g1.globo.com
Governadores da Amazônia Legal lamentaram, em nota divulgada neste
domingo (18), que posições do governo brasileiro tenham levado Alemanha e
Noruega a suspenderem repasses de recursos para ajudar na preservação
da Amazônia.
A nota foi divulgada pelo governador do Amapá, Waldez Góes (PDT),
presidente do Consócio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da
Amazônia Legal.
O grupo é formado ainda pelos governadores de Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
A nota diz que os governadores são "defensores incondicionais do Fundo
Amazônia", que recebe doações de Noruega e Alemanha e financia ações e
projetos contra o desmatamento.
O texto afirma ainda que o bloco "estará dialogando diretamente com os
países financiadores", e que isso já foi informado oficialmente ao
presidente da República e às embaixadas da Noruega, Alemanha e França.
Queremos, ainda, que o Banco da Amazônia passe a ser o gestor financeiro do Fundo, em razão da proximidade da instituição financeira com os estados, já que o Banco da Amazônia possui sede em todas as unidades do bloco", diz a mensagem.
Procurado pelo G1, o Palácio do Planalto informou que não vai comentar a nota.
Os governadores da Amazônia Legal afirmam também que são "radicalmente
contra qualquer prática ilegal de atividades econômicas na região" e que
estão "firmes e vigilantes no combate e punição aos que querem atuar
fora da lei".
Ainda de acordo com a nota, o governo federal "sinalizou positivamente"
para agendar uma reunião com os governadores do consórcio para abordar o
Fundo Amazônia e questões ligadas ao meio ambiente.
Em resposta, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil não precisa do dinheiro da Alemanha para preservar a Amazônia.
Questionado sobre o corte do investimento alemão, Bolsonaro afirmou que a Alemanha estava tentando "comprar" a Amazônia.
“Investir?
Ela não vai comprar a Amazônia.
Vai deixar de comprar a prestação a Amazônia.
Pode fazer bom uso dessa grana.
O Brasil não precisa disso”, declarou.
“Investir?
Ela não vai comprar a Amazônia.
Vai deixar de comprar a prestação a Amazônia.
Pode fazer bom uso dessa grana.
O Brasil não precisa disso”, declarou.
Para ele, outros países tentam se "apoderar" do Brasil.
"Você acha que grandes países estão interessados com a imagem do Brasil ou em se apoderar do Brasil?", indagou.
"Você acha que grandes países estão interessados com a imagem do Brasil ou em se apoderar do Brasil?", indagou.
Em 15 de agosto, foi a vez de a Noruega anunciar que decidiu congelar um repasse de R$ 132,6 milhões ao Fundo Amazônia.
O país é o principal doador do fundo.
O país é o principal doador do fundo.
Entre 2009 e 2018, o fundo captou R$ 3,4 bilhões em doações, sendo que
93,8% veio da Noruega.
As demais contribuições foram da Alemanha (5,7%) e da Petrobras (0,5%).
As demais contribuições foram da Alemanha (5,7%) e da Petrobras (0,5%).
Em entrevista ao jornal 'Dagens Næringsliv (DN)', o ministro do Clima e
Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, citou ainda o aumento nos
alertas de desmatamento, afirmando que há motivos para preocupação.
"O que o Brasil fez mostra que eles não querem mais parar o desmatamento", disse o ministro.
"O que o Brasil fez mostra que eles não querem mais parar o desmatamento", disse o ministro.
"A Noruega não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não?
Que explora petróleo também lá?
Não tem nada a dar exemplo para nós.
Pega a grana e ajude a Angela Merkel a reflorestar a Alemanha", afirmou.
Que explora petróleo também lá?
Não tem nada a dar exemplo para nós.
Pega a grana e ajude a Angela Merkel a reflorestar a Alemanha", afirmou.
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