Joe Biden vence na Pensilvânia e é o presidente eleito dos Estados Unidos. |
Democrata passou dos 270 votos votos no colégio eleitoral, segundo projeções de diversos veículos de imprensa, como Associated Press, 'New York Times', NBC e CNN.
Por G1
Joe Biden, candidato democrata à presidência dos EUA, durante evento em Pittsburgh no dia 2 de novembro — Foto: Andrew Harnik/AP.
O democrata Joe Biden alcançou os 270 delegados no Colégio Eleitoral neste sábado (7), segundo projeções de diversos veículos de imprensa, número suficiente para derrotar o republicano Donald Trump e se sagrar o 46º presidente dos Estados Unidos.
Kamala Harris torna-se a primeira mulher vice-presidente do país.
Joe Biden agradeceu aos eleitores pelas redes sociais e afirmou que será um presidente para todos os americanos.
"América, estou honrado por ter me escolhido para liderar nosso grande país.
O trabalho que temos pela frente será árduo, mas prometo o seguinte: serei um presidente para todos os americanos - quer você tenha votado em mim ou não.
Vou manter a fé que vocês colocaram em mim", postou Biden no Twitter.
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Embora não oficial, a projeção dos veículos de comunicação é suficiente para que a sociedade americana reconheça a eleição de um presidente (entenda como funciona)
Na manhã deste sábado, faltavam pelo menos 6 votos no colégio eleitoral para que Biden chegasse a 270 e sua vitória se confirmasse, segundo as projeções da Associated Press.
Com a vitória projetada na Pensilvânia, Biden chegou a 284 delegados.
Outros veículos, como o "New York Times", por exemplo, ainda não haviam declarado Biden vencedor no Arizona, que tem 11 delegados.
Porém, com os 20 votos eleitorais da Pensilvânia, a disputa no Arizona passou a ser indiferente, já que não muda mais o resultado.
Joe Biden vence na Pensilvânia é eleito o novo presidente dos EUA, aponta projeções da AP.
Medidas judiciais.
O presidente Donald Trump alega que a eleição está sendo roubada e promete ações na Justiça.
Logo após a declaração de Biden como vencedor na imprensa americana, sua campanha soltou nota dizendo que a eleição não acabou.
Também pediu interferência em um caso pendente na Suprema Corte dos EUA sobre a Pensilvânia, um estado importante da disputa que ainda está contando centenas de milhares de cédulas enviadas pelo correio.
O republicano tenta impedir que o estado conte votos que cheguem depois da eleição.
Essas manobras judiciais de Trump ocorreram após ataques do republicano contra a integridade da votação, ao mesmo tempo em que declarou vitória e sugeriu -- sem comprovação -- que os democratas tentariam fraudar a eleição.
Trump está tentando evitar se tornar o primeiro presidente em exercício dos EUA a perder uma candidatura à reeleição desde George H.W. Bush, em 1992.
Biden.
A vitória de Biden marca o retorno de um democrata à Casa Branca desde a saída de Barack Obama, que governou o país entre 2009 e 2017 — e de quem Biden foi vice-presidente.
Casado com Jill Biden, Joe Biden nasceu em 1942 na Pensilvânia, em uma família católica.
O democrata se notabilizou na política em 1972, quando, aos 29 anos, se elegeu para o Senado pelo estado de Delaware e se tornou uma das pessoas mais jovens a assumir o cargo na história dos Estados Unidos.
A apuração dos votos deste ano começou dramática para o democrata, que perdeu a Flórida (contrariando a média das pesquisas) e sofreu revezes na Geórgia e na Carolina do Norte — estados onde Biden pretendia virar a vantagem obtida por Trump quatro anos atrás.
Mas outras vitórias em estados-chave, com votos contados apenas no fim, determinaram a vitória de Biden segundo as projeções.
Uma das razões foi a previsível demora na contagem dos votos que chegaram por correio.
Mais de 100 milhões de eleitores americanos votaram antes do dia oficial das eleições.
Isso representa quase 73% do total de pessoas que foram às urnas em 2016.
Desses, mais de 64,5 milhões das cédulas foram enviadas pelo correio.
O voto antecipado foi motivado, entre outras razões, por receio de aglomerações na pandemia.
E a maioria desses eleitores votou em Biden, já apontavam projeções feitas antes mesmo do dia da eleição.
A pandemia, inclusive, fez Biden evitar comícios com grandes aglomerações ao longo da campanha.
O democrata preferiu fazer reuniões com poucas pessoas — ou, já na reta final, atos políticos com carros.
Temas da campanha e propostas.
- Coronavírus: Biden tem como propostas aumentar o número de testes e torná-los mais acessíveis caso seja eleito. Ele ainda estuda um projeto de lei que obrigaria as pessoas a usar máscaras. Além disso, ele planeja mobilizar 100 mil pessoas para uma espécie de exército de servidores que terão como função rastrear o vírus e a epidemia.
- Acesso à saúde: o democrata propõe criar uma empresa estatal que vai oferecer planos de saúde mais acessíveis. A ideia é que, dessa forma, os preços vão baixar. Ele também pretende ter uma política de preços para os remédios.
- Tributos: Biden afirmou que pretende aumentar a alíquota de impostos entre as pessoas de maior renda dos EUA, mas ele prometeu não levantar a taxa para 90% dos contribuintes.
- Proteção ambiental: a proposta de Biden é começar um movimento para diminuir as emissões e chegar a 2050 como um país neutro. Ele também pretende voltar ao Acordo de Paris. Trump saiu do acordo e acabou com mais de 100 regras para preservar o ambiente eu seu mandato. Ele afirmou que não pretende fazer uma transição de combustíveis fósseis para renováveis.
Relembre a campanha de Biden.
No início deste ano, o Partido Democrata fez suas prévias para escolher quem iria ser o adversário de Trump.
Biden começou mal e ficou em quarto na primeira rodada das prévias e sem nenhum delegado na segunda.
Mas conseguiu reverter os resultados na Carolina do Sul.
Com o apoio do deputado Jim Clyburn, o democrata mais poderoso do estado, Biden venceu as primeiras primárias presidenciais de sua vida ao conquistar 48% dos votos.
Depois, levou todos os estados nas primárias, exceto oito.
Dias antes da convenção nacional de seu partido, Biden escolheu a senadora Kamala Harris, da Califórnia, como vice.
Na convenção, Biden participou por transmissão — uma enorme mudança motivada pela pandemia em relação a outros anos, em que os comícios reuniam milhares dentro de ginásios esportivos.
O democrata ainda se encontrou com Trump em dois debates.
Entre um e outro, participou de um programa com eleitores.
A campanha contou na reta final com o reforço de Barack Obama, que fez comícios para poucas pessoas — a maioria delas em carros — e se encontrou presencialmente com Biden para atos no fim de semana antes da votação.
COMENTÁRIO:
Parabéns aos cidadãos americanos que acabaram com a boçalidade de de Trump, seus seguidores, principalmente a rádio Jovem Pan aqui no Brasil, cujos comentaristas faziam prognósticos mentirosos sobre a derrota do campeão de votos americano, e vencedor Joe Biden.
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 07 de novembro de 2020.
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