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segunda-feira, março 19, 2018

José Padilha lança filme, diz que corrupção é 'estruturante' e que assassinato de Marielle é 'tragédia que vai continuar'

'7 dias em Entebbe' é inspirado no sequestro e no resgate dos passageiros de voo em 1976. Diretor dos 'Tropa de Elite' 1 e 2 comentou a atual situação do Rio de Janeiro


Por Cauê Muraro, G1
José Padilha durante lançamento de "7 dia sem Entebbe", em Nova York, em 12 de março (Foto: ANGELA WEISS / AFP)
José Padilha durante lançamento de "7 dia sem Entebbe", em Nova York, em 12 de março (Foto: ANGELA WEISS / AFP).
 
José Padilha participou nesta segunda-feira (19), em São Paulo, de uma entrevista coletiva para lançar seu novo filme, "7 dias em Entebbe". 
 
Com estreia prevista para 19 de abril, o longa é sobre terrorismo. 
 
Baseado em fatos reais, conta a história do sequestro e do resgate dos passageiros de um avião que viajava de Tel Aviv para Paris em 1976. 
 
Mas, sendo este o diretor dos dois "Tropa de Elite", três assuntos se destacaram na conversa:
  1. Segurança pública no Rio;
  2. O assassinato de Marielle Franco;
  3. Corrupção no Brasil;
Durante o evento, Padilha falou sobre a morte da vereadora Marielle Franco, morta a tiros na noite de quarta-feira (14), no Rio. 
 
O motorista que estava com ela, Anderson Pedro Gomes, também foi morto na ação. 
 
"Olho para a segurança pública do Rio de Janeiro e vejo um processo recorrente que é o seguinte. 
 
A gente tem o assassinato silencioso nos últimos 20 anos de um número enorme de pessoas, por vários motivos", afirmou.
"Essencialmente, porque a polícia é do jeito que mostrei nos 'Tropa de Elite' 1 e 2 despreparada, corrupta e extremamente violenta. 
E por outro lado não existe assistência social em comunidades carentes. 
Esse estado de coisas mata um número enorme de pessoas."
O diretor observa que próprio Brasil é responsável tanto pela a polícia violenta quanto pela falta de assistência nesses locais. 
 
Ele diz a situação não pode ser jogada apenas na conta da pobreza.
"Tem países mais pobres que o Brasil com índice de violentas menores".
Ele citou que a polícia do Rio mata 40 vezes mais que a polícia dos Estados Unidos inteiros.
"Nesse processo, de vez em quando, acontece algum acontecimento, algum assassinado, alguma morte que, ou pela circunstância ou pela pessoa que morre, ganha a mídia e revela e traz à tona de volta essa situação subjacente. 
Foi assim na Candelária, em Vigário Geral e no Ônibus 174."
Dizendo "eu não sei quem matou a Marielle", completou: "Foi uma execução, claramente. 
 
Agora, é uma perda gigantesca para o Rio de Janeiro, de uma pessoa de grande valor. 
 
Eu não conhecia a Marielle, mas conheço o Marcelo Freixo [próximo à vereadora assassinada], é uma pessoa que admiro".
Para Padilha, a morte de Marielle "é uma tragédia que vai continuar, daqui a cinco anos vai ter outra".

'O mecanismo' e a corrupção

Padilha também falou sobre "O mecanismo", série criada em parceria com Elena Soares, inspirada na Lava Jato
 
"Vou resumir minha tese: é a ideia de que a corrupção não é um evento que acontece de vez em quando é uma lógica estruturante desde o governo do Sarney até hoje. 
 
A corrupção não tem ideologia, sempre aconteceu nos governos do PT, do PMDB e do PSDB, é de direita é de esquerda".
Para ele, a "briga ideológica que faz com que as pessoas não vejam o fato, mas o fato é o óbvio ululante".
"Vejo as pessoas tentando defender o seu lado quando claramente os reis estão nus."

'7 Dias em entebbe'

Padilha ressaltou que o roteiro de "7 dia em Entebbe" adota um ponto de vista diferente daquele comumente usado quando se fala do episódio real que inspirou a trama. 
 
"Normalmente, essa história é contata como um grande feito militar [de Israel]", afirmou. 
 
No filme, a perspectiva parte da "relação entre terroristas e sequestrados". 
 
Optou-se ainda por mostrar os bastidores da decisão das autoridades israelenses em favor de uma arriscada operação de resgate, com grande tensão entre o então primeiro-ministro Yitzhak Rabin, que questionava a necessidade da ação, e Shimon Peres, que era ministro da Defesa e apoiava o contra-ataque. 
 
O diretor reconheceu existir "um tabu sobre terrorismo".
"Tem que poder analisar a psicologia do terrorismo, até para atuar de forma inteligente contra ele. 
Terrorismo, além de ser brutal e desumano, é estúpido. 
Requer que as pessoas que estão cometendo aqueles atos cheguem a algum estado mental em que não conseguem pensar com a mínima clareza."
De acordo com ele, a melhor estratégia é "entender o que gera esse estado mental e por quê". 
 
Sobre as críticas feitas à abordagem, o cineasta reconhece que "quando você vai fazer um filme sobre Israel e Palestina para abordar psicologia de um terroristas, pode se preparar que vai ter gente que não vai ter estômago para ver e pensar a respeito". 
 
"Quem tem direito de usar a palavra terrorista? 
 
Quem pode aplicar a palavra ou não já é uma questão política, para começar." 
 
Padilha ainda lembrou que seu filme anterior feito no exterior foi uma experiência diferente deste novo trabalho. 
 
"Já fiz isso antes com [o remake] de 'Robocop', só que era um filme enorme, um filme de estúdio, um lançamento oito vezes maior. 
 
Este é um filme menor, sobre um assunto que eu não sei se é uma referência para o público brasileiro. 
 
O que aconteceu em Entebbe em 1976 é um evento marcante para a história do Oriente Médio, por vários motivos. 
 
Não sei se é algo conhecido do público brasileiro, acho que não."
 
Disse que seus filmes já lançados no Brasil são "sobre assuntos prementes, segurança pública, corrupção". 
 
"Este não, é sobre um assunto normalmente estranho ao público brasileiro".
 
Os atores Rosamund Pike e Daniel Brühl e estrelam "7 dias em Entebbe", na pele de dois alemães que, favoráveis à causa palestina, sequestram o avião. 
 
"Para fazer um filme pequeno, você tem que depender das vendas internacionais, o que acontece por causa do elenco. 
 
Tem que escalar um ator que dê a possibilidade de vende ro filme. 
 
Não dá para fazer um filme deste, de US$ 25 milhões [de orçamento], com atores desconhecidos."

'Tel Aviv parece o Rio de Janeiro'

Com roteiro é assinado por Gregory Burke, e trilha sonora do brasileiro Rodrigo Amarante, conhecido pelo trabalho na banda Los Hermanos, "7 dias em Entebbe" foi rodado em Israel, Malta e Londres.
 
Embora seja filho de mãe com ascendência judaica, Padilha só conheceu Israel por causa do novo filme. 
 
"Fui lá pela primeira vez para pesquisar, Tel Aviv parece o Rio de Janeiro", falou. 
 
E não só apenas por questões de aparência, lembraria mais tarde.
Contou que, certo dia, pegou um táxi em Tel Aviv e foi conhecer Jerusalém.
Uma vez lá, decidiu visitar o lado palestino da cidade.
"Perguntei ao motorista se ele se sentia seguro indo até lá. 
Ele me mostrou uma [pistola] Glock 9mm e falou: 'Claro que eu estou seguro!'.
Me lembrou um pouco o Rio de Janeiro".

Homem atingido por bala perdida no Uruguai morava em Canoas e estava no país a passeio

Julio Cesar de Medeiros, de 53 anos, morreu na noite de domingo (18). Ele foi baleado durante uma perseguição após um roubo de um caixa eletrônico.


Por G1 RS
Julio Cesar de Medeiros morava em Canoas (Foto: Reprodução/Facebook)
Julio Cesar de Medeiros morava em Canoas (Foto: Reprodução/Facebook).
 
O turista atingido por uma bala perdida em Montevidéu, no Uruguai, na noite de domingo (18), morava em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. 
Julio Cesar de Medeiros, de 53 anos, estava no país vizinho com a esposa a passeio, de acordo com uma prima da mulher. 
 
"Eles vivem passeando, viajando e aproveitando a vida. 
Ela (a esposa) se aposentou recentemente e ia aproveitar a vida com o marido. 
Ele tinha um carinho muito grande pelos meus filhos e eles por ele também. 
Ele era uma pessoa alegre, estava sempre de bom humor, vivia brincando", afirma ela, que pediu para não ser identificada.

De acordo com a familiar, o casal tinha um filho de 21 anos, que viajou até o Uruguai nesta segunda-feira (19), quando soube da morte do pai. 
Familiares afirmam que Medeiros era uma pessoa que gostava de passear. 
 
"Ele era uma pessoa muito divertida e gostava de viajar.
Planejava vir até Pelotas para me visitar. 
Eu sou primo da mulher dele, mas pelo tempo que convivemos juntos, era como se ele fosse o meu primo. 
Nos tratávamos assim", explica João Carlos Santana Beutler. 
 
No domingo (18), por volta das 20h, Medeiros postou fotos da viagem em sua rede social.
Julio Cesar de Medeiros postou fotos da viagem (Foto: Reprodução/Facebook) 
 
Julio Cesar de Medeiros postou fotos da viagem (Foto: Reprodução/Facebook)

O caso.

Medeiros morreu ao ser atingido por uma bala perdida durante uma perseguição após um roubo de um caixa eletrônico em Montevidéu, segundo informou nesta segunda-feira (19) o Ministério do Interior do Uruguai. 
 
"Tanto a arma encontrada na cena dos fatos, como a dos policiais atuantes, foram apreendidas e enviadas à Polícia Científica para serem periciadas e determinar efetivamente a procedência do projétil que feriu o turista brasileiro", explicou o ministério em comunicado. 
 
Segundo o documento, na noite de domingo (18) dois homens roubaram um caixa eletrônico com armas de fogo. 
 
Depois do roubo, a dupla pegou um táxi para fugir do local enquanto foram perseguidos de moto por uma empresa de segurança.
 
Ao perceber que estavam sendo seguidos, os dois homens deixaram o veículo e um deles tentou invadir um apartamento da região. 
 
"É nessas circunstâncias que teria ocorrido uma troca de tiros que atingiu um cidadão brasileiro que estava hospedado no condomínio por onde os delinquentes tentaram fugir", relata o documento do ministério. 
 
Ferido na perna, Medeiros foi atendido no local por uma unidade móvel de emergência e depois transferido a um hospital. 
 
"Após receber transfusões e manobras de reanimação, foi constatada a morte por volta da meia-noite", explica o documento, que também relata que este visitava o Uruguai junto com a sua esposa. 
 
Dois uruguaios de 27 e 25 anos foram detidos.

Presidente da Hydro admite descarte irregular de água não tratada no rio Pará

Svein Richard Brandtzæg pediu desculpas pela ação em nota divulgada nesta segunda-feira,19, e disse que essa conduta não faz parte dos procedimentos da empresa.

Presidente da Hydro admite descarte irregular de água não tratada no rio Pará
A refinaria norueguesa Hydro admitiu que descartou água não tratada no rio Pará, em comunicado no site da multinacional, publicado nesta segunda-feira (19). 
A empresa ainda informou que vai realizar revisão completa de todas as licenças da operação no Pará e começar uma auditoria interna. 
A decisão foi tomada após notificação da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), que identificou um terceiro ponto de despejo irregular, na última quinta-feira (15). 
 
"Em nome da companhia, pessoalmente peço desculpas às comunidades, às autoridades e à sociedade", declarou o presidente e CEO da Hydro, Svein Richard Brandtzæg. 
De acordo com ele, essa conduta não faz parte dos procedimentos da empresa. 
"Isso é completamente inaceitável e contraria o que a Hydro acredita", completa.
 

Três canais irregulares

A notificação da Semas, a que se referiu a Hydro, é conexão sem autorização da licença entre a refinaria e um canal de drenagem, que levava água de chuva não tratada do telhado do galpão de carvão para o rio Pará.  
Esse foi o terceiro duto irregular encontrado em vistorias na Hydro.
Semas descobre terceiro ponto de despejo irregular na refinaria da Hydro em Barcarena. (Foto: Reprodução / Semas)
Semas descobre terceiro ponto de despejo irregular na refinaria da Hydro em Barcarena. (Foto: Reprodução / Semas).
 
As descobertas de irregularidades começaram no dia 17 de feveirero, quando fotos registraram vazamento de rejeitos da bacia de depósitos da mineradora. 
Nos dias seguintes, órgãos dos governos estadual e municipal, além do Instituto Evandro Chagas, estiveram no local para dar início as vistorias. 
 
A Hydro Alunorte se manifestou negando qualquer incidente, garantindo que a bacia se manteve firme, intacta e sem vazamentos, mesmo com as fortes chuvas no município. 
No dia 22 de fevereiro, o Instituto Evandro Chagas divulgou um laudo contrariando a empresa e confirmando a contaminação em diversas áreas de Barcarena, provocada por uma ligação clandestina para eliminar efluentes contaminados da empresa norueguesa. 
 
No final de fevereiro, o Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) já havia determinado que a Hydro reduzisse sua produção em Barcarena em 50% e embargou uma bacia de rejeitos da empresa. 
A refinaria acatou o recurso. 
 
No dia 9 de março, o segundo canal de despejo não autorizado foi descoberto pelo Ministério Público do Pará (MPPA), após uma vistoria realizada nas dependências da Hydro Alunorte.

Bispo e padres são presos em operação contra desvios de recursos na Igreja Católica em três cidades de Goiás

Prejuízo estimado é de mais de R$ 2 milhões, de acordo com o MP. Foram cumpridos nove mandados de prisão e dez de busca e apreensão em Formosa, Posse e Planaltina.


Por Sílvio Túlio, G1 GO
MP realiza operação contra desvios de recursos na Igreja Católica em 3 cidades de Goiás
MP realiza operação contra desvios de recursos na Igreja Católica em 3 cidades de Goiás.
 
O bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, quatro padres, um vigário-geral, um monsenhor e dois funcionários da parte administrativa foram presos na manhã desta segunda-feira (19) durante operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) contra desvios de recursos na Igreja Católica em Posse e em duas cidades do Entorno do Distrito Federal, Formosa e Planaltina. 
 
O prejuízo estimado é de mais de R$ 2 milhões. 
 
Segundo a investigação, o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de dízimos, doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos. 
 
O G1 tentou contato por telefone e mensagem com a Diocese de Formosa, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
Bispo e padres são presos em operação contra desvios de recursos na Igreja Católica
Bispo e padres são presos em operação contra desvios de recursos na Igreja Católica.
 
 
Em dezembro de 2017, o bispo negou haver irregularidades nas contas da Diocese de Formosa. 
 
A ação, batizada de "Caifás", tem ao todo são nove mandatos de prisão e dez de busca e apreensão em Formosa, Posse e Planaltina. 
 
Além de residências e igrejas, um monsteiro também é alvo da investigação.
Bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, foi preso durante operação do MP (Foto: Reprodução)
Bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, foi preso durante operação do MP (Foto: Reprodução).
 
Segundo o promotor de Justiça Douglas Chegury, um dos responsáveis pela operação, foram apreendidas caminhonetes da cúria em nomes de terceiros, além de uma grande quantia de dinheiro em espécie, cujo valor ainda não foi divulgado. 
 
De acordo com o MP-GO, a suspeita é que a associação criminosa atuava na cúria da Diocese da Igreja Católica de Formosa e outras paróquias relacionadas a elas nas outras cidades. Participaram da ação cerca de dez promotores de Justiça, além das polícias Civil e Militar.
Ministério Público de Goiás cumpre mandados na Igreja Católica em três cidades (Foto: MP-GO/Divulgação)
 
Ministério Público de Goiás cumpre mandados na Igreja Católica em três cidades (Foto: MP-GO/Divulgação)

Denúncia

Em dezembro de 2017, fiéis denunciaram que as despesas da casa episcopal de Formosa, onde o bispo mora, passaram de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde que Dom José Ronaldo assumiu o posto, havia três anos. 
 
“O que nós temos certeza é que as contas da cúria não fecham. 
 
Então, nós queremos a abertura pública das contas da cúria [ administração da diocese] e dos gastos da casa episcopal”, disse uma fiel, que preferiu não se identificar.
 
O grupo que contesta as contas informou que não recolheria o dízimo até que as medidas sejam atendidas. 
 
A diocese disse na época que o custo das 33 paróquias é de cerca de R$ 12 milhões por ano. 
 
Já a arrecadação, no mesmo período, é de R$ 16 milhões. 
 
O restante é destinado ao fundo de cada unidade. 
 
Dom José Ronaldo alegou na época que não tocava no dinheiro e que não houve o pedido, por parte do grupo, para a apresentação de contas. 
 
“Não tem nada de impropriedade. 
 
Não toco nos repasses financeiros das paróquias que são destinados à manutenção das necessidades da Diocese, casa do clero, seminário, estrutura da cúria, funcionários, etc.”, declarou.

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

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