maioria qualificada, como as propostas de emenda à Constituição, por exemplo, que necessitam de 308 votos. Devido a esse déficit, o governo se mobilizou em todas as votações para renovar a aliança com os políticos da base considerados de apoio condicionado e os dissidentes, oferecendo cargos e verbas.
No topo da pesquisa, entre os políticos mais infiéis - muito embora com apadrinhados nomeados para vários cargos federais - está o deputado federal Jader Barbalho, do PMDB do Pará. Das 65 votações de interesse do governo, o parlamentar, que presidente do partido no Estado, só votou de acordo com as indicações do Palácio do Planalto em 12,3% delas. O baixo percentual de votos favoráveis é justificado pelo número de ausências. Ao longo de todo o primeiro semestre, Jader esteve ausente em 86,15% das sessões. No cruzamento das análises dos índices de assiduidade com os votos favoráveis, o paraense aparece em terceiro lugar. Só foi superado por Aberto Silva (PMDB-PI) - o mais idoso dos parlamentares da Casa, com 90 anos - e Enio Bacci (PDT-RS), que registraram 100% e 86,15% de faltas, respectivamente. As assessorias dos dois parlamentares atribuíram as ausências a problemas de saúde.
O gabinete do deputado Jader Barbalho não soube informar o motivo de tantas faltas às sessões da Câmara, em Brasília.
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