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segunda-feira, janeiro 26, 2015

NOTA DE PESAR


A Prefeitura de Parauapebas vem a público expressar seu pesar pelo inesperado e violento falecimento do Sr. Jakson Souza e Silva, presidente da Subseção Parauapebas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que ocorreu no final da noite deste sábado (24) em Manaus, Amazonas.
 
O Governo Municipal, que sempre se mostrou parceiro da OAB, se solidariza e une em oração aos amigos e família da vítima neste momento onde somente o Criador poderá trazer paz.

domingo, janeiro 25, 2015

Advogado que presidia Seccional de Parauapebas no Pará e que estava ameaçado de morte foi morto a tiro em Manaus





 
O presidente da Seccional de Parauapebas da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA), Jakson Souza e Silva, que denunciou em Belém na última segunda-feira (19) que estaria sofrendo ameaças de morte, foi morto com um tiro de escopeta ontem à noite por volta de 23h, bairro da Redenção, na Zona Centro-Oeste de Manaus.

A polícia trabalha com a hipótese de uma tentativa de assalto, mas como o advogado estava recebendo ameaças de mortes e os autores dos disparo de arma de fogo não roubaram nada e deram um único tiro certeiro, não se descarta a possibilidade do crime ter sido encomendado por desafetos do Pará.

O presidente da Ordem dos Advogados do Amazonas, Alberto Simonetti, está desde a madrugada acompanhado o desenrolar do caso e está aguardando a chegada do presidente da Ordem do Pará, para tratar do translado do corpo de Jackson Souza, para a cidade de Parauapebas, onde deverá ser velado e sepultado.

Denúncias em Belém do Pará

Na denúncia feita em Belém ao Diário do Pará, Jackson Souza, disse que temia ser assassinado porque os mesmos supostos autores da morte do advogado Dácio Antônio Cunha, em novembro passado, e do atentado a tiros contra o jornalista e blogueiro Wandernilson Santos da Costa, o “Popó”, estariam soltos.

Perguntado sobre quem o estaria ameaçando, Jakson contou que não possui inimigos em Parauapebas, menos ainda clientes insatisfeitos com seu trabalho. 

O comandante da OAB no município, porém, apontou fatos sobre possíveis motivações para que seu nome fizesse parte de uma lista de pessoas marcadas para morrer no município. 

Dentre elas figuram ações judiciais contra a gestão do atual prefeito do município, Walmir da Integral (PSD), ligado ao vice-governador do Estado e governador em exercício, Helenilson Pontes. 

Um dos processos é uma ação popular contra o prefeito de Parauapebas, que já teria pago cerca de R$ 42 milhões para um advogado de Camboriú (SC).

Walmir da Integral, diz Jakson, pretende pagar mais de R$ 119 milhões, mas Jakson ingressou na Justiça com pedido de bloqueio e suspensão de qualquer pagamento. 

A Justiça deferiu o pedido e proibiu o prefeito de realizar qualquer novo pagamento. 

“Não descarto que essas ameaças tenham a ver com o Caso Pazinato”, como é conhecida a ação popular, enfatizou ele.

Também relatou que outros dois processos defendidos por seu escritório de advocacia poderiam ter provocado o ódio de políticos e empresários corruptos de Parauapebas. 

Um deles é uma fraude no transporte escolar. 

“São fatos incontestes e fartamente comprovados”, salienta, informando que toda a documentação foi entregue à Polícia Federal e aos Ministérios Públicos Federal e Estadual. 

Jakson também conseguiu suspender uma licitação com suspeita de fraude para aquisição de uniformes escolares pela prefeitura, fato que teria provocado a demissão da secretária de Educação.

Fonte:  Fato Amazônico - www.fatoamazonico.com

sábado, janeiro 24, 2015

Tiro que matou promotor argentino foi disparado a 15 cm, diz jornal


Periódico 'Clarín' informa sobre suposto resultado de perícia em seu site.
Promotor que acusava governo argentino foi achado morto há uma semana.

Do G1, em São Paulo
O procurador argentino Alberto Nisman, que denunciou a presidente Cristina Kirchner de acobertar o envolvimento de terroristas iranianos em atentado a centro judaico em 1994. (Foto: Reuters/Marcos Brindicci/File) 
O procurador argentino Alberto Nisman (Foto: Reuters/Marcos Brindicci/File)
 
 
O jornal argentino 'Clarín' informa em seu portal neste sábado (24) que a perícia balística da polícia federal feita no corpo do promotor Alberto Nisman determinou que o disparo que o matou foi realizado de 15 a 20 cm de distância da vítima. O jornal cita "fontes judiciais".

A informação seria uma das considerações com as quais trabalhariam os investigadores e que colocam em dúvida a primeira teoria de que o promotor teria se suicidado. 

O jornal já havia publicado uma reportagem com fontes anônimas sobre "indícios que aumentam o enigma" e que citava que a arma não havia sido apoiada na cabeça do promotor, algo "absolutamente anormal para um caso de suicídio".

Nisman foi encontrado morto em sua casa, em circunstâncias ainda desconhecidas, na noite de domingo (18), com um tiro na têmpora, poucos dias depois de ter denunciado a presidente, Cristina Kirchner, e vários de seus colaboradores por uma suposta tentativa de acobertar terroristas iranianos, que teriam sido responsáveis pelo ataque contra a associação israelita Amia, em 1994, em que 85 pessoas morreram.

Ele deveria apresentar na segunda-feira a deputados sua denúncia e supostas provas contra a presidente e o chanceler argentino, Héctor Timerman. 

"Usaram ele enquanto estava vivo e depois precisavam dele morto. 

É assim triste e terrível", disse Cristina na carta.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, divulgou na quinta-feira uma carta publicada em seu blog em que afirma que está "convencida" de que a morte do promotor "não foi um suicídio"

Em sua primeira carta sobre o assunto, ela cogitava a possibilidade de que o promotor havia se matado.

Apesar de maior chuva do ano, Cantareira tem sua 13ª queda seguida


Acumulado de precipitações ainda representa 33,5% do previsto no mês.
Quatro sistemas que atendem a Grande SP subiram e um ficou estável.

 

Do G1 São Paulo
Água que antes tomava toda a área central da imagem se concentra em um leito mais fundo em zigue-zague na represa de Atibainha, parte do Sistema Cantareira, em Nazaré Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)Água que antes tomava toda a área central da imagem se concentra em um leito mais fundo em zigue-zague na represa de Atibainha, parte do Sistema Cantareira, em Nazaré Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)


Apesar da maior chuva do ano em seus reservatórios, o sistema Cantareira foi o único entre os seis que atendem a Grande São Paulo a registrar queda no nível neste sábado (24), segundo a Sabesp. 

Seu volume, que era de 5,3%, passou para 5,2%, a 13ª queda consecutiva.

Com a chuva entre esta sexta e sábado, de 25,9 milímetros, o acumulado de precipitações no Cantareira em janeiro vai para 90,8 milímetros,  o que ainda representa 33,5% do previsto para todo o mês. 

A maior chuva registrada em janeiro antes da deste sábado ocorreu no dia 7, com 17,6 milímetros.

De acordo com a Sabesp, o acumulado de chuvas de um dia abrange o período de 24 horas entre a divulgação dos boletins, publicados sempre às 9h.

A dificuldade de o sistema receber e armazenar água contrasta com os números registrados pelos outros sistemas, que aproveitaram as chuvas trazidas pela frente fria que chegou ao estado nesta quarta-feira (21).
Confira os níveis dos outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo:
Alto Tietê: subiu de 10,3% para 10,4%;
Guarapiranga: subiu de 38,5% para 39,4%;
Alto Cotia: subiu de 28,5% para 28,6%;
Rio Grande: subiu 70,3% para 71,7%;
Rio Claro: permaneceu em 30,6%.


Previsão.

As precipitações devem ficar abaixo da média pelo menos até abril. 


É o que prevê o Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério de Ciência e Tecnologia. 

O resultado foi divulgado na tarde do dia 16, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.

Junto com o ano de 2014, terminou também o melhor mês do Cantareira no ano. 

Em dezembro, o nível do sistema baixou 1,5 ponto percentual. 

Foi o menor índice de queda mensal no ano. 

A maior baixa foi em fevereiro, quando o volume acumulado recuou 5,5 pontos percentuais.

Dezembro também foi o melhor mês em número de dias sem queda no nível do reservatório. 

Foram 11: em 8 deles o nível se estabilizou, e em outros 3 ele chegou a subir. 

Foi a única vez no ano em que o nível aumentou três vezes seguidas, dos dias 24 a 26. 

Nesse sentido, os piores meses foram junho, julho, agosto e outubro, quando o nível caiu todos os dias.
arte cantareira vale este (Foto: Editoria de arte/G1)

O Cantareira terminou 2014 sem recuperar 492 bilhões de litros de água perdidos durante os 12 meses. 

O ano começou com o nível do reservatório em 27,2% e terminou com 7,2%.

Porém, com a utilização das duas cotas do volume morto (a primeira elevou o manancial em 18,5 pontos percentuais e a segunda em 10,7 pontos percentuais) é como se os reservatórios tivessem iniciado 2014 com um volume acumulado de 56,4%. 

Assim, a queda foi 49,2% durante o ano, o número representa 492 bilhões de litros. 

De acordo com estimativas da Sabesp, o reservatório tem capacidade de armazenar 1 trilhão de litros, quando está com 100% do seu nível.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o sistema abastece atualmente 6,5 milhões de pessoas na Grande SP.

Multa.

Depois de ser barrada na Justiça no dia 13, a sobretaxa na conta de água para quem aumantar o consumo voltou a valer no dia 14, após o governo vencer recurso contra a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).


A partir da conta de fevereiro, serão cobrados 40% de multa para quem consumir até 20% a mais do que a média entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. 

Quem ultrapassar 20% dessa média será multado em 100% sobre o gasto com água, que representa metade da conta. 

Os outros 50% são referentes ao serviço de coleta de esgoto.

Os sistemas que abastecem várias regiões do estado de São Paulo têm enfrentado quedas frequentes do volume de água armazenado devido à falta de chuvas. 

Na Grande São Paulo, os principais sistemas, Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga, são os mais afetados.

Bônus.

Entre fevereiro e outubro do ano passado, a companhia concedeu bônus de 30% na conta de clientes que economizassem 20% ou mais de água em relação à média de consumo entre dos 12 meses que vão de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.


A medida foi adotada para estimular a redução no consumo. 

Desde novembro, o desconto gradual passou a ser dado para os imóveis que reduzirem o consumo entre 10% e 20%. 

O desconto foi prorrogado até o fim de 2015.

O percentual será calculado com base na média de fevereiro de 2013 até janeiro de 2014. 

A média já aparece na conta dos consumidores. 

A meta do governo é reduzir 2,5 metros cúbicos por segundo de consumo. 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou que a medida seja uma multa ao consumidor. 

Ele define o ônus como "tarifa de contingência".

Com a medida, a multa será aplicada da seguinte maneira: um consumidor que, em média, gasta 10 m³ de água receberá conta 20% mais cara se utilizar entre 10,1 m³ e 12 m³ em um mês. 

Caso gaste acima de 12,1 m³, irá pagar 50% a mais. 

O consumidor que elevar o gasto passará a ser cobrado na conta de fevereiro.
Carros e funcionários da Sabesp são vistos do alto perto de uma estrutura na represa de Jaguari, integrante do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)Carros e funcionários da Sabesp são vistos do alto perto de uma estrutura na represa de Jaguari, integrante do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)

Parado há 1 mês, equipamento no TO contribuiu para restrição de energia

Desligado, equipamento reduz envio de energia do Norte para o Sudeste.
Apagão atingiu na segunda (19) 11 estados e o Distrito Federal.

 

Fábio Amato Do G1, em Brasília
A restrição no envio de energia do Norte para o Sudeste do país, causada por defeito em equipamentos de uma linha de transmissão em manutenção há mais de um mês, é uma das causas do apagão que na segunda-feira (19) atingiu 11 estados e o Distrito Federal.

O próprio Ministério de Minas e Energia confirmou ao G1 que o problema na interligação Norte-Sudeste está entre as causas do corte de luz.

De acordo com o ministério e com Furnas, empresa da estatal Eletrobras que administra a linha, um banco de capacitores de uma subestação localizada em Gurupi, no Tocantins, está desligado desde o dia 14 de dezembro, depois de apresentar defeito.

Com o equipamento fora de operação, reduziu-se em 12,2% a capacidade máxima de transmissão de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste do país: de 4.100 MW (megawatts) para 3.600 MW.

Apagão.


De acordo com o ONS, o apagão ocorreu às 14h55 da segunda (19). 


No mesmo dia o órgão informou, em nota, que o problema foi causado pelo aumento da demanda e por “restrição na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste.”

Em entrevista também na segunda, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que uma das causas do apagão era uma falha em banco de capacitores na linha Norte-Sul.

Entretanto, nem o ONS, nem o Ministério de Minas e Energia, informaram na oportunidade que a restrição no envio de energia se devia a um equipamento desligado para manutenção há mais de um mês, justamente em numa época em o país costuma bater recordes de consumo devido ao calor.


Questionados, tanto o ministério quanto Furnas negaram atraso na conclusão da manutenção. 

De acordo com a empresa, “o equipamento está em fase final de manutenção/montagem e tem previsão de ser liberado para operação na próxima segunda-feira (26).” 

A previsão inicial, informou, era que isso ocorresse apenas em 31 de janeiro.

Crise energética
Estados como São Paulo e Rio de Janeiro têm registrado calor recorde nas últimas semanas. 


Com isso, a demanda por energia aumenta devido principalmente ao uso mais intenso de aparelhos de ar condicionado.

Além disso, a região Sudeste enfrenta crise provocada pela falta de chuvas, que vem reduzindo o volume de água nos reservatórios de suas hidrelétricas. 


Atualmente, essas represas registram armazenamento médio de 17%.

Por conta desses dois fatores, o Sudeste, principal centro consumidor do país, vem dependendo cada vez mais da energia enviada de outras regiões, por meio das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN).


Depois do apagão, o Brasil passou a importar energia da Argentina para atender a parte da demanda nos momentos de pico de consumo.

Efeito dominó
Por contra da restrição na linha de transmissão, na segunda (19) faltou energia para atender a toda a demanda do Sudeste. 


Essa situação gerou um desequilíbrio, uma variação na frequência da energia, que provocou o acionamento do sistema de segurança de 11 usinas geradoras no país, desligadas para evitar danos em suas máquinas.

O ONS, então, determinou a distribuidoras que cortassem o fornecimento de energia em pontos selecionados. 


O objetivo era acabar com a diferença entre oferta e demanda para reequilibrar o sistema. 

Cerca de uma hora depois, de acordo com o órgão, o fornecimento estava reestabelecido em todo o país.

Oficialmente, o governo, junto com o ONS, ainda investiga todas as causas do apagão. 


O ministro Eduardo Braga tem negado falta de energia no país para atender a toda a demanda neste início de ano de forte calor.

Estiagem atrasa a piracema no Rio Piracicaba


Será preciso de 1 a 2 anos para o fenômeno se normalizar, diz pesquisador.
Reprodução vai até fevereiro; prejuízo, no entanto, é menor do que previsto.

 

Do G1 Piracicaba e Região
A seca que atingiu a região de Piracicaba (SP) durante 2014 prejudicou o período de reprodução de peixes deste ano, que termina em fevereiro. 

A piracema, fenômeno de migração dos cardumes para desova, começou atrasada por causa da estiagem e caiu pela metade, com 50% do esperado para essa época, de acordo com o primeiro balanço de especialistas do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta).

"Do dia 22 a 23 de dezembro, tivemos fortes chuvas na região de Campinas (SP), principalmente, isso fez com que o Piracicaba tivesse um bom volume de água. 

Em vista da situação crítica, até que tivemos uma piracema satisfatória para região de Piracicaba", disse o pesquisador do Cepta, Fábio Sussel.

Sussel adverte ainda que é preciso chover bem mais para que a reprodução volte ao normal. 

“A expectativa é que demore de um a dois anos para que a piracema se normalize nos rios do sudeste paulista”, afirmou. 

Ele explica ainda que a situação pode ser levemente atenuada até o fim de janeiro, já que há previsão de chuva forte exatamente junto com mais um período de desova.
Caos no Piracicaba.

A vazão do Rio Piracicaba ficou em torno dos 50 metros cúbicos por segundo no últimos três meses. 


Historicamente, o índice normal neste mesmo período é de 200 metros cúbicos por segundo.

"Isso é muito preocupante. 

Para que o volume aumente significativamente, é necessário que chova na região do Cantareira, porque é de lá que é liberada a água", disse Guilherme Valerini, coordenador dos projetos PCJ.

Além da necessidade de chuvas, é preciso que a população respeite o período de piracema, lembra o pescador e organizador dos passeios de barco no Rio Piracicaba, Luís Fernando Magossi. 

"Apesar de ter melhorado, a conscientização está longe de ser como deveria. 

Os peixes já sofrem por falta de água e ainda há pessoas que pescam durante essa época. 

Não é justo", afirmou.

Pesquisadores do Cepta afirmam que, apenas na próxima piracema, que começa em novembro de 2015, vai ser possível recuperar a reprodução normal das espécies de peixes do Rio.
Piracema no Rio Piracicaba (Foto: (((não usar - cessão expirada))) Antonio Trivelin/Arquivo pessoal)Piracema no Rio Piracicaba (Foto: Antonio Trivelin/Arquivo pessoal)
Rio Piracicaba nesta terça-feira (20) com vazão 90% abaixo da média (Foto: Leon Botão/G1) 
Rio Piracicaba nesta semana estava com vazão 90% abaixo da média (Foto: Leon Botão/G1)
 

Hotel eleito o melhor do mundo tem bangalô gigante sobre o mar; fotos

Estabelecimento teve melhor avaliação de turistas no TripAdvisor no ano.


Veja os luxos que o hotel oferece a hóspedes em ilha privada nas Maldivas.

 

Do G1, em São Paulo
O Private Reserve é considerado o maior bangalô sobre a água do mundo; hotel tem outras 44 acomodações desse tipo (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação) 
O Private Reserve é considerado o maior bangalô sobre a água do mundo; hotel tem outras 44 acomodações desse tipo (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)


“Deixe suas preocupações em casa”. 

A filosofia do hotel Gili Lankanfushi parece não ser difícil de cumprir, a julgar pela vida de luxo que o local oferece aos hóspedes.
O quarto de um dos bangalôs do hotel (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação) 
O quarto de um dos bangalôs
(Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)


Localizado em uma ilha privada nas Maldivas, o estabelecimento foi eleito o melhor hotel do mundo em uma premiação anual do site de viagens TripAdvisor.

A premiação se baseia na quantidade e na qualidade das avaliações que milhões de hóspedes deixaram no site ao longo de 2014.

Todas as acomodações do hotel são bangalôs típicos que adentram pelo mar cristalino da região. 

São 45 no total, alguns deles mais básicos e outros de superluxo, como o "spa suite" e o "Crusoe Residence".
'Palácio privado'
Rede em frente à praia do hotel (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)Rede em frente à praia do hotel (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)


Com 1.400 metros quadrados, o mais luxuoso deles, chamado Private Reserve, é considerado o maior bangalô sobre a água do mundo.
Bar flutuante do hotel (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação) 
Bar flutuante (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)
 
 
Descrita como um “palácio privado”, a acomodação tem duas suítes máster e mais uma para hóspedes, dois banheiros de 100 metros quadrados, cozinha, spa privado, sala de ginástica e cinema, além de jardim, deques para tomar sol, varandas e pavilhões para jantar ao ar livre.

Também há uma sala de trabalho e Wi-Fi, “se você realmente precisar”, ressalta o hotel.

Cada suíte tem janelas do chão até o teto e acesso a uma “banheira natural” dentro de um “jardim de corais” no mar. 

As varandas têm “camas diurnas” e os banheiros, chuveiro ao ar livre.
Mordomo e toboágua
Funcionárias andam até o spa do hotel Gili Lankanfushi (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)Funcionárias andam até o spa do hotel Gili Lankanfushi (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)
 
 
Do deque superior, um toboágua desce até uma lagoa privada de água salgada. 

Um casal de mordomos fica à disposição dos hóspedes 24 horas por dia e podem até dormir em uma acomodação dentro do bangalô, caso a pessoa prefira. 

Escolhem a seleção de vinhos da adega, entre 400 rótulos.
A saída e a chegada ao bangalô são em um iate de luxo e há transfer particular de barco para o dia a dia.

As atividades para os hóspedes incluem mergulho com instrutores para admirar a vida marinha do Oceano Índico, windsurfe nas lagoas de água salgada em volta da ilha ou yoga na praia.

Para o mês de fevereiro, a diária na acomodação Private Reserva sai por cerca de US$ 10 mil (em torno de R$ 25,8 mil). 

Já em um bangalô mais simples a noite sai por cerca de US$ 1.500 (R$ 3,8 mil), segundo simulação feita nesta sexta-feira (23).
Casal no deque de um dos bangalôs (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)Casal no deque de um dos bangalôs (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)
 
Terraço de um dos bangalôs do hotel (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)Terraço de um dos bangalôs do hotel (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)
 
Bangalôs dão acesso a 'jardim de corais' (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)Bangalôs dão acesso a 'jardim de corais' (Foto: Gili Lankanfushi/Divulgação)

Envolvidos na morte de filho de Cissa Guimarães são presos no Rio


Rafael Bussamra, o motorista, foi condenado a 7 anos de prisão.
Seu pai, Roberto, recebeu pena de 8 por corrupção ativa; cabe recurso.

 

Lívia Torres Do G1 Rio
Rafael de Souza Bussamra, condenado pela morte do filho da atriz Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, e seu pai, Roberto Bussamra, condenado por corrupção, em 2010, foram presos nesta sexta-feira (23). 

Os dois chegaram à 13ª DP (Copacabana), por volta das 19h, horas após a Justiça publicar a condenação da dupla, que ainda pode recorrer da sentença.

Rafael foi preso no condomínio Península, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, e Roberto foi detido em Vila Valqueire, no Subúrbio. 

Eles serão encaminhados para o Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste, neste sábado (24). 

De acordo com a delegada assistente da 13ª DP, Ana Paula Faria, a prisão é preventiva para que a "ordem possa ser mantida".

"Não houve apresentação espontânea, mas eles não ofereceram resistência ao serem presos em suas residências. 

Por mais que eles tenham sido condenados, como essa prisão é recorrível, não é uma prisão pela condenação. 

É uma prisão preventiva e temporária", explicou a delegada.

Rafael dirigia o carro em área fechada para o trânsito e foi condenado a sete anos de prisão em regime fechado e mais cinco anos e nove meses em semiaberto, quando tem o direito de passar o dia fora da cadeia. 

O pai dele foi condenado a oito anos em regime fechado e nove meses em semiaberto, segundo o site do Tribunal de Justiça.

Rafael Mascarenhas, filho de Cissa, morreu em outubro de 2010 (Foto: Reprodução / TV Globo) 
Rafael Mascarenhas, filho de Cissa, morreu em outubro de 2010 (Foto: Reprodução / TV Globo)
 

Em entrevista ao G1, Cissa disse que a sensação é de "paz" após a batalha pela punição.

"Meu sentimento é um alívio, é uma paz que me dá depois de tanta luta, depois de tanta injustiça que eu e minha família vivemos. 

Demorou, mas veio", disse, pedindo que o caso sirva como lição para motoristas.

"Mais cuidado pelo amor de Deus. Rafael veio mostrar essa luz. 

É claro que para mim e para minha família é um dia especial, apesar de ser uma dor que não vai nunca embora."

Rafael foi condenado pelos crimes de corrupção ativa, homicídio culposo, inovação artificiosa em caso de acidente automobilístico, afastamento do local do acidente para fugir à responsabilidade penal e participação em competição automobilística não autorizada. 

Ele também teve a carteira de habilitação suspensa por quatro anos e meio.

Meu sentimento é um alívio, é uma paz que me dá depois de tanta luta. (...) Demorou, mas veio"
Cissa Guimarães, atriz.
 
O pai dele, Roberto, foi sentenciado pelos crimes de corrupção ativa e inovação artificiosa em caso de acidente automobilístico.

Sentença

Na sentença, o juiz Guilherme Schilling destacou a atitude do pai em corromper os policiais militares numa tentativa de acobertar o filho.


Roberto admitiu que pagou R$ 1 mil de propina a dois PMs do 23° BPM (Leblon), que teriam pedido R$ 10 mil para desfazer o local do acidente e evitar a prisão em flagrante do motorista. 

Os dois PMs que receberam a propina, Marcelo de Souza Bigon e Marcelo José Leal Martins, responderam a um Inquérito Policial Militar e foram expulsos da corporação em 2010.

“O caso vertente retrata não apenas policiais que acobertam e omitem o crime (sendo, por isso, também criminosos), mas também os falsos pais que superprotegem os filhos criando pessoas socialmente desajustadas", afirmou o juiz na sentença.

Rafael Bussamra (Foto: Reprodução/Globo News) 
Rafael Bussamra na reconstituição do atropelamento (Foto: Reprodução/Globo News)
 
 
"Impõe-se uma reflexão sobre o tipo de sociedade que pretendemos para as futuras gerações ou, mais ainda, que tipo de cidadãos somos. 

Afinal é essa uma das dificuldades atuais da humanidade no plano da ética. 

De nada vale o Estado reconhecer a dignidade da pessoa se a conduta de cada indivíduo não se pautar por ela”, diz o texto do magistrado.

O juiz disse ainda que o comportamento "malicioso" dos réus foi decisivo para a sentença.

“O que se observa é um comportamento reprovável e malicioso dos réus, que através de uma enxurrada de inverdades buscaram não somente eximirem-se da responsabilidade penal, mas na realidade transferi-la com maior peso a outras pessoas. 

Percebe-se uma verdadeira degradação de valores morais em uma família de classe média, que talvez por mero individualismo, ou abraçando uma cultura brasileira de tolerar exceções, tende a apontar os erros dos outros, e colocando um verdadeiro véu sobre seus erros”, assinala o juiz.

Relembre o caso.

O filho da atriz Cissa Guimaráes, Rafael Mascarenhas, foi atropelado na noite do dia 20 de julho de 2010 por um motorista que circulava em uma pista interditada, no sentido Gávea. 


O jovem foi socorrido ainda com vida e levado para o hospital Miguel Couto, na Gávea.
Carro envolvido no acidente que matou Rafael Mascarenhas - filho de Cissa Guimarães (Foto: Bernardo Tabak / G1)Carro que atropelou e matou Rafael Mascarenhas
(Foto: Bernardo Tabak / G1)
 
 
De acordo com a secretaria de Saúde, Rafael Mascarenhas chegou à unidade com politraumatismos na cabeça, no tórax, nos braços e nas pernas. Ele chegou a ser operado, mas não resistiu ao ferimentos e morreu.

Segundo a 15ª DP (Gávea), que investigou o caso, o jovem andava de skate no túnel quando foi atropelado. 

A CET-Rio informou que, naquela noite, a pista ficou fechada ao tráfego de veículos das 1h10 às 4h10.

Em sua defesa, Rafael de Souza Bussamra, que dirigia o carro, alegou não ter percebido que o túnel onde ocorreu o acidente estava interditado naquele dia. 


O motorista acrescentou que, momentos antes da colisão, seu carro estava emparelhado com o veículo de um colega e, por isso, não conseguiu parar a tempo.

Após o atropelamento, Bussamra contou que policiais o retiraram do túnel e o conduziram ao bairro do Jardim Botânico. 

Os PMs, segundo o réu, se encontraram no local com o pai dele, Roberto Martins, que subornou os agentes para livrar o filho do flagrante.
Roberto Bussamra e o filho Rafael na chegada à delegacia (Foto: Lívia Torres / G1)Roberto Bussamra e o filho Rafael na chegada à delegacia (Foto: Lívia Torres / G1)

sexta-feira, janeiro 23, 2015

O perfil de Marco Archer por um jornalista que conversou com ele 4 dias na prisão Email

Nos bons tempos
Nos bons tempos

O reporter Renan Antunes de Oliveira entrevistou Marco Archer em 2005, numa prisão na Indonésia. 

Abaixo, seu relato:
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O carioca Marco Archer Cardoso Moreira viveu 17 anos em Ipanema, 25 traficando drogas pelo mundo e 11 em cadeias da Indonésia, até morrer fuzilado, aos 53, neste sábado (17), por sentença da Justiça deste país muçulmano.

Durante quatro dias de entrevista em Tangerang, em 2005, ele se abriu para mim: “Sou traficante, traficante e traficante, só traficante”.

Demonstrou até uma ponta de orgulho: “Nunca tive um emprego diferente na vida”. 

Contou que tomou “todo tipo de droga que existe”.

Naquela hora estava desafiante, parecia acreditar que conseguiria reverter a sentença de morte.

Marco sabia as regras do país quando foi preso no aeroporto da capital Jakarta, em 2003, com 13,4 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de sua asa delta. 

Ele morou na ilha indonésia de Bali por 15 anos, falava bem a língua bahasa e sentiu que a parada seria dura.

Tanto sabia que fugiu do flagrante. 

Mas acabou recapturado 15 dias depois, quando tentava escapar para o Timor do Leste. 

Foi processado, condenado, se disse arrependido. 

Pediu clemência através de Lula, Dilma, Anistia Internacional e até do papa Francisco, sem sucesso. 

O fuzilamento como punição para crimes é apoiado por quase 70% do povo de lá.

Na mídia brasileira, Marco foi alternadamente apresentado como “um garoto carioca” (apesar dos 42 anos no momento da prisão), ou “instrutor de asa delta”, neste caso um hobby transformado na profissão que ele nunca exerceu.

Para Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, o outro brasileiro condenado por tráfico, que espera fuzilamento para fevereiro, companheiro de cela dele em Tangerang, “Marco teve uma vida que merece ser filmada”.

Rodrigo até ofereceu um roteiro sobre o amigo à cineasta curitibana Laurinha Dalcanale, exaltando: “Ele fez coisas extraordinárias, incríveis.”

O repórter pediu um exemplo: “Viajou pelo mundo todo, teve um monte de mulheres, foi nos lugares mais finos, comeu nos melhores restaurantes, tudo só no glamour, nunca usou uma arma, o cara é demais.”

Para amigos em liberdade que trabalharam para soltá-lo, o que aconteceu teria sido “apenas um erro” do qual ele estaria arrependido.
Em 2005, logo depois de receber a sentença de morte num tribunal em Jacarta
Em 2005, logo depois de receber a sentença de morte num tribunal em Jacarta.

Na versão mais nobre, seria a tentativa desesperada de obter dinheiro para pagar uma conta de hospital pendurada em Cingapura – Marco estaria preocupado em não deixar o nome sujo naquele país. 

A conta derivou de uma longa temporada no hospital depois de um acidente de asa delta. 

Ter sobrevivido deu a ele, segundo os amigos, um incrível sentimento de invulnerabilidade.

Ele jamais se livrou das sequelas. 

Cheio de pinos nas pernas, andava com dificuldade, o que não o impediu de fugir espetacularmente no aeroporto quando os policiais descobriram cocaína em sua asa delta.

Arriscou tudo ali. 

Um alerta de bomba reforçara a vigilância no aeroporto. 

Ele chegou a pensar em largar no aeroporto a cocaína que transportava e ir embora, mas decidiu correr o risco.

Com sua ficha corrida, a campanha pela sua liberdade nunca decolou das redes sociais. 

A mãe dele, dona Carolina, conseguiu o apoio inicial de Fernando Gabeira, na Câmara Federal, com voto contra de Jair Bolsonaro.

O Itamaraty e a presidência se mexeram cada vez que alguma câmera de TV foi ligada, mesmo sabendo da inutilidade do esforço.

Mesmo aparentemente confiante, ele deixava transparecer que tudo seria inútil, porque falava sempre no passado, em tom resignado: “Não posso me queixar da vida que levei”.

Marco me contou que começou no tráfico ainda na adolescência, diretamente com os cartéis colombianos, levando coca de Medellín para o Rio de Janeiro. 

Adulto, era um dos capos de Bali, onde conquistou fama de um sujeito carismático e bem humorado.

A paradisíaca Bali é um dos principais mercados de cocaína do mundo graças a turistas ocidentais ricos que vão lá em busca de uma vida hedonista: praias deslumbrantes, droga fácil, farta — e cara.

O quilo da coca nos países produtores, como Peru e Bolívia, custa 1 000 dólares. 

No Brasil, cerca de 5 000. 

Em Bali, a mesma coca é negociada a preços que variam entre 20 000 e 90 000 dólares, dependendo da oferta. 

Numa temporada de escassez, por conta da prisão de vários traficantes, o quilo chegou a 300 000 dólares.

Por ser um dos destinos prediletos de surfistas e praticantes de asa delta, e pela possibilidade de lucros fabulosos, Bali atrai traficantes como Marco. 

Eles se passam por pessoas em busca de grandes ondas, e costumam carregar o contrabando no interior das pranchas de surf e das asas deltas. 

Archer foi pego assim. 

Tinha à mão, sempre que desembarcava nos aeroportos, um álbum de fotos que o mostrava voando, o que de fato fazia.

O homem preso por narcotráfico passou a maior parte da entrevista comigo chapado. 

O consumo de drogas em Tangerang era uma banalidade.

Pirado, Marco fazia planos mirabolantes – como encomendar de um amigo carioca uma nova asa, para quando saísse da cadeia.

Nos momentos de consciência, mostrava que estava focado na grande batalha: “Vou fazer de tudo para sair vivo desta”.

Marco era um traficante tarimbado: “Nunca fiz nada na vida, exceto viver do tráfico.” 

Gabava-se de não ter servido ao Exército, nem pagar imposto de renda. 

Nunca teve talão de cheques e ironizava da única vez numa urna: “Minha mãe me pediu para votar no Fernando Collor”.

A cocaína que ele levava na asa tinha sido comprada em Iquitos, no Peru, por 8 mil dólares o quilo, bancada por um traficante norte-americano, com quem dividiria os lucros se a operação tivesse dado certo: a cotação da época da mercadoria em Bali era de 3,5 milhões de dólares.

Marco me contou, às gargalhadas, sua “épica jornada” com a asa cheia de drogas pelos rios da Amazônia, misturado com inocentes turistas americanos. 

“Nenhum suspeitou”. 

Enfim chegou a Manaus, de onde embarcou para Jakarta: “Sair do Brasil foi moleza, nossa fiscalização era uma piada”.
O momento em que ele recebeu a confirmação da data do fuzilamento
O momento em que ele recebeu, nesta semana, a confirmação da data do fuzilamento.

Na chegada, com certeza ele viu no aeroporto indonésio um enorme cartaz avisando: “Hukuman berta bagi pembana narkotik’’, a política nacional de punir severamente o narcotráfico.

“Ora, em todo lugar do mundo existem leis para serem quebradas”, me disse, mostrando sua peculiar maneira de ver as coisas: “Se eu fosse respeitar leis nunca teria vivido o que vivi”.

Ele desafiou o repórter: “Você não faria a mesma coisa pelos 3,5 milhões de dólares”?

Para ele, o dinheiro valia o risco: 

“A venda em Bali iria me deixar bem de vida para sempre” – na ocasião, ele não falou em contas hospitalares penduradas.

Marco parecia exagerar no número de vezes que cruzou fronteiras pelo mundo como mula de drogas: “Fiz mais de mil gols”. 

Com o dinheiro fácil manteve apartamentos em Bali, Hawai e Holanda, sempre abertos aos amigos: “Nunca me perguntaram de onde vinha o dinheiro pras nossas baladas”.

Marco guardava na cadeia uma pasta preta com fotos de lindas mulheres, carrões e dos apartamentos luxuosos, que seriam aqueles onde ele supostamente teria vivido no auge da carreira de traficante.

Num de seus giros pelo mundo ele fez um cursinho de chef na Suíça, o que foi de utilidade em Tangerang. 

Às vezes, cozinhava para o comandante da cadeia, em troca de regalias.

Eu o vi servindo salmão, arroz à piemontesa e leite achocolatado com castanhas para sobremesa. 

O fornecedor dos alimentos era Dênis, um ex-preso tornado amigão, que trazia os suprimentos fresquinhos do supermercado Hypermart.

Marco queria contar como era esta vida “fantástica” e se preparou para botar um diário na internet. 

Queria contratar um videomaker para acompanhar seus dias. 

Negociava exclusividade na cobertura jornalística, queria escrever um livro com sua experiência – o que mais tarde aconteceu, pela pena de um jornalista de São Paulo. 

Um amigo prepara um documentário em vídeo para eternizá-lo.

Foi um dos personagens de destaque de um bestseller da jornalista australiana Kathryn Bonella sobre a vida glamurosa dos traficantes em Bali — orgias, modelos ávidas por festas e drogas depois de sessões de fotos, mansões cinematográficas.

Diplomatas se mexeram nos bastidores para tentar comprar uma saída honrosa para Marco. 

Usaram desde a ajuda brasileira às vítimas do tsunami até oferta de incremento no comércio, sem sucesso. 

Os indonésios fecharam o balcão de negócios.
As execuções são assim
As execuções são assim.

O assessor internacional de Dilma, Marco Aurélio Garcia, disse que o fuzilamento deixa “uma sombra” nas relações bilaterais, mas na lateral deles o pessoal não tá nem aí.

A mãe dele, dona Carolina, funcionária pública estadual no Rio, se empenhou enquanto deu para livrar o ‘garotão’ da enrascada, até morrer de câncer, em 2010.

As visitas dela em Tangerang eram uma festa para o staff da prisão, pra quem dava dinheiro e presentes, na tentativa de aliviar a barra para o filhão.

Com este empurrão da mamãe Marco reinou em Tangerang, nos primeiros anos – até ser transferido para outras cadeias, à espera da execução.

Eu o vi sendo atendido por presos pobres que lhe serviam de garçons, pedicures, faxineiros. 

Sua cela tinha TV, vídeo, som, ventilador, bonsais e, melhor ainda, portas abertas para um jardim onde ele mantinha peixes num laguinho. 

Quando ia lá, dona Carola dormia na cama do filho.

Marco bebia cerveja geladinha fornecida por chefões locais que estavam noutro pavilhão. 

Namorava uma bonita presa conhecida por Dragão de Komodo

Como ela vinha da ala feminina, os dois usavam a sala do comandante para se encontrar.
A namorada
A namorada

A malandragem carioca ajudou enquanto ele teve dinheiro. 

Ele fazia sua parte esbanjando bom humor. 

Por todos os relatos de diplomatas, familiares e jornalistas que o viram na cadeia de tempos em tempos, Marco, apelidado Curumim em Ipanema, sempre se mostrou para cima. 

E mantinha a forma malhando muito.

Para ele, a balada era permanente. 

Nos últimos anos teve várias mordomias, como celular e até acesso à internet, onde postou algumas cenas.

Um clip dele circulou nos últimos dias – sempre sereno, dizendo-se arrependido, pedindo a segunda chance: “Acho que não mereço ser fuzilado”.

Marco chegou ao último dia de vida com boa aparência, pelo menos conforme as imagens exibidas no Jornal Hoje, da Globo. 

Mas tinha perdido quase todos os dentes em sua temporada na prisão, como relatou a jornalista e escritora australiana. 

No Facebook, ela disse guardar boas recordações de Archer, e criticou a “barbárie” do fuzilamento.

Numa gravação por telefone, ele ainda dava conselhos aos mais jovens, avisando que drogas só podem levar à morte ou à prisão.

Sua voz estava firme, parecia esperar um milagre, mesmo faltando apenas 120 minutos pra enfrentar o pelotão de fuzilamento – a se confirmar, deixou esta vida com o bom humor intacto, resignado.

Sabe-se que ele pediu uma garrafa de uísque Chivas Regal na última refeição e que uma tia teria lhe levado um pote de doce-de-leite.

O arrependimento manifestado nas últimas horas pode ser o reflexo de 11 anos encarcerado. 

Afinal, as pessoas mudam. 

Ou pode ter sido encenação. 

Só ele poderia responder.

Para mim, o homem só disse que estava arrependido de uma única coisa: de ter embalado mal a droga, permitindo a descoberta pela polícia no aeroporto.

“Tava tudo pronto pra ser a viagem da minha vida”, começou, ao relatar seu infortúnio.

Foi assim: no desembarque em Jakarta, meteu o equipamento no raio x. 

A asa dele tinha cinco tubos, três de alumínio e dois de carbono. 

Este é mais rijo e impermeável aos raios: “Meu mundo caiu por causa de um guardinha desgraçado”, reclamou.

“O cara perguntou ‘por que a foto do tubo saía preta’? 

Eu respondi que era da natureza do carbono. 

Aí ele puxou um canivete, bateu no alumínio, fez tim tim, bateu no carbono, fez tom tom”.

O som revelou que o tubo estava carregado, encerrando a bem-sucedida carreira de 25 anos no narcotráfico.

Marco ainda conseguiu dar um drible nos guardas. 

Enquanto eles buscavam as ferramentas, ele se esgueirou para fora do aeroporto, pegou um prosaico táxi e sumiu. 

Depois de 15 dias pulando de ilha em ilha no arquipélago indonésio passou sua última noite num barraco de pescador, em Lombok, a poucas braçadas de mar da liberdade.

Acordou cercado por vários policiais, de armas apontadas. Suplicou em bahasa que tivessem misericórdia dele.

No sábado, enfrentou pela última vez a mesma polícia, mas desta vez o pessoal estava cumprindo ordens de atirar para matar.

Foi o fim do Curumim.

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