E tem potencial para revelar as entranhas do
Judiciário
Um antigo fantasma voltou a assombrar o poder.
Orlando Diniz, ex-todo poderoso da Fecomércio do Rio de Janeiro, preso em 2018 e solto por ordem de Gilmar Mendes, retomou as conversas para uma delação.
O eventual acordo tem potencial para começar a revelar as entranhas do Judiciário.
Diniz já começou a contar, por exemplo, como despejou 180 milhões de reais em bancas de advocacia para obter ganhos em causas de seu interesse que corriam em tribunais superiores de Brasília.
Em alguns casos, havia laços diretos entre o advogado e um magistrado da corte.
É o caso do advogado Tiago Cedraz e seu pai, o ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União.
A atuação do advogado, segundo o candidato a delator, é narrada a seguir, em trecho da reportagem exclusiva de Fabio Serapião, que teve acesso a parte da proposta de delação de Orlando Diniz:
“Um contrato foi firmado entre o advogado [Tiago Cedraz] e a Fecomércio.
O valor: 13 milhões de reais.
No capítulo da delação, porém, Orlando Diniz conta que Tiago Cedraz não fez ‘nenhum trabalho jurídico’.
Afirma ele: ‘Na contratação de Tiago Cedraz, apesar do objeto ser a atuação nos processos da briga política (STJ), Tiago, de fato, atuaria nos processos do TCU…”
Outro personagem de peso do mundo jurídico que surge na proposta de delação é Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, que já é alvo da Justiça.
No trecho a seguir, o candidato a delator narra o envolvimento de Asfor Rocha no caso:
“Tiago comentou que costumava ter acordo com Cesar Asfor: Tiago fazia contratos com objeto para atuar no STJ e TJRJ, mas, na verdade, atuava no TCU; Cesar Asfor fazia contratos para atuar no TCU e, na verdade, atuava no STJ”, afirma Orlando Diniz…”
A reportagem revela ainda o nome de outros acusados.
E as cifras milionárias que eles teriam recebido para defender as “causas” do candidato a delator.
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