Até o dia 23, quando chegou ao hospital Nsa. Sra. Senhora do Rosário,
na Vila Maria, Zona Norte da capital paulista, o rapaz tinha sentido
poucos sintomas que indicassem um quadro de Covid-19, segundo a
companheira dele.
“Como ele já teve bronquite na infância, a gente achou que estava com
alguma crise.
Porque, dos sintomas iniciais que estavam sendo divulgados sobre o coronavírus, ele não teve febre, não teve tosse seca e nem coriza.
A tosse dele tinha muito catarro e a febre chegou só no dia que decidimos correr para o hospital”, conta Katianne.
Porque, dos sintomas iniciais que estavam sendo divulgados sobre o coronavírus, ele não teve febre, não teve tosse seca e nem coriza.
A tosse dele tinha muito catarro e a febre chegou só no dia que decidimos correr para o hospital”, conta Katianne.
Segundo o relato da mulher, chegando ao hospital, os médicos
suspeitaram do quadro de coronavírus porque a tomografia mostrava o
pulmão muito comprometido.
Palitot foi entubado e o Nsa. Sra. Senhora do Rosário começou o processo de transferência para uma unidade do convênio Notre Dame onde estavam sendo concentrados os casos da doença, já que a unidade de Vila Maria não tinha leito de UTI para pessoas com sintomas de Covid-19.
Palitot foi entubado e o Nsa. Sra. Senhora do Rosário começou o processo de transferência para uma unidade do convênio Notre Dame onde estavam sendo concentrados os casos da doença, já que a unidade de Vila Maria não tinha leito de UTI para pessoas com sintomas de Covid-19.
Depois de muita insistência com o convênio Notre Dame, o funcionário do
TRT-2 foi transferido na madrugada seguinte (24) para o hospital
Intermédica ABC Paulista, após piora significativa no quadro clínico.
No caminho para São Bernardo do Campo, o motorista da ambulância chegou a errar o caminho e ir parar no hospital errado da rede.
No caminho para São Bernardo do Campo, o motorista da ambulância chegou a errar o caminho e ir parar no hospital errado da rede.
“Foi a última que vi meu marido.
Ele respirava com ajuda de oxigênio e, chegando ao hospital, fui proibida de ter contato com ele.
Os médicos me deram um atestado e também me botaram no isolamento domiciliar, porque tive contato com ele e podia estar contaminada.
Meu irmão era quem acompanhava o quadro clínico.
Diariamente nós saíamos juntos de carro até o hospital para acompanhar os boletins médicos, que eram dados só uma vez por dia.
Com máscara, eu ficava no carro e ele ia conversar com os médicos para saber da evolução do tratamento”, narra Katianne.
Ele respirava com ajuda de oxigênio e, chegando ao hospital, fui proibida de ter contato com ele.
Os médicos me deram um atestado e também me botaram no isolamento domiciliar, porque tive contato com ele e podia estar contaminada.
Meu irmão era quem acompanhava o quadro clínico.
Diariamente nós saíamos juntos de carro até o hospital para acompanhar os boletins médicos, que eram dados só uma vez por dia.
Com máscara, eu ficava no carro e ele ia conversar com os médicos para saber da evolução do tratamento”, narra Katianne.
O casal José Dias Palitot Júnior e Katianne Cristina Palitot. — Foto: Acervo pessoal.
Nos dias seguintes à internação no ABC, os médicos diziam que o quadro
de José era grave, mas estável, segunda a esposa.
O pulmão ainda estava comprometido, mas os outros órgãos, como rins e fígado, funcionavam bem.
Entretanto, ao chegarem no hospital na segunda-feira (30), o irmão teve a notícia: José Palitot havia falecido.
O pulmão ainda estava comprometido, mas os outros órgãos, como rins e fígado, funcionavam bem.
Entretanto, ao chegarem no hospital na segunda-feira (30), o irmão teve a notícia: José Palitot havia falecido.
“Meu irmão veio ao carro e disse que o médico queria falar comigo e
explicar que o quadro de saúde tinha se agravado.
No caminho do estacionamento até o hospital, ele foi me contando que o José tinha tido uma parada cardiorrespiratória e morreu.
Na hora, dei um grito e não consegui me aguentar nas minhas próprias pernas.
Foi a pior notícia da minha vida”, lembra.
No caminho do estacionamento até o hospital, ele foi me contando que o José tinha tido uma parada cardiorrespiratória e morreu.
Na hora, dei um grito e não consegui me aguentar nas minhas próprias pernas.
Foi a pior notícia da minha vida”, lembra.
Ao chegar dentro do hospital, Katianne, ainda de quarentena e usando máscara, foi recepcionada por um médico aos prantos:
“O médico chorava e dizia que, infelizmente, eu não podia ser abraçada
ou consolada porque também podia estar contaminada. Foi uma dor
terrível.(…)
Fui encaminhada para a sala de uma psicóloga, onde ela dizia que eu precisava me recompor para poder reconhecer o corpo do meu marido.
Achei que finalmente poderia me despedir, mas ela disse que não, que ninguém podia ter acesso ao corpo.
O reconhecimento foi feito por videochamada.
Até o celular do funcionário estava embalado num saco plástico.
Só vi o rosto dele e a placa em cima do corpo, com os dados pessoais e a data de nascimento”, relembra Katianne.
Fui encaminhada para a sala de uma psicóloga, onde ela dizia que eu precisava me recompor para poder reconhecer o corpo do meu marido.
Achei que finalmente poderia me despedir, mas ela disse que não, que ninguém podia ter acesso ao corpo.
O reconhecimento foi feito por videochamada.
Até o celular do funcionário estava embalado num saco plástico.
Só vi o rosto dele e a placa em cima do corpo, com os dados pessoais e a data de nascimento”, relembra Katianne.
José Palitot Junior foi enterrado nesta terça-feira (31), no Cemitério
Jardim da Serra, na cidade de Bragança Paulista.
O enterro, segundo a companheira, foi feito com o caixão lacrado e sem a realização do velório.
O enterro, segundo a companheira, foi feito com o caixão lacrado e sem a realização do velório.
“A mãe dele, de 82 anos, não pode participar.
Foram só eu, meu irmão, as irmãs dele e um amigo.
Tudo durou uns dez minutos desde a retirada do caixão do carro e o enterro.
Fui a única que pode chegar perto do caixão.
Pedi para colocarem uma foto dele pregada, porque nem o rosto do grande amor da minha vida, o homem a quem mais amei no mundo e fui amada, pude ver”, desabafa.
Foram só eu, meu irmão, as irmãs dele e um amigo.
Tudo durou uns dez minutos desde a retirada do caixão do carro e o enterro.
Fui a única que pode chegar perto do caixão.
Pedi para colocarem uma foto dele pregada, porque nem o rosto do grande amor da minha vida, o homem a quem mais amei no mundo e fui amada, pude ver”, desabafa.
Enquanto o caixão passava por dentro do cemitério, Katianne lembra que
os funcionários do Jardim da Serra iam jogando água sanitária no
caminho, para desinfetar o trajeto.
Depois do sepultamento, a companheira de José Palitot voltou para o
isolamento no imóvel da família na Vila Ede, na Zona Norte da capital
paulista.
Katianne aguarda o fim do período de quarentena e pede agilidade do hospital Intermédica ABC Paulista para confirmar o quadro de Covid-19 do marido.
Katianne aguarda o fim do período de quarentena e pede agilidade do hospital Intermédica ABC Paulista para confirmar o quadro de Covid-19 do marido.
Dez dias depois do falecimento dele, os exames para coronavírus ainda não saíram.
“É uma espera angustiante pra mim.
Estou destruída.
Depois de tanta angústia, ainda estou presa em casa, sem poder fazer as devidas homenagens ao meu marido.
Como o meu irmão diz, se a gente soubesse a causa real da morte, se foi por coronavírus ou não, podia viver o luto ao lado da família, rezar uma missa.
Mas nem isso temos conseguido”, lamenta a esposa.
Estou destruída.
Depois de tanta angústia, ainda estou presa em casa, sem poder fazer as devidas homenagens ao meu marido.
Como o meu irmão diz, se a gente soubesse a causa real da morte, se foi por coronavírus ou não, podia viver o luto ao lado da família, rezar uma missa.
Mas nem isso temos conseguido”, lamenta a esposa.
Além de bronquite, José Palitot tinha o quadro de diabetes.
O atestado de óbito dele, segundo Katianne, foi registrado com a causa da morte a parada cardiorrespiratória, seguida de suspeita de Covid-19, diabetes e obesidade.
O atestado de óbito dele, segundo Katianne, foi registrado com a causa da morte a parada cardiorrespiratória, seguida de suspeita de Covid-19, diabetes e obesidade.
A professora lamenta todo esse episódio, que ela chama de “pesadelo sem
fim”.
A mulher manda um recado aos que, até aqui, têm minimizado a ação do coronavírus em São Paulo.
A mulher manda um recado aos que, até aqui, têm minimizado a ação do coronavírus em São Paulo.
“As pessoas que dizem que isso é apenas uma gripezinha, que fazem
piada, elas precisam entender o quanto isso é sério.
Jamais esquecerei da cara de medo dos funcionários do hospital, do cemitério e da funerária.
Todos estão em pânico, por medo dessa doença.
Quem diz que o Brasil pode deixar morrer 5 mil pessoas para salvar o País precisa saber que esses mortos têm família, companheiras, sonhos, como eu e o meu marido tínhamos juntos.
E tudo foi destruído”.
Jamais esquecerei da cara de medo dos funcionários do hospital, do cemitério e da funerária.
Todos estão em pânico, por medo dessa doença.
Quem diz que o Brasil pode deixar morrer 5 mil pessoas para salvar o País precisa saber que esses mortos têm família, companheiras, sonhos, como eu e o meu marido tínhamos juntos.
E tudo foi destruído”.
O G1 entrou
em contato com o hospital da Intermédica ABC Paulista, em São Bernardo,
para pedir esclarecimentos sobre a morte do servidor público e sobre a
demora no esclarecimentos dos exames.
Por nota, a unidade lamentou a morte de Palitot e afirmou que o exame do paciente só foi processado na manhã desta quinta-feira (2) e deu positivo para Covid-19.
Por nota, a unidade lamentou a morte de Palitot e afirmou que o exame do paciente só foi processado na manhã desta quinta-feira (2) e deu positivo para Covid-19.
"Lamentamos o falecimento do paciente José Dias Palitot Júnior,
ocorrida no dia 30/3 e cujo resultado positivo para o Covid-19 do exame
saiu somente na data de hoje, (02/04).
Reforçamos que todos os pacientes com suspeita clínica para o Covid-19 que estão em isolamento domiciliar estão sendo monitorados através de central telefônica e todo o material para pesquisa de coronavírus é encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz (IAL)", disse o hospital.
Reforçamos que todos os pacientes com suspeita clínica para o Covid-19 que estão em isolamento domiciliar estão sendo monitorados através de central telefônica e todo o material para pesquisa de coronavírus é encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz (IAL)", disse o hospital.
Sobre a professora Katianne Palitot, que está em quarentena domiciliar
mas ainda não foi submetida a exames de confirmação para o coronavírus, o
hospital afirma que está seguindo as orientações sanitárias das
autoridades brasileiras, que indicam o teste nesse momento crítico
apenas em pacientes graves.
"Continuamos seguindo os protocolos do Ministério da Saúde de que a
testagem seja realizada apenas em pacientes de risco e que necessitem de
hospitalização.
Já para os familiares que tiveram contato com pessoas infectadas ou suspeitas, e que não apresentem sintomas mais graves, a orientação é ficar de quarentena em casa", declarou a Intermédica ABC Paulista.
Já para os familiares que tiveram contato com pessoas infectadas ou suspeitas, e que não apresentem sintomas mais graves, a orientação é ficar de quarentena em casa", declarou a Intermédica ABC Paulista.
José Dias Palitot Júnior e a esposa, Katianne Cristina dos Santos Palitot. — Foto: Acervo Pessoal
Dicas de prevenção contra o coronavírus — Foto: Arte/G1
Médica infectada pelo coronavírus conta sua experiência em diário.
COMENTÁRIO:
Se você está com medo de morrer por causa desse CORONAVÍRUS, vou lhe apresentar algo que vai fazer você perder esse medo rapidinho.
A morte é irmã gêmea da vida, ou mais cedo ou mais tarde todos nós iremos partir deste mundo.
A questão maior é sabermos qual o nosso destino depois da morte, e Jesus Cristo nos apresentou dois caminhos para escolhermos em vida, qual deles desejamos seguir ainda em vida, o céu e o inferno, nem Ele e nem Seu Pai que é Deus, não quer que nenhum de nós vá para o inferno, somente o Demônio é que deseja que façamos companhia a ele, porque ele sabe que brevemente será jogado no lago de fogo e enxofre juntamente com seus seguidores aqui no mundo, faça a sua escolha logo antes que seja tarde demais.
Esse vírus que está amedrontando o mundo, e levando muita gente já embora daqui deste planeta terra, e vai levar muita gente ainda, quem está por trás dele é o próprio Deus que já está começando a fazer a colheita.
Leia com muita atenção este Salmo que vou transcrever aqui agora, e depois que você ler, se ajoelhe no seu quarto e entregue a sua vida incondicional a Deus.
Depois que você tomar essa decisão espontânea e voluntária, você estará livre do medo de morrer a qualquer momento.
SALMO 90
A fraqueza do homem e a providência de Deus.
1 SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.
2 Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.
3 Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens.
4 Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.
5 Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce.
6 De madrugada floresce e cresce; à tarde corta-se e seca.
7 Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos angustiados. 8 Diante de ti puseste as nossas iniqüidades, os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto.
9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; passamos os nossos anos como um conto que se conta.
10 Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.
11 Quem conhece o poder da tua ira? Segundo és tremendo, assim é o teu furor.
12 Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.
13 Volta-te para nós, SENHOR; até quando? Aplaca-te para com os teus servos.
14 Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias.
15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.
16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.
17 E seja sobre nós a formosura do SENHOR nosso Deus, e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 02 de abril de 2020.
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