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quarta-feira, agosto 17, 2022

Morre, aos 87 anos, Major Curió, que comandou repressão à Guerrilha do Araguaia na ditadura

Major Curió revela que ordem para matar na Guerrilha do Araguaia foi do Palácio do Planalto.

Coronel da reserva do Exército faleceu na madrugada desta quarta-feira (17), em Brasília. 

Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por homicídio e ocultação de cadáveres.

Por g1 DF

Presidente Jair Bolsonaro e Sebastião Curió, o Major Curió, durante encontro no Planalto — Foto: Facebook do senador Chico Rodrigues (DEM-RR)

Presidente Jair Bolsonaro e Sebastião Curió, o Major Curió, durante encontro no Planalto — Foto: Facebook do senador Chico Rodrigues (DEM-RR).

O coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura morreu aos 87 anos, no hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, em Brasília, na madrugada desta quarta-feira (17). 

Natural de Minas Gerais, ele era mais conhecido como Major Curió.

O oficial do Exército foi responsável por comandar a repressão à Guerrilha do Araguaia na ditadura militar, e foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por homicídio e ocultação de cadáveres durante o combate à guerrilha (veja detalhes abaixo).

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A informação da morte foi confirmada pela assessoria do hospital. 

A unidade de saúde afirma que, por questões de sigilo médico, não pode dar mais informações sobre a causa do falecimento.

Guerrilha e Serra Pelada.

Major Curió foi o oficial do Exército que comandou ao movimento contrário à ditadura militar, que atuou entre as décadas de 1960 e 1970. 

O combate entre guerrilheiros e militares ocorreu na divisa dos estados de Goiás, Pará e Maranhão, deixando mortos 67 opositores à ditadura.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Curió e os militares subordinados a ele chegaram a matar pessoas mesmo estando rendidas e sem apresentar resistência a eles.

"[Os crimes] foram comprovadamente cometidos no contexto de um ataque sistemático e generalizado contra a população civil brasileira, promovido com o objetivo de assegurar a manutenção do poder usurpado em 1964, por meio da violência", afirmou o MPF.

Em maio de 1980, ele foi designado pelo regime militar interventor em Serra Pelada (PA). 

Na ocasião, se tornou a única autoridade civil e militar da região. 

Curió proibiu a entrada de mulheres, cachaça e armas na zona de trabalho. 

O revólver dele, como costumava dizer, era o que "cantava mais alto".

Em 2009, ao jornal "O Estado de S. Paulo", Curió afirmou que o Exército executou 41 pessoas no Araguaia.

Em 2020, o militar foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em encontro no Palácio do Planalto, em Brasília.

Denúncias.

Em agosto do ano passado, o MPF registrou a 10ª denúncia contra militares por crimes na repressão à Guerrilha do Araguaia

Comandante da operação, Sebastião Curió é acusado em sete das dez ações.

No total, foram sete denúncias pelos assassinatos de dez opositores à ditadura; duas por sequestro e cárcere privado de seis vítimas; e uma por falsidade ideológica.

Vida política

Em 1982, Curió foi eleito deputado federal pelo Pará. 

Em 2000, ele foi eleito prefeito de Curionópolis, no Pará, assumindo o mandato em 2001. 

COMENTÁRIO:

"O oficial do Exército foi responsável por comandar a repressão à Guerrilha do Araguaia na ditadura militar, e foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por homicídio e ocultação de cadáveres durante o combate à guerrilha (veja detalhes abaixo)". 

Como primeiro prefeito de Curionópolis, município paraense, deixou um legado de respeito como autoridade municipal, na questão da segurança pública do município que governava, porque era temido pelos bandidos, pistoleiros, e ladrões, porque esses tais vermes da sociedade, não se criavam naquele município que eu conheci muito bem, tanto como o então major Curió. 

Valter Desiderio Barreto.

Barretos, São Paulo, 17 de agosto de 2022. 

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