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segunda-feira, agosto 19, 2019

Polícia prende dois por golpe milionário


g1.globo.com

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A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu dois suspeitos de envolvimento no esquema de fraudes no mercado financeiro


O golpe foi denunciado pelo Fantástico e pode ter prejudicado milhares de investidores. 


Pelo menos 6 mil pessoas em todos os estados foram lesadas. 


Um dos suspeitos é Marcel Mafra Bicalho, de 35 anos. 


O outro é o marido da cunhada dele, Leonardo Oliveira Silva, de 32 anos. 

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (19), em Belo Horizonte, pelo delegado Gustavo Barletta. 


Segundo a polícia, Leonardo recebia parte dos lucros e atuava como laranja de Marcel. 

Marcel se apresentava como Marcelo Mattos, proprietário da Mattos Investing, e dizia ser professor e especialista em investimentos. 


De acordo com o delegado, ele enganava os “piramideiros”. 


Para a polícia, Bicalho disse que não aplicou golpes, que não é estelionatário e pagaria a todos os investidores que deve. 

Com as empresas laranjas e com a ajuda do concunhado, Bicalho movimentou de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão, segundo o delegado. 

Barletta disse que o investimento por pirâmide se deu da seguinte forma: Marcel atraía as vítimas que entravam com R$ 5 mil, por exemplo, e recebiam R$ 8 mil e assim sucessivamente. 


O delegado falou que foi criada uma “bolha” que durou cerca de 4 anos e que depois se estourou.
Suspeito de aplicar golpe da 'pirâmide' deve R$ 500 milhões a investidores, diz delegado
Suspeito de aplicar golpe da 'pirâmide' deve R$ 500 milhões a investidores, diz delegado.

A farsa de Bicalho foi descoberta porque ele fez vídeos "ensinando" como investir e publicou nas redes sociais. 


Barletta contou que o falsário prometia um lucro de 30% por mês. 

Com essa divulgação na internet, um grupo "antipirâmide" começou a atacar Bicalho. 


Ele foi sabatinado e os especialistas perceberam que ele tinha apenas um conhecimento básico sobre investimentos.


O suspeito chegou até a receber ameaças de morte. 


Para tentar se resguardar, ele a alugou uma casa em uma ilha deserta, na Bahia, desembolsando R$ 120 mil por mês. 

Uma mansão em condomínio de luxo foi comprada e ele alegou que havia ganhado na loteria. 


Depois uma pousada de luxo foi alugada por uma quantia de R$ 30 mil. 

Quando foi preso, Bicalho falou que se sentiu aliviado por causa das ameaças de morte que estava recebendo. 


Para viver, segundo a polícia, ele gastava R$ 100 mil mensalmente para garantir regalias, entre elas, a segurança particular. 


Com ele, a polícia apreendeu um revólver calibre 38, uma pistola 380 e munição.
Marcel Mafra Bicalho — Foto: Reprodução/TV Globo
Marcel Mafra Bicalho — Foto: Reprodução/TV Globo.

O advogado que defende Marcel, Rafael Bernardes, disse que o cliente não aplicou golpe e que os investidores tinham consciência do que se tratava e sabiam dos riscos. 

Segundo o defensor, Marcel não estava foragido da Justiça, mas sim escondido na Bahia por medo das ameaças que ele e a família estavam sofrendo. 

Ainda conforme Bernardes, se alguém foi lesado é uma parcela mínima dos envolvidos e que a maior parte dos investidores teve lucro com os negócios. 

O G1 não conseguiu contato com a defesa de Leonardo Oliveira Silva.
Armas e munição foram apreendidas pela Polícia Civil — Foto: Marcelo Lages/TV Globo
Armas e munição foram apreendidas pela Polícia Civil — Foto: Marcelo Lages/TV Globo.

Ainda segundo a Polícia Civil, Marcel começou as atividades criminosas em Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais, com o objetivo de captar investidores no setor de criptomoedas e mercado Forex. 

Ele organizou uma rede de captadores que prometia retorno dos investimentos a uma taxa de 30% a 100% ao mês, com aporte mínimo de R$ 1,5 mil. 


Há cerca de um ano, a empresa desapareceu do mercado e Marcel se escondia dos credores de diversas regiões do país..

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