Comentarista de política e economia da GloboNews.
Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos.
A Polícia Federal deve pedir a abertura de uma investigação sobre um áudio enviado pelo ex-major do Exército Ailton Barros, aliado de Mauro Cid.
Também militar, Mauro Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No áudio, Barros propõe um plano de golpe de Estado.
Pela mensagem, ele indica que fez a gravação no dia 15 de dezembro do ano passado, a poucos dias de Bolsonaro deixar o mandato.
A mensagem foi enviada de Barros para Cid.
A transcrição foi divulgada inicialmente pela CNN Brasil.
A TV Globo também teve acesso.
Barros começa explicando o "conceito da operação":
"Conceito da operação.
Então, hoje já é 0h59 de quinta feira, dia 15 de dezembro.
É o seguinte: entre hoje e amanhã, sexta feira, continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que ele tem que fazer", afirmou o ex-major.
Ele continua:
"Até amanhã a tarde, ele [o comandante] aderindo bem, ele faça um pronunciamento.
Então, é..
Se posicionando dessa maneira, para a defesa do povo brasileiro.
E se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa, que você viu, né, eu não preciso falar, que está abalada, em todo o Brasil".
Mais adiante, no áudio, Barros afirma que "na segunda-feira tem que ser lida a portaria ou as portarias, o decreto ou os decretos de garantia da lei e da ordem e botar as Forças Armadas, cujo comandante do supremo é o presidente da República, para agir".
No material obtido pela PF, não aparece se Cid respondeu ao áudio.
Cid e Barros foram presos nesta quarta (2), pela PF, por envolvimento em suposta fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro.
Os investigadores já avisaram ao STF que estão analisando o áudio de Barros sobre a proposta de golpe e buscando outras informações no material colhido na operação desta semana para embasar o pedido de investigação.
O militar da reserva Ailton Barros, que foi preso na operação da PF sobre fraudes em cartões de vacinação — Foto: Reprodução/Globo.
COMENTÁRIO:
Nenhum comentário:
Postar um comentário