Samara ficou presa por oito dias, por suspeita de envolvimento em golpe de estelionato cometido em 2010; seu pai, Simário, descobriu que os golpistas usaram dados da filha para cometer o crime e que ela foi presa por engano.
Por Fantástico.
Presa por engano, professora de Matemática agora pensa em estudar Direito.
O Fantástico deste domingo (3) conta o drama vivido pela professora Samara Araújo, de 23 anos, que ficou oito dias presa injustamente no Rio de Janeiro.
Professora de matemática e moradora de Rio Bonito, no interior fluminense, Samara foi presa no dia 23 de novembro, por suspeita de envolvimento em um golpe de estelionato cometido há 13 anos, em São Francisco, no interior da Paraíba.
Na última quarta-feira (29), a Justiça da Paraíba expediu o alvará de soltura, graças ao pai da professora, Simário, que desconfiou de um erro na investigação.
O Ministério Público da Paraíba confirmou que os bandidos usaram o CPF de Samara e de outras vítimas.
Em nota, o Tribunal de Justiça da Paraíba disse que não se manifesta sobre decisões e que entrou em contato com o advogado de Samara para falar sobre a resolução do caso.
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O crime aconteceu em setembro de 2010.
Criminosos ligaram para o comerciante Robenildo para aplicar o golpe, com ameaças de morte, e o convenceram a fazer os depósitos.
A investigação da polícia da Paraíba concluiu que todas as contas indicadas pelo estelionatário pertenciam a agências no Rio e que os golpistas usaram vários números de CPF's, entre eles o de Samara.
O processo do estelionato chegou a ser suspenso, por isso não prescreveu.
13 anos depois, a Polícia Civil foi à casa da professora e a conduziu para um presídio na Zona Norte do Rio, onde é feita a triagem para o sistema penitenciário.
Durante o trajeto, Samara entrou em contato com o pai, Simário, que suspeitou que a filha poderia ter sido alvo de um golpe, que os criminosos poderiam ter usado dados dela para abrir outra conta ou hackeado o cartão dela.
"Você não fez nada de errado.
Provavelmente alguém pegou informações no telefone.
Você deve ter clicado em algum link que alguém mandou", disse o pai por mensagem.
Simário é separado de Simone, mãe de Samara e, quando a professora era criança, abriu uma conta em nome dela para enviar dinheiro.
Lendo o processo junto ao advogado, ele percebeu que a filha estava presa por engano e que ela tinha sido vítima de um golpe.
Ainda assim, foi preciso cumprir o mandado de prisão.
Desde então, Simário foi todos dias à porta do presídio, já que a filha poderia sair a qualquer momento.
Em alguns dias, dormiu dentro do carro na porta da penitenciária, com receio de que Samara fosse solta e não tivesse ninguém esperando por ela.
"Eu estava preocupado que ela saísse a qualquer hora da noite de lá.
Ela não conhece o Rio de Janeiro, estava sem dinheiro, sem telefone, então me preocupou, eu fiquei o dia todo lá", relatou Simário.
"Eu sabia que ele ia se esforçar muito pra fazer tudo que tivesse ao alcance dele, mas não dessa forma.
Teve uma hora que alguém falou bem assim: "ah, talvez tenha que ir lá na Paraíba".
Eu falei: se precisar, meu pai vai", contou Samara.
Depois de oito dias presa, ela se reencontrou com o marido, Jonatan, que é auxiliar de produção, e o filho Liam, de dois anos.
Samara trabalha dando aulas de reforço de matemática e se formará em licenciatura na próxima quarta-feira (6).
A professora, agora, traça os planos para começar também o curso de Direito.
COMENTÁRIO:
"Simário é separado de Simone, mãe de Samara e, quando a professora era criança, abriu uma conta em nome dela para enviar dinheiro.
Lendo o processo junto ao advogado, ele percebeu que a filha estava presa por engano e que ela tinha sido vítima de um golpe".
Esse pai, foi um grande herói para sua filha, e um grande vencedor, contra os grandes erros que a nossa justiça brasileira, comete contra pessoas inocentes !
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 03 de dezembro de 2023.
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