Tiroteio deixa 3 mortos nos Jardins, bairro nobre de São Paulo.. |
Veículos da Polícia Civil entraram no cemitério com sirenes ligadas para homenagear colega morta em trabalho.
Empresário que atirou nela e um funcionário dele foram mortos em seguida por outro policial.
Por Filipe Gonçalves, Kleber Tomaz, Bruno Tavares, TV Globo e g1 SP — São Paulo.
Investigadora é enterrada ao som de sirenes de viaturas em SP.
A investigadora Milene Bagalho Estevam, de 39 anos, morta a tiros por um empresário ao ser confundida com uma assaltante quando trabalhava, foi enterrada neste domingo (17) no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, Zona Leste de São Paulo.
Ela foi velada e sepultada ao som de sirenes de viaturas da Polícia Civil em sua homenagem (veja vídeo acima).
Entre as autoridades presentes estavam o delegado Fábio Pinheiro, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde Milene trabalhava, e o Secretário da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite.
O caso ocorreu no sábado (16) nos Jardins, área de alto padrão na região central da capital.
Houve troca de tiros com um policial civil colega de Milene, que reagiu.
A investigadora não chegou a atirar.
Câmeras de segurança gravaram parte do tiroteio (veja abaixo).
Além de Milene, o empresário Rogério Saladino, de 56 anos, proprietário do imóvel, e seu vigilante particular, Alex James Gomes Mury, de 49 anos, morreram no tiroteio.
O funcionário havia pegado uma das duas armas do patrão e tentado atirar nos agentes, quando foi baleado e morreu no local.
Milene e Rogério foram socorridos e levados de ambulâncias para hospitais.
A investigadora teve a morte confirmada na Santa Casa de Misericórdia.
O empresário, no Hospital São Paulo.
Tiroteio deixa 3 mortos nos Jardins, bairro nobre de São Paulo
O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso como "homicídio" e "morte decorrente de intervenção policial".
Para a investigação, o policial civil que revidou os disparos não cometeu crime e agiu em legítima defesa.
Como os autores do crime de homicídio estão mortos, o inquérito será concluído e relatado à Justiça para ser arquivado depois.
Segundo a investigação, o empresário e o vigilante confundiram Milene e o outro policial civil com ladrões.
Os dois investigadores trabalhavam no Deic.
Eles estavam num carro do Deic descaracterizado e circulavam pela região das ruas Guadalupe e Venezuela, no Jardim América, para buscar pistas de criminosos que haviam invadido uma casa e furtado um veículo e pertences no dia anterior.
Para isso, usavam distintivos da Polícia Civil e se identificaram como investigadores para moradores das residências vizinhas a quem pediram imagens de câmeras de segurança que possam ter gravado os bandidos.
De acordo com o DHPP, quando os dois investigadores viram o vigilante Alex numa moto, pediram para ele também vídeos da câmera da mansão para auxiliar no trabalho.
Ele entrou no imóvel, falou com um segurança da guarita, que por sua vez pediu que o dono da residência fosse avisado.
Rogério foi até a guarita, que é blindada, viu os dois agentes, mas desconfiou que eles não fossem policiais.
Então, segundo a Polícia Civil, deu tiros de advertência para o alto para que os policiais, que acreditava serem falsos, fossem embora.
Em seguida, abriu o portão eletrônico da mansão e saiu atirando em Milene, que nem sequer teve tempo de sacar a arma e reagir.
Morreram no tiroteio: a investigadora Milene Bagalho Estevam, de 39 anos, o empresário Rogério Saladino, de 56 anos, e o seu funcionário, o vigilante Alex James Gomes Mury, de 49 anos — Foto: Reprodução/Redes sociais/Abramed.
Armas, maconha e passagem por homicídio.
O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa apreendeu quatro armas para serem periciadas: duas que estavam com os policiais e outras duas que eram do dono da mansão.
A investigação vai aguardar os resultados dos exames feitos pela Polícia Técnico-Científica nas armas para saber quem atirou em quem.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Polícia Civil ainda encontrou "porções de maconha" e outras drogas na residência de Rogério.
A pasta informou que Saladino tinha passagens criminais anteriores pela polícia por "homicídio, lesão corporal e crime ambiental".
A reportagem não localizou representantes ou parentes da investigadora e do vigilante para comentarem o assunto.
Por meio de nota, enviada ao g1 pela assessoria de imprensa da família de Rogério, os parentes do empresário lamentaram as mortes dele e das outras duas pessoas.
"Agradecemos as manifestações que temos recebido nas últimas horas e pedimos que a intimidade da família seja preservada diante da tragédia ocorrida ontem.
Rogério Saladino era um empresário de sucesso, empreendedor que confiava no Brasil.
A tragédia ocorrida ontem ceifou a vida de uma competente policial civil, de um profissional que trabalhava na residência e do próprio Rogério Saladino", informa o comunicado.
Duas armas apreendidas que estavam com empresário, segundo a polícia. Ao lado marcas dos disparos — Foto: Reprodução/Redes sociais.
Investigadora deixa filha de 5 anos.
Por meio de nota na rede social no X (antigo Twitter), a Polícia Civil confirmou a morte de Milene.
De acordo com a publicação, ela era policial havia sete anos e deixa uma filha de 5 anos.
"É com imenso pesar que a Polícia Civil informa que a investigadora Milene Bagalho Estevam faleceu ontem, 16/12, no cumprimento da função", informa trecho do comunicado.
"A Polícia Civil presta os mais sinceros sentimentos de solidariedade à família e aos amigos."
Polícia Civil divulgou comunicado para lamentar a morte da investigadora Milene Estevam durante o seu trabalho — Foto: Divulgação/Polícia Civil/X.
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Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 17 de dezembro de 2023.
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