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quarta-feira, setembro 29, 2021

Justiça de SP condena Prevent Senior a pagar R$ 2 milhões a família que precisou transferir paciente que tomou 'kit Covid' para o Einstein

Segundo juiz, houve falha no atendimento prestado pela operadora de saúde que 'não providenciou internação em UTI, recomendada pelo grave estado do paciente, inicialmente atendido em enfermaria'. Valor, determinado em decisão provisória, será pago em juízo e destinado diretamente para as custas do hospital. Cabe recurso.

Por Marcela Mattos e Tahiane Stochero, g1 SP

Fachada de prédio da Prevent Senior — Foto: Reprodução/TV Globo

Fachada de prédio da Prevent Senior — Foto: Reprodução/TV Globo.

A Justiça de São Paulo determinou, nesta semana, que a Prevent Senior deposite R$ 1,92 milhão em juízo para o pagamento do tratamento do aposentado Carlos Alberto Reis, 61 anos, que tomou o "kit Covid" após ser internado em uma unidade hospitalar da operadora de saúde na capital paulista e não receber o atendimento adequado contra a Covid-19. 

A decisão é provisória e cabe recurso.

Na ocasião, o paciente foi transferido, por opção da família, para o Hospital Israelita Albert Einstein, onde ficou internado, pois o hospital privado era a único com unidade de terapia intensiva (UTI) disponível na época, em março de 2021. Ele teve alta após dois meses de internação.

A decisão, do juiz Guilherme Santini Teodoro, da 30ª Vara Cível, foi assinada na segunda-feira (27), mas publicada nesta quarta-feira (29), e determina que a empresa deposite em juízo os quase R$ 2 milhões em até 5 dias.

A decisão é em caráter liminar (provisória, sem a defesa da empresa) e cabe recurso. 

O valor será destinado apenas para pagar o Einstein.

Na decisão, o juiz diz ver "elementos indicativos de falha em atendimento médico-hospitalar" por parte da Prevent Senior, com base em relatórios médicos presentes nos autos. 

O paciente mostrou que tomou "medicamentos comprovadamente ineficazes, como ivermectina e hidroxicloroquina", para o tratamento do coronavírus, quando o paciente já estava com insuficiência respiratória.

"Aplicou-se "kit Covid" e não se providenciou internação em UTI, recomendada pelo grave estado do paciente, inicialmente atendido em enfermaria [do hospital Sancta Maggiore] e depois, por intervenção de médico de confiança da família, em semi UTI", escreveu o juiz na decisão.

Segundo o magistrado, a piora progressiva e a falta de ventilação obrigou a família a seguir a recomendação de um médico particular e transferir o aposentado para um hospital privado. 

O Einstein era o único com UTI disponível na ocasião, alegou a família.

"A aparente falha em atendimento médico-hospitalar da rede credenciada da ré, -- com quadro de insuficiência respiratória, instabilidade hemodinâmica, sepse, piora progressiva e falta de bloqueador neuromuscular necessário para adequada ventilação --, determinou, -- por decisão da família com médico de confiança, transferência para o hospital Albert Einstein, na ocasião, aparentemente, o único com vaga em UTI, sobrevindo, então, melhor atendimento até alta que, segundo o relatório referido, demorou por causa das intercorrências e atrasos no tratamento adequado no hospital Sancta Maggiore", escreveu o juiz.

O g1 procurou a Prevent Senior e aguarda resposta. 

Sobre casos semelhantes envolvendo o "kit Covid", a operadora sempre afirmou que "sempre atuou dentro dos parâmetros éticos e legais"

A família do doente disse que teve que pedir dinheiro emprestado a familiares e amigos para pagar o hospital Albert Einstein e o tratamento após a doença e que, por isso, recorreu à Justiça, para que a Prevent Senior fosse condenada a arcar com os valores do tratamento no Einstein, escreveu o magistrado na decisão, que é pública.

Prevent Senior fez tratamento experimental sem autorização, segundo filha de ex-paciente

Prevent Senior fez tratamento experimental sem autorização, segundo filha de ex-paciente.

Prevent Senior é alvo de série de investigações por falha em serviço.

A operadora de saúde é alvo de investigação da CPI da Covid, no Congresso Federal, do Ministério Público de São Paulo, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de órgãos de vigilância por falha na prestação de serviços e até por negligência e omissão de mortes de pacientes com Covid-19 durante a pandemia.

Depois disso, um dos médicos inclusive registrou um boletim de ocorrência em que relata ter sofrido ameaças do diretor-executivo da operadora de saúde, Pedro Benedito Batista Júnior.

Agora, a CPI da Covid-19 investiga um dossiê que aponta que a Prevent ocultou mortes em um estudo com hidroxicloroquina, remédio que não funciona contra Covid.

Os indícios da fraude aparecem em documentos e áudios e, segundo os documentos, houve pelo menos o dobro de mortes entre os pacientes tratados com cloroquina analisados pelo estudo.

Prevent Senior: Família de paciente denuncia uso de remédios ineficazes sem autorização

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