Presidente do Banco Central foi alvo de fortes críticas do presidente da República nos primeiros meses do ano, em razão da manutenção das taxas de juros.
Em reviravolta na relação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou para uma confraternização de fim de ano o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
A confraternização, marcada para a noite desta quinta-feira (21), vai reunir ministros do governo, assessores próximos de Lula, líderes do governo e amigos do presidente.
Nos primeiros meses do ano, Campos Neto era alvo de críticas do presidente, em razão das decisões do Conselho Político Monetário (Copom) que, à época, não reduzia as taxas de juros.
O Copom é formado por diretores do BC.
Nos piores momentos da relação institucional, Campos Neto chegou a se queixar com pessoas próximas de que não conseguia nem mesmo ser recebido por ministros do Palácio do Planalto.
A situação agora é diferente. Nesta quinta, ele levou a diretoria do BC para um encontro com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
No início de 2023, um interlocutor do presidente afirmou que Lula jamais receberia Campos Neto.
De lá para cá, os dois já tiveram pelo menos dois encontros.
Campos Neto relatou, em entrevista coletiva nesta manhã, que tem conversado com frequência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
De quarta para quinta, além de terem se visto pessoalmente, se falaram algumas vezes por telefone.
Na mesma entrevista, o presidente do BC elogiou medidas importantes na economia que o governo conseguiu aprovar no Congresso e louvou também o esforço da equipe econômica em buscar a meta fiscal de déficit zero em 2024.
Campos Neto: Lula tem mais paciência para conversa; Bolsonaro era mais disperso
Aproximação.
Campos Neto não só tem buscado uma aproximação com o governo porque quer parar de ser atacado pela esquerda.
Ele também pretende participar da escolha de diretores do BC e até mesmo influenciar a sua sucessão.
O mandato dele acaba em dezembro de 2024.
O Copom é formado por 8 diretores e o presidente do Banco Central.
Desses 8 diretores, 4 foram indicados por Lula ao longo deste ano.
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