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quarta-feira, setembro 01, 2021

Delegado diz que filha de empresários e sindicalista que morreram em garimpo faziam parte de esquema de desvio de explosivos em MT

Filha de empresários morre durante explosão de dinamites em garimpo.

Investigação apontou que explosão ocorreu quando grupo tentava apagar o código de rastreio das dinamites.

Por G1 MT

Delegado fala sobre investigação de explosão em garimpo que matou duas pessoas

Delegado fala sobre investigação de explosão em garimpo que matou duas pessoas.

O delegado da Polícia Civil Victor Hugo Caetano Freitas disse que a universitária Daniella Trajano Dalff, de 28 anos, e o presidente da Cooperativa dos Garimpeiros, Mario Lucier Caldeira, faziam parte de um esquema criminoso de desvio de explosivos no estado. 

Os dois morreram na explosão de dinamites em um garimpo de Guarantã do Norte, no dia 20 de agosto. 

Outras três pessoas ficaram feridas.

No dia da explosão, segundo o delegado, Daniella e Mario manuseavam um solvente inflamável para apagar os códigos de rastreio dos explosivos, com a finalidade de comercialização no mercado ilegal.

"A polícia conseguiu apurar até então que todos os envolvidos, inclusive as duas vítimas, faziam parte de um esquema criminoso de desvio clandestino de emulsões e outros componentes explosivos", disse.
Daniella Trajano Dalff e Mario Lucier Caldeira morreram em explosão de garimpo em MT — Foto: Reprodução

Daniella Trajano Dalff e Mario Lucier Caldeira morreram em explosão de garimpo em MT — Foto: Reprodução.

Victor Hugo explicou que os códigos são obrigatórios em todo material explosivo e servem para rastrear a carga desde a origem até o destino final do material, que tem o uso controlado pelo Exército Brasileiro.

"Já temos a certeza de que eles [explosivos] não deveriam estar em Guarantã do Norte. 

Outro fato que chama a atenção é o período em que ocorreu a explosão. 

Eles utilizavam raspagem com solvente no período noturno. 

As espoletas, que são materiais mais sensíveis, acabaram explodindo por causa da relação com o solvente utilizado e outra fonte de calor a ser apontada pela perícia", explicou.

Relatórios do Exército Brasileiro sobre o rastreio do material explosivo e o da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, sobre a detonação da dinamite e dos cordéis, serão anexados ao inquérito policial e vão subsidiar a investigação.

Dinamites explodiram em garimpo em MT — Foto: Corpo de Bombeiros

Dinamites explodiram em garimpo em MT — Foto: Corpo de Bombeiros.

Na próxima semana, o delegado responsável pelo inquérito deve ouvir o proprietário da empresa que comercializou o material explosivo e uma das pessoas que estava presente no local no momento da explosão.

Durante as investigações, foram ouvidos trabalhadores que estavam no local e apurada a informação de que os explosivos apreendidos tinham outro destino e estavam no garimpo clandestinamente.

No garimpo, foram apreendidos pela Polícia Civil 300 quilos de emulsão de dinamite e mais de mil metros de cordel detonante.

Explosão em garimpo deixou duas pessoas mortas — Foto: Corpo de Bombeiros

Explosão em garimpo deixou duas pessoas mortas — Foto: Corpo de Bombeiros.

A explosão

O atrito entre o solvente e o cordel ocasionou a explosão, contudo, essas informações serão confirmadas com o laudo da Perícia Oficial do Estado. 

Duas ou três bananas de dinamite também explodiram e as pessoas que estavam mais próximas do material sofreram os danos fatais.

O cordel é flexível, com um núcleo de material explosivo, e pode ser utilizado para iniciar explosivos como reforçadores, encartuchados e bombeados e como linha mestra para iniciar detonadores não elétricos.

A polícia ainda está reunindo informações e laudos técnicos para esclarecer as causas da explosão e as responsabilidades sobre o incidente e o material explosivo encontrado no local.

Policiais detonam explosivos em garimpo em MT

Policiais detonam explosivos em garimpo em MT.

Detonação

Uma equipe da Divisão Antibombas da polícia foi a Guarantã do Norte no dia seguinte, após a explosão no garimpo, para fazer a detonação do material apreendido pelas equipes policiais.

Após levantamento do material e de procedimentos de segurança para que as equipes policiais pudessem dar continuidade às diligências investigativas no garimpo, a equipe da GOE fez a detonação, com segurança, dos 300 kg das emulsões de dinamite e dos cordéis, em uma área na região rural de Guarantã do Norte. 

 COMENTÁRIO:

"O delegado da Polícia Civil Victor Hugo Caetano Freitas disse que a universitária Daniella Trajano Dalff, de 28 anos, e o presidente da Cooperativa dos Garimpeiros, Mario Lucier Caldeira, faziam parte de um esquema criminoso de desvio de explosivos no estado. 

Os dois morreram na explosão de dinamites em um garimpo de Guarantã do Norte, no dia 20 de agosto". 

Os dois foram se envolver com o que não deveriam, pagaram com a vida !

Valter Desiderio Barreto.

Barretos, São Paulo, 1º de setembro de 2021.

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