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Um documento do Ministério Público estadual do Rio detalha o suposto esquema de corrupção envolvendo o senador Flávio Bolsonaro
(sem partido-RJ), quando ele era deputado estadual.
Os promotores afirmam que Flávio Bolsonaro é o chefe de uma organização criminosa e identificaram pelo menos 13 assessores que repassaram parte de seus salários ao ex-assessor dele, Fabrício Queiroz.
Os promotores afirmam que Flávio Bolsonaro é o chefe de uma organização criminosa e identificaram pelo menos 13 assessores que repassaram parte de seus salários ao ex-assessor dele, Fabrício Queiroz.
Palácio Tiradentes, a casa do Poder Legislativo do Rio.
O Ministério Público diz que “as provas permitem vislumbrar que existiu uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro”.
O Ministério Público diz que “as provas permitem vislumbrar que existiu uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro”.
Em um vídeo publicado nas redes sociais na tarde desta quinta-feira, Flávio Bolsonaro nega 'rachadinhas' e lavagem de dinheiro.
Ele criticou o vazamento das informações do processo, que corre em segredo de Justiça, negou todas as acusações e se disse vítima de perseguição.
Ele criticou o vazamento das informações do processo, que corre em segredo de Justiça, negou todas as acusações e se disse vítima de perseguição.
Os promotores dizem que Fabrício Queiroz “arrecadou grande parte da
remuneração de funcionários fantasmas do então deputado estadual Flávio
Bolsonaro” e que foram identificados pelo menos 13 assessores que
repassavam parte do salário.
Queiroz recebeu 483 depósitos na conta bancária, mais de R$ 2 milhões.
Os promotores afirmam que, apesar do que já disse, “Fabrício Queiroz
não agiu sem o conhecimento de seus superiores hierárquicos, já que ele
próprio alegou em sua defesa que retinha os contracheques para prestar
contas a terceiros”.
O Ministério Público apresenta uma troca de mensagens com uma das
funcionárias do gabinete em que ele escreve: “Você pode me informar o
valor que foi depositado este mês para eu prestar contas”.
O Ministério Público diz que ele conversava com Danielle Mendonça,
ex-mulher de Adriano Nóbrega.
O ex-capitão do Bope foi denunciado como líder de um grupo de milicianos e assassinos de aluguel conhecido como Escritório do Crime.
O ex-capitão do Bope foi denunciado como líder de um grupo de milicianos e assassinos de aluguel conhecido como Escritório do Crime.
O Ministério Público afirma que a nomeação de Danielle no gabinete de Flávio foi feita a pedido de Adriano.
A investigação mostra que, no final de 2017, Fabrício Queiroz demonstrou preocupação com a situação de Danielle
por causa das eleições de 2018 e o receio de que o aumento da exposição
de Flávio Bolsonaro levasse a imprensa a descobrir a nomeação da esposa
do miliciano em seu gabinete.
Foi o que ele escreveu numa outra mensagem: “Sobre seu nome....
Não querem correr risco, tendo em vista que estão concorrendo e a visibilidade que estão.
Estão fazendo um pente fino nos funcionários e na família deles”.
Não querem correr risco, tendo em vista que estão concorrendo e a visibilidade que estão.
Estão fazendo um pente fino nos funcionários e na família deles”.
Danielle acabou exonerada e, numa conversa em janeiro ela, admitiu a
uma amiga que sabia da origem ilícita do dinheiro: “Eu já vinha há um
tempo muito incomodada com a origem desse dinheiro na minha vida.
Sei lá.
Deus deve ter ouvido”.
Sei lá.
Deus deve ter ouvido”.
Os promotores mostram ainda que o esquema de funcionários fantasmas
tinha uma base a quase 200 quilômetros da Assembleia Legislativa do Rio.
Dez assessores da mesma família eram de Resende, no Sul do Rio, a família Siqueira, todos parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.
Dez assessores da mesma família eram de Resende, no Sul do Rio, a família Siqueira, todos parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.
Juntos eles receberam mais de R$ 4,8 milhões em salários da Alerj - 83% foram sacados em dinheiro vivo.
A investigação indica que Flávio Bolsonaro era o líder da organização
criminosa e que essa organização tinha pelo menos quatro núcleos, com
uma clara divisão de tarefas: quem nomeava, os operadores financeiros,
as pessoas que aceitavam os cargos em troca de devolver parte dos
salários, e o núcleo que lavava dinheiro.
Os promotores dizem que, no fim de 2018, numa conversa com um dos
fantasmas, Queiroz já se mostrava apreensivo com a investigação.
Ele avisou: “Cuidado com o que vai falar no celular”.
Ele avisou: “Cuidado com o que vai falar no celular”.
Mas o Ministério Público suspeita que Queiroz acreditava que poderia
manter o esquema.
Em outra mensagem para a funcionária do gabinete ele disse: “Vamos continuar juntos em 2019”.
A assessora respondeu: “Que assim seja”.
Em outra mensagem para a funcionária do gabinete ele disse: “Vamos continuar juntos em 2019”.
A assessora respondeu: “Que assim seja”.
O advogado Paulo Klein
informou que, por questões de foro íntimo, não representa mais Fabrício
Queiroz nem a família dele, mas tem plena convicção da inocência deles
em relação aos fatos investigados pelo Ministério Público.
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