g1.globo.com
A Lava Jato do Rio está diante de um impasse inusitado: uma foragida da
operação em Portugal quer se entregar, mas alega que não consegue
voltar ao Brasil por estar na lista de foragidos da Interpol.
Se tentar embarcar em um aeroporto europeu, Mônica da Costa Monteiro de Souza será presa imediatamente e irá passar por um processo de extradição que pode demorar meses.
Se tentar embarcar em um aeroporto europeu, Mônica da Costa Monteiro de Souza será presa imediatamente e irá passar por um processo de extradição que pode demorar meses.
Mônica protocolou pedido nesta quarta (9) na Justiça para ser retirada
da lista da Interpol.
Se, como ela pede, o nome dela for retirado da relação, no entanto, investigadores temem que ela pode pegar um voo para qualquer lugar do mundo – e sumir de vez do radar do Ministério Público Federal (MPF).
Se, como ela pede, o nome dela for retirado da relação, no entanto, investigadores temem que ela pode pegar um voo para qualquer lugar do mundo – e sumir de vez do radar do Ministério Público Federal (MPF).
Apontada como laranja do marido, o analista tributário Marcial Pereira
de Souza, para o recebimento de propina em um esquema montado na Receita
Federal, Mônica está foragida da Lava Jato desde que foi deflagrada a Operação Armadeira, no dia 2 de outubro. Marcial foi um dos 11 presos na ação.
Mônica está em Portugal, mesmo país sede de uma conta aberta, segundo
os investigadores, para que seu marido recebesse 750 mil euros para
beneficiar a empresa de um delator, em uma das operações monitoradas
pelo Ministério Público Federal (MPF).
No fim da tarde de terça-feira (8), o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Criminal Federal, atendendo a pedido do MPF, determinou a inclusão do
nome de Mônica na lista de procurados da Interpol.
Com isso, caso ela se apresente no aeroporto de Lisboa, terá passar pelo processo de extradição.
Com isso, caso ela se apresente no aeroporto de Lisboa, terá passar pelo processo de extradição.
Só que, agora, ela alega que quer se entregar, mas não consegue
retornar ao Brasil com medo de ser presa em Lisboa, conforme apurou a TV
Globo.
Ela protocolou um pedido na Justiça para se entregar imediatamente nesta quarta-feira (9).
Ela protocolou um pedido na Justiça para se entregar imediatamente nesta quarta-feira (9).
A suspeita de que ela teria fugido fez o juiz determinar a inclusão do nome na lista de procurados da Interpol.
Em seu Imposto de Renda, em 2017, Mônica declarou um relógio no valor de R$ 980 mil.
De acordo com o relatório da Receita, a joia é herança de seu pai, já falecido.
Ainda segundo a Receita, o pai nunca declarou possuir a joia.
De acordo com o relatório da Receita, a joia é herança de seu pai, já falecido.
Ainda segundo a Receita, o pai nunca declarou possuir a joia.
De acordo com investigadores, o Marcial esconderia o aumento de
patrimônio em bens em nome de parentes.
Os investigadores afirmam que o relógio, um Jean Dunand Shabaka, é um dos dez mais caros do mundo.
Os investigadores afirmam que o relógio, um Jean Dunand Shabaka, é um dos dez mais caros do mundo.
"Causa espanto mesmo o pai sendo seu dependente nos anos calendário
2013 e 2014", escreve um dos investigadores em relatório sobre o auditor
Marcial.
Relógio semelhante a este foi declarado por Mônica Souza, mulher do
auditor Marcial Pereira de Souza, preso pela PF — Foto: Reprodução.
O G1
teve acesso ao documento que consta do processo contra auditores da
Receita Federal suspeitos de extorquirem dinheiro de empresários
investigados pela Lava Jato no RJ.
Mônica declarou ainda possuir um outro relógio no valor de R$ 300 mil.
Outros quatro relógios foram vendidos, segundo ela, em 2017, por um total de R$ 900 mil.
Outros quatro relógios foram vendidos, segundo ela, em 2017, por um total de R$ 900 mil.
De acordo com investigadores, Marcial pesquisou o imposto de renda de
três dos quatro compradores em 2016, antes da "suposta venda".
Ele é investigado pela Lava Jato por suspeita de cobrar propina para um empresário.
A ida ao encontro e a reunião foram monitoradas pela Polícia Federal.
Ele é investigado pela Lava Jato por suspeita de cobrar propina para um empresário.
A ida ao encontro e a reunião foram monitoradas pela Polícia Federal.
O analista tributário, segundo os investigadores, pediu 750 mil euros
de propina, pouco mais de R$ 3 milhões, de acordo com o câmbio desta
quarta-feira (2).
Como alternativa, Marcial teria sugerido ao empresário fazer o depósito no exterior.
Como alternativa, Marcial teria sugerido ao empresário fazer o depósito no exterior.
O empresário alegou não ter condições de pagar o dinheiro e denunciou o caso em acordo de delação homologado pela Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário