O presidente Jair Bolsonaro e o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, em 4 de fevereiro de 2022 no Palácio do Planalto - AFP/Arquivos. |
Ex-ministro da Educação falava com a filha.
Justiça Federal atendeu a pedido do Ministério Público e encaminhou para o Supremo a investigação sobre o ex-ministro da Educação devido a suspeita de interferência de Bolsonaro.
Por Bruno Tavares , TV Globo — Brasília.
Caso Milton Ribeiro: ex-ministro falou com filha sobre conversa com o presidente, aponta P.
O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse em 9 de junho, em conversa com uma filha, que recebeu uma ligação de Jair Bolsonaro(PL) em que o presidente dizia temer ser atingido pela investigação da Polícia Federal contra Ribeiro.
"A única coisa meio... hoje o presidente me ligou... ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe?
É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?", disse Ribeiro para a filha.
O trecho está em investigação da Polícia Federal.
"Ele quer que você pare de mandar mensagens?", pergunta a filha.
"Não!
Não é isso... ele acha que vão fazer uma busca e apreensão... em casa... sabe... é... é muito triste.
Bom!
Isso pode acontecer, né?
Se houver indícios, né?", afirmou o ministro.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu para a Justiça que a investigação sobre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro seja enviada para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o MPF, a medida é necessária porque há indício de que o presidente Jair Bolsonaro pode ter interferido na investigação.
O MPF justifica o pedido com base em interceptações telefônicas de Milton Ribeiro que indicam a possibilidade de vazamento das apurações do caso.
Segundo o MPF, há indícios de que houve vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Bolsonaro.
O advogado Daniel Bialski disse para Andréia Sadi que ainda não havia tido acesso a todo o processo.
E que, se há a citação ao foro privilegiado, a prisão de Milton Ribeirão deveria ter sido decretada pela primeira instância --e o caso ter sido remetido antes ao Supremo Tribunal Federal.
"Observando o áudio citado na decisão, causa espécie que se esteja fazendo menção a gravações/mensagens envolvendo autoridade com foro privilegiado, ocorridas antes da deflagração da operação.
Se assim o era, não haveria competência do juiz de primeiro grau para analisar o pedido feito pela autoridade policial e, consequentemente, decretar a prisão preventiva", informou a defesa de Milton Ribeiro.
O g1 perguntou à Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) se o Palácio do Planalto pretende se manifestar e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
Ex-ministro fala sobre Bolsonaro com a filha — Foto: Reprodução
Investigação.
Gravações mostram que Milton Ribeiro temia busca e apreensão.
A Justiça Federal de Brasília atendeu a um pedido do Ministério Público Federal e encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação sobre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suspeita de envolvimento dele e de pastores em um esquema para liberação de verbas da pasta.
O pedido do MPF foi baseado em conversas do ex-ministro com terceiros, gravadas com autorização da Justiça, e que, na visão dos procuradores, são indícios de que o presidente Jair Bolsonaro interferiu na investigação.
O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara de Justiça Federal de Brasília, destacou em sua decisão alguns trechos dessas conversas.
Veja a transcrição:
Conversa com uma pessoa identificada como Waldomiro:
MILTON RIBEIRO: Tudo caminhando, tudo caminhando.
Agora... tem que aguardar né.... alguns assuntos tão sendo resolvidos pela misericórdia divina né...negócio da arma, resolveu... aquele... aquela mentira que eles falavam...que os ônibus estavam superfaturados no FNDE... pra... (ininteligível) também... agora vai faltar o assunto dos pastores, né?
Mas eu acho assim, que o assunto dos pastores... é uma coisa que eu tenho receio um pouco é de... o processo... fazer aquele negócio de busca e apreensão, entendeu?
Conversa com uma pessoa identificada como Adolfo:
MILTON: (...) mas algumas coisas já foram resolvidas né... acusação de que houve superfaturamento... isso já foi... agora, ainda resta o assunto do envolvimento dos pastores, mas eu creio que, no devido tempo, vão ser esclarecidos....
Conversa com um familiar:
MILTON: Não!
Não é isso... ele acha que vão fazer uma busca e apreensão...em casa... sabe... é... é muito triste. Bom!
Isso pode acontecer, né? se houver indícios né...
COMENTÁRIO:
"MILTON RIBEIRO: Tudo caminhando, tudo caminhando.
Agora... tem que aguardar né.... alguns assuntos tão sendo resolvidos pela misericórdia divina né...negócio da arma, resolveu... aquele... aquela mentira que eles falavam...que os ônibus estavam superfaturados no FNDE... pra... (ininteligível) também... agora vai faltar o assunto dos pastores, né?
Mas eu acho assim, que o assunto dos pastores... é uma coisa que eu tenho receio um pouco é de... o processo... fazer aquele negócio de busca e apreensão, entendeu?"
Esse cara brinca com as coisas sérias de Deus: "alguns assuntos tão sendo resolvidos pela misericórdia divina".
Será que esse mercenário corrupto junto com seus colegas, que faziam parte do gabinete paralelo, conforme denúncia, pensam que Deus está ouvindo as orações deles a favor do Bolsonaro, e deles ?
As Sagradas Escrituras afirmam que Deus não ouve oração de pecadores, e no andar da carruagem, o Bolsonaro depois das eleições, vai ter o mesmo destino que o Lula, e o Temer teve.
Cadeia !
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 24 de junho de 2022.
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