Ademar Traiano é filiado ao PSD, partido comandado no estado pelo governador do Paraná.
Deputado estadual fechou acordo com Ministério Público para não responder a processo.
Por André Zanfonatto, Ana Krüger, g1 PR e RPC — Curitiba.
Ratinho Junior fala sobre apoio a Ademar Traiano.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), foi questionado neste sábado (16) pela RPC sobre o pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR) para que o acordo fechado com o órgão pelo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD), no qual o deputado admite ter recebido propina, deixe de ser sigiloso.
"Seria uma afronta ao estado democrático de direito o governador ficar dando palpite num outro Poder.
Eu não posso ficar dando palpite no Poder Legislativo, não devo ficar dando palpite no Poder Judiciário, como eu não quero que eles deem palpite no meu governo, ou no meu Poder, que é o Executivo.
Então, a gente espera que as instituições trabalhem e possam de alguma maneira esclarecer tudo isso", respondeu.
A declaração foi dada durante evento em Guaratuba, no litoral do Paraná.
Ratinho Junior também foi questionado sobre se mantém apoio ao parlamentar mesmo após a confissão de recebimento de propina.
"O que eu posso falar do deputado Traiano como presidente [da Alep], como presidente ele nunca me pediu nada que não fosse republicano.
Então, até agora, da minha relação com ele, pessoal, nunca fez nada errado."
Ratinho Junior e Traiano são filiados ao PSD, partido comandado no estado pelo governador.
O g1 procurou o presidente da Alep para que comentasse as declarações do governador, mas o deputado não respondeu aos questionamentos.
Governador do Paraná, Ratinho Junior, e o presidente da Alep, Ademar Traiano — Foto: Roberto Dziura Jr/AEN.
VOCÊ VIU?
O acordo de Traiano.
O governador do Paraná, Ratinho Junior, e o presidente da Alep, Ademar Traiano — Foto: Jonathan Campos/AEN.
Em dezembro de 2022, Traiano e o então primeiro-secretário da Alep, o agora ex-deputado estadual Plauto Miró, firmaram um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Os deputados confessaram terem pedido e recebido propina e, em troca, não responderam a processos na justiça.
Eles também se comprometeram a pagar R$ 187 mil e, com isso, deixaram de responder pelo crime de corrupção passiva.
O acordo foi citado pelo deputado Renato Freitas (PT) nas alegações finais do processo por quebra de decoro parlamentar movido por Traiano contra ele no Conselho de Ética da Assembleia.
Ao Ministério Público, Traiano e Plauto admitiram terem recebido vantagem indevida do empresário Vicente Malucelli, que era um dos responsáveis pela TV Icaraí.
O veículo de comunicação venceu uma licitação para planejamento e produção de conteúdo da TV Assembleia.
Saiba mais detalhes:
Em nota, Ademar Traiano reiterou o "compromisso inabalável com a verdade e com a justiça".
A nota informou que Traiano já formalizou um acordo com o MP-PR, devidamente homologado pelo Judiciário, e que o deputado não está envolvido em nenhum processo em curso, não possui condenação criminal e não enfrenta qualquer pendência com a Justiça.
O ex-deputado Plauto Miró não retornou as tentativas de contato da reportagem.
A TV Icaraí informou que rescindiu o contrato de Vicente Malucelli em julho de 2021.
“A TV Icaraí Ltda.
Tem a esclarecer que o senhor Vicente Baptista Malucelli Neto teve o seu contrato de prestação de serviços rescindido na data de 16/11/2021, em razão de condutas incompatíveis com as regras de governança da empresa e, portanto, não integra mais os quadros nem responde por este veículo de comunicação”
A defesa de Vicente Malucelli classificou a nota da TV Icaraí como inverdadeira.
Afirmou que Vicente Malucelli é colaborador do Ministério Público nos escândalos de corrupção anunciados.
Disse também que Joel Malucelli é quem foi preso quando a operação aconteceu justamente por conduta incompatível com as regras de governança corporativa.
O grupo J. Malucelli e o empresário Joel Malucelli não se manifestaram.
COMENTÁRIO:
"Tem a esclarecer que o senhor Vicente Baptista Malucelli Neto teve o seu contrato de prestação de serviços rescindido na data de 16/11/2021, em razão de condutas incompatíveis com as regras de governança da empresa e, portanto, não integra mais os quadros nem responde por este veículo de comunicação”.
A cultura da corrupção no Brasil, transformou-se em uma prática cultural, que atingem todos os segmentos empresariais, sociais, e políticos !
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 18 de dezembro de 2023.
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