Roberta
Ramalho apareceu na lista dos 30 jovens mais promissores do Brasil da
revista Forber.
Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no apartamento dela nos Jardins, em São Paulo, e na Falcon Estaleiros do Brasil, razão social da Intermarine, em Osasco, nesta quarta (22).
Por Bruno Tavares, TV Globo e G1 SP — São Paulo
Roberta Ramalho, presidente da Intermarine — Foto: Reprodução/Intermarine.
Roberta Ramalho, de 27 anos, sócia da empresa de barcos de luxo que é investigada por suspeita de sonegação fiscal no estado de São Paulo, já apareceu na lista dos 30 jovens mais promissores do Brasil, segundo a edição da revista Forbes em 2016.
Nesta quarta-feira (22) a Operação Cavalo Marinho cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços ligados à sócia e CEO da Falcon Falcon Estaleiros do Brasil, razão social da marca Intermarine, com sede em Osasco, na Grande São Paulo.
Outros endereços residenciais da CEO e de mais pessoas também foram vistoriados.
Foram cumpridos 19 mandados em São Paulo, Barueri, Osasco, Itupeva, Jundiaí e Mairiporã e foram expedidos pela Justiça em Osasco.
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Força-tarefa cumpre 19 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de sonegação fiscal.
É a primeira ação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), que reúne o Ministério Público (MP) de São Paulo, a Fazenda Estadual e a Procuradoria Geral do Estado.
Roberta Ramalho, a jovem de 22 anos que comanda um dos maiores estaleiros do Brasil. |
A operação apura três crimes: sonegação fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Intermarine é líder no mercado brasileiro de embarcações de luxo.
Possui seis fábricas em São Paulo e uma unidade de montagem no Guarujá, no litoral paulista, segundo reportagem de abril de 2021 do Valor Econômico.
Em nota, a defesa da Falcon Estaleiros do Brasil disse que "a empresa não foi notificada e ainda não tem informações detalhadas do processo que motivou a operação.
A empresa é a maior interessada em esclarecer todos os pontos e não medirá esforços para colaborar com as autoridades no que for necessário".
O comunicado diz, ainda, que "em breve, [a empresa] irá comprovar, perante a justiça, a lisura da atuação da Falcon e de seus sócios".
Dinheiro apreendido no haras da empresária — Foto: Divulgação.
‘Escalada’.
Policiais tiveram de 'escalar' um prédio nos Jardins, área nobre de São Paulo, nesta quarta-feira (22), para entrar no apartamento de Roberta.
Ela teria recusado abrir a porta para os investigadores.
Um vídeo gravado por policiais mostram o momento que eles usam uma escada para subir e alcançar uma sacada. Veja abaixo.
Policiais escalam prédio e derrubam porta para cumprir mandados de busca e apreensão em operação contra fraude fiscal.
Segundo os investigadores, a empresa, um dos maiores estaleiros da América Latina, deve cerca de R$ 50 milhões de ICMS no Estado de São Paulo e outros R$ 490 milhões em tributos federais, conforme análise da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Forbes.
Segundo a publicação da Forbes à época, Roberta Ramalho assumiu a presidência do estaleiro líder em embarcações de luxo no Brasil em 2013.
A Intermarine, que é um dos braços da Falcon, foi criada há mais de 43 anos e, até 1984, pertencia a família Fontoura, criadora do biotônico Fontoura.
O estaleiro foi comprado em 1984 pelo empresário Gilberto Ramalho, pai de Roberta.
Força-tarefa de operação contra sonegação fiscal em SP — Foto: Divulgação/Secretaria da Fazenda.
Segundo o Valor Econômico, os barcos da empresa tem tecnologia de última geração e medem de 14 a 29 metros de comprimento.
O modelo de entrada custa R$ 4,8 milhões, mas o valor médio das embarcações é de R$ 8,5 milhões.
Também são produzidos barcos esportivos e clássicos por encomenda.
A TV Globo apurou que um barco também chegou a ser vendido por R$ 50 milhões.
Ainda de acordo com o Valor Econômico, as vendas da empresa aumentaram 50% em 2020, quando a pandemia de Covid impediu que o público de alta renda tomasse aviões para fazer turismo.
Por isso, a opção de navegar no próprio barco ganhou força.
‘Laranjas’.
Dinheiro apreendido durante operação — Foto: Divulgação/MP.
Os investigadores descobriram que, para escapar do Fisco, a empresa montou um sofisticado esquema de blindagem patrimonial e uma rede de empresas fantasmas, abertas em nome de ‘laranjas’.
Felipe Notarbartolo di Villarosa do Amaral, namorado da empresária, é apontado pela investigação como principal laranja do esquema.
O investigado também não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto.
O objetivo da operação é recolher documentos e informações que ajudem a comprovar as fraudes.
Os investigadores também querem entender porque a empresa emitiu notas fiscais subfaturadas e se clientes se beneficiaram disso.
COMENTÁRIO:
"Os investigadores descobriram que, para escapar do Fisco, a empresa montou um sofisticado esquema de blindagem patrimonial e uma rede de empresas fantasmas, abertas em nome de ‘laranjas’.
Felipe Notarbartolo di Villarosa do Amaral, namorado da empresária, é apontado pela investigação como principal laranja do esquema".
Sempre nas grandes empresas brasileiras sonegadoras de impostos, são usados "laranjas", bem próximo dos empresários com o objetivo de burlar o Fisco !
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 22 de setembro de 2021.
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