Tony Garcia, o delator da operação Lava Jato envolvido na prisão de Beto Richa (PSDB), afirmou em uma audiência com a juíza da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, que fez gravações ilegais do ex-governador e de outras autoridades a pedido do ex-juiz Sergio Moro e de procuradores da força-tarefa.
Na declaração, noticiada pela revista Veja desta sexta-feira 2, Garcia afirma que as gravações eram trocadas por benefícios na Justiça e que havia sido orientado a esconder a parceria ilegal inclusive de seus advogados.
Segundo a acusação feita em juízo, Garcia diz que atuava para atingir
alvos escolhidos por Moro e que prestava contas das ‘missões’ ao
ex-juiz e a procuradores da força-tarefa.
“Eu fui agente infiltrado do Ministério Público, eu trabalhei por dois anos e meio, diuturnamente, com 24 horas tendo um agente da inteligência da Polícia Federal ao meu dispor para eu pedir segurança, para pedir interceptação de telefones, de tudo que colaborasse com a Justiça”, afirmou.
Além do parlamentar, o delator cita os então procuradores da Lava-Jato Deltan Dallagnol, Carlos Fernando, Januário Paludo e Diogo Castor.
As acusações contra o atual senador foram feitas ainda em 2021 à juíza Hardt.
No entanto, as denúncias ficaram engavetadas até a 13ª Vara ser assumida por Eduardo Appio, hoje afastado do cargo por decisão do TRF-4.
Recentemente, as acusações feitas pelo delator foram enviadas para o ministro relator do caso no STF, Dias Toffoli.
Garcia deverá prestar novo depoimento à Justiça no próximo dia 9.
Moro negou as acusações feitas por Garcia a quem chamou de ‘criminoso condenado’.
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