A comerciante Patrícia Coutinho fez filmagens com celular, em casa, por temer pela própria vida.
Ela denunciou o tenente Gean Franque da Silva, na Deam de São Gonçalo.
Por Edvaldo Santos e Lívia Torres, RJ1
Esposa de tenente do exército grava violência doméstica e denuncia militar.
A mulher de um tenente do Exército procurou a polícia para denunciar agressões que vinha sofrendo.
Ela conseguiu filmar os momentos de terror que vivia dentro da própria casa, como mostrou o RJ1 nesta sexta-feira (1).
As imagens mostram a mulher sendo agredida verbal e fisicamente.
As cenas de agressão se repetiam quase todos os dias, segundo a vítima.
A comerciante Patrícia Coutinho, de 45 anos, diz que conheceu o oficial do Exército Gean Franque da Silva, de 41 anos, numa roda de samba em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Decidiram morar juntos, na casa dela, em São Gonçalo, em 2019, e se casaram no ano seguinte.
Patrícia contou que primeiro começaram as agressões verbais e psicológicas, que logo evoluíram para agressões físicas.
Quando passou a temer pela própria vida, ela decidiu registrar tudo com um celular escondido.
Numa das gravações, o marido diz:
"Não adianta correr para o banheiro, não.
Se não eu vou quebrar a porta do banheiro.
Aí você vai chamar a Polícia Militar.
Eu vou quebrar a porta do banheiro hoje, com tudo dentro.
Aí acaba de vez o casamento", disse o marido.
E continuou falando:
"Chama a polícia, então.
Liga pra polícia e me leva de uma vez.
Acaba de uma vez, chama a polícia, faz o BO, vai na delegacia e dá parte.
Vai lá e fala com o general, chorando e mostra as fotos todas.
Eu vou dizer que não estou nem aí.
Eu não estou nem mais aí para nada", afirmou Silva.
Patrícia conta que acreditava que o marido pudesse mudar.
"No inicio, eu acreditava que ele pudesse mudar, tentava dialogar, pedia para ele procurar um tratamento, fazer uma terapia.
Quando eu percebi que ele não queria se tratar, não queria mudar, que ele não ia mudar, eu pensei: eu preciso fazer alguma coisa para provar o que ele faz comigo e também porque eu posso morrer.
Eu botei uma câmera de celular, com muito medo, para filmar e filmei", contou .
Marcas da violência.
As marcas da violência ficavam no rosto, nos braços, na orelha, na boca e no cabelo.
"Ele inclusive falava sempre: o dia que você me denunciar ou você me largar, eu mato você.
Eu volto e boto fogo na sua casa, ele sempre disse isso", disse Patrícia.
No dia 11 de junho, o casal teve uma nova briga por causa de ciúmes.
No dia seguinte, Dia dos Namorados, o oficial do Exército queria obrigar a mulher a postar uma foto dos dois nas redes sociais.
Ela se negou, a briga continuou até o dia seguinte, quando ela foi agredida mais uma vez, e chamou a polícia.
Antes de os agentes chegarem, Gean fugiu.
Patrícia registrou a denúncia na Deam de São Gonçalo e passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal.
Para ela, todas as mulheres que sofrem agressões deveriam fazer o mesmo.
"Para as mulheres não romantizarem o ciúme, não aceitarem agressão.
E as mulheres que já passam, denunciarem, não sentirem medo, vergonha, nem culpa", disse Patrícia.
A equipe do RJ1 tentou contato com Gean Franque da Silva, mas não conseguiu.
O Comando Militar do Leste disse que os órgãos de segurança pública do Rio abriram um processo investigatório contra o tenente.
E um outro processo administrativo foi instaurado pelo Exército brasileiro.
O CML disse ainda que repudia atitudes e comportamentos em conflitos com a lei.
ISP registra 70 mil casos de lesão corporal contra mulheres.
De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), só no ano passado foram registrados em todo o estado quase 70 mil casos de lesão corporal contra mulheres.
Na quinta-feira (30), a polícia prendeu Júlio César Perrona, de 32 anos, pela morte da companheira dele Valquíria Celina Ferreira Santos, de 35 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Ela ficou seis dias internada no Hospital da Posse, depois de ter sido espancada com uma escavadeira manual, na semana passada.
COMENTÁRIO:
"No inicio, eu acreditava que ele pudesse mudar, tentava dialogar, pedia para ele procurar um tratamento, fazer uma terapia.
Quando eu percebi que ele não queria se tratar, não queria mudar, que ele não ia mudar, eu pensei: eu preciso fazer alguma coisa para provar o que ele faz comigo e também porque eu posso morrer.
Eu botei uma câmera de celular, com muito medo, para filmar e filmei", contou .
Marcas da violência.
As marcas da violência ficavam no rosto, nos braços, na orelha, na boca e no cabelo.
"Ele inclusive falava sempre: o dia que você me denunciar ou você me largar, eu mato você.
Eu volto e boto fogo na sua casa, ele sempre disse isso", disse Patrícia".
Quando o marido agressor, começa ameaçar de morte a companheira, o aconselhável, é ela se separar definitivamente, e procurar seus direitos na justiça, e procurar se proteger, porque quando esses militares ameaçam de morte, é porque eles já tem o instinto de assassino !
É melhor prevenir do que remediar !
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 01 de julho de 2022.
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