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domingo, dezembro 27, 2020

Filho de Cristina Kirchner cava espaço como sucessor da mãe

oglobo.globo.com


Janaina Figueiredo.
26 de dezembro de 2020
Máximo Kirchner, filho da ex-presidente da Argentina Cristina Fernández Kirchner e líder do governo Foto: Gabriel Sotelo/Fotoarena / Agência O Globo 14-12-17
Máximo Kirchner, filho da ex-presidente da Argentina Cristina Fernández Kirchner e líder do governo Foto: Gabriel Sotelo/Fotoarena / Agência O Globo 14-12-17.


Líder do governo na Câmara, Máximo Kirchner impulsionou projetos de lei de grande repercussão, mas é acusado de irregularidades

 

Ele não gosta de dar entrevistas, fala em público apenas quando é extremamente necessário, e sua função como deputado e líder do kirchnerismo impõe uma agenda aberta. 

A grande maioria do tempo, vive nas sombras, apesar de ser líder do governo de Alberto Fernández na Câmara dos Deputados, figura de proa do movimento de jovens kirchneristas La Cámpora e filho da vice-presidente Cristina Kirchner.

Aos 43 anos, Máximo Kirchner é um dos homens poderosos da política nacional, para alguns o sucessor natural da ex-chefe de Estado (2007-2015).

Enquanto o atual presidente vive às voltas com crises em diversas áreas, o deputado Kirchner consolida uma base de influência sólida e se torna cada dia mais conhecido através de projetos de lei de ampla repercussão, entre eles o que cria um novo imposto sobre grandes fortunas, recentemente aprovado. 

Também promoveu uma iniciativa para controlar queimadas, que gerou fortes críticas de lideranças ruralistas.

Impopular.

Segundo informações que circularam em Buenos Aires, o presidente não era a favor de aprovar o projeto que prevê uma “contribuição solidária” dos mais ricos do país neste momento. 

Com a deterioração da situação sanitária, Fernández sofreu expressiva queda nas pesquisas — em torno de 20 pontos percentuais — e tenta recuperar apoios perdidos.

No entanto, o líder na Câmara bateu o pé, e a iniciativa obteve sinal verde, uma vitória que Máximo também comemorou em silêncio.  

Se o diálogo entre o presidente e sua vice está no freezer, a comunicação entre Fernández e o líder na Câmara tampouco passa por seu melhor momento.

Pesquisas realizadas por empresas de consultoria como a do analista Hugo Haime mostram que a imagem positiva de Máximo é a mais baixa de uma lista de 12 dirigentes de peso no país, alcançando 28%. 

O filho mais velho de Cristina, pai de seu neto chamado, como o avô, Néstor, é popular apenas entre os jovens kirchneristas.

— Máximo é um dos dirigentes mais mal avaliados da Argentina. 

Ser Kirchner é um grande complicador — disse Haime.

Para o analista, o líder na Câmara “administra poder, mas ainda é um desconhecido para muitos argentinos”.

— Hoje a grande discussão na Argentina é se manda Fernández ou Cristina. 

O futuro do kirchnerismo e de Máximo dependerá da evolução do governo atual — explicou Haime, consultor favorito de governadores peronistas e de dirigentes do governo, entre eles o presidente da Câmara, Sergio Massa.

Ele concorda com fontes do mundo peronista em que Cristina compartilha seu projeto de poder com o filho mais velho. 

Máximo administra a fortuna familiar há muitos anos e, após a morte do pai, tornou-se o principal aliado da mãe. 

O afastamento entre a vice e o presidente criou um ambiente de incerteza na política argentina e, nessa situação, a figura de Máximo tem crescido.

Se nas eleições legislativas de 2021 o peronismo aliado ao kirchnerismo conquistar maioria em ambas as Casas — hoje tem o controle apenas do Senado — o poder de Máximo será potencializado. 

O resto da equação dependerá da situação de Fernández e de seu governo. 

O futuro do líder na Câmara está condicionado ao do país. 

Se o atual governo não conseguir tirar a economia do buraco e a oposição ficar bem posicionada após as eleições legislativas de 2021, a força de Máximo será menor, apesar dos 30% de respaldo que sua mãe mantém.

O líder na Câmara também tem sido notícia pelos processos judiciais em que está envolvido, por acusações de suposta associação ilícita e lavagem de dinheiro. 

Os mesmos em que a ex-presidente também é acusada. 

Como proprietário de imóveis da família, entre eles hotéis de luxo na Patagônia, Máximo ainda deverá explicar aos tribunais locais por que empresários ligados aos Kirchner alugaram quartos de hotel e apartamentos por valores muito acima do preço de mercado. 

Imóveis que, em alguns casos, nunca foram ocupados.

Perdão de dívida.

Vários destes processos foram iniciados por denúncias articuladas pela advogada Silvina Márquez, a mesma que revelou recentemente que a Receita Federal argentina autorizou parcelar uma dívida tributária de Máximo que se arrasta desde 2016, em 96 vezes, com juros de 2% ao ano. 

Isso aconteceu no mesmo momento em que o deputado defendia o novo imposto sobre grandes fortunas.

— Como Máximo teve vários de seus bens embargados pela Justiça, em 2018 pediu que o Judiciário assumisse os pagamentos de seus tributos. 

Isso foi negado, porque em muitos casos os tributos estão relacionados a bens que não foram embargados. 

De volta ao poder, obteve enormes benefícios — contou Silvina.

Para a advogada, o líder na Câmara é sócio político e econômico da mãe.

— Diferentemente de sua irmã, Florencia, o deputado sempre teve ingerência nas finanças familiares, e desde a morte do pai, passou a ser o principal administrador. 

Ele passou a ocupar o papel do pai em muitos sentidos — disse.

Aliados de Máximo foram designados a postos-chave na estrutura de poder do governo nacional e da província de Buenos Aires, a mais importante da Argentina. 

Ela é governada pelo também kirchnerista Axel Kicillof, ex-ministro da Economia do segundo governo de Cristina. 

Em 2019, pensou-se que o líder na Câmara poderia disputar o governo provincial, mas a ex-presidente terminou optando por Kicillof, que tinha mais experiência. 

Máximo foi eleito pela primeira vez em 2015, com uma votação que ficou abaixo da esperada em seu feudo, a província patagônica de Santa Cruz.

Hoje, o filho da vice de Fernández se fortalece no mundo peronista, começa a ser conhecido pela sociedade e faz planos para futuras eleições. 

Comenta-se que costuma visitar com frequência regiões da província de Buenos Aires, onde vive um terço do eleitorado nacional. 

Na Argentina, sabe-se que dominar esse território é chave para qualquer dirigente que queira ocupar espaços de poder nacionais.

 

COMENTÁRIO:

 

"Ele concorda com fontes do mundo peronista em que Cristina compartilha seu projeto de poder com o filho mais velho. 

Máximo administra a fortuna familiar há muitos anos e, após a morte do pai, tornou-se o principal aliado da mãe".
 
Essa família de políticos da Argentina envolvida em corrupção, não deve nada neste quesito para algumas famílias de políticos brasileiros.
 
Valter Desiderio Barreto.
 
Barretos, São Paulo, 27 de dezembro de 2020.

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