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Projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (14). Presidente tem até o dia 5 de setembro para decidir se veta ou sanciona o texto.
O presidente Jair Bolsonaro recebeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no Palácio da Alvorada.
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu na manhã desta segunda-feira (19) com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no Palácio da Alvorada.
O encontro ocorre dias depois de o presidente receber do Congresso o projeto que define em quais situações será configurado o crime de abuso de autoridade.
O encontro ocorre dias depois de o presidente receber do Congresso o projeto que define em quais situações será configurado o crime de abuso de autoridade.
Em declarações à imprensa nos últimos dias, Bolsonaro já sinalizou que deve vetar trechos da proposta,
como o artigo que prevê punição para o policial que algemar suspeitos
sem expressa ordem no pedido de prisão ou sem que haja resistência.
Moro defende o veto de nove artigos da proposta.
Em parecer técnico encaminhado aos parlamentares antes da votação da proposta, o Ministério da Justiça indicava 11 artigos considerados negativos.
A pasta alegava que mesmo sem intenção, os pontos poderiam inviabilizar a atividade da Justiça, do Ministério Público e da Polícia.
Em parecer técnico encaminhado aos parlamentares antes da votação da proposta, o Ministério da Justiça indicava 11 artigos considerados negativos.
A pasta alegava que mesmo sem intenção, os pontos poderiam inviabilizar a atividade da Justiça, do Ministério Público e da Polícia.
'Livre exercício' do Ministério Público.
Nesta segunda-feira (19), a procuradora-geral da República, Raquel
Dodge, afirmou que a magistratura e o Ministério Público têm seu "livre
exercício garantidos pela Constituição".
Dodge falou durante palesta no Primeiro Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no Poder Judiciário , em Curitiba.
Dodge falou durante palesta no Primeiro Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no Poder Judiciário , em Curitiba.
"Para bem desempenhar a sua atribuição constitucional a magistratura e o Ministério Público tem o seu livre exercício garantidos pela Constituição.
Instituições tíbias, cujos membros estejam constantemente ameaçados, por uma normatividade excessiva ou vaga, cumprem o seu papel de modo exitante no tocante a enfrentar poderosos, a coibir a corrupção e o crime organizado", declarou a procuradora.
Dodge defendeu o livre exercício do Ministério Público para resguardar a democracia e os direitos previstos na Constituição.
"[A Constituição] Também elege o Ministério Público como instituição
responsável por acionar o sistema de freios e contrapesos e exige que o
Ministério Público seja preservado em seu livre exercício.
O Ministério Público não recebe o tratamento constitucional de poder na nossa constituição.
Mas de instituição que deve ter livre exercício, exatamente porque lhe incube proteger o regime democrático, os direitos fundamentais com instrumentos jurídicos adequados delimitados em lei complementar", afirmou Raquel Dodge.
O Ministério Público não recebe o tratamento constitucional de poder na nossa constituição.
Mas de instituição que deve ter livre exercício, exatamente porque lhe incube proteger o regime democrático, os direitos fundamentais com instrumentos jurídicos adequados delimitados em lei complementar", afirmou Raquel Dodge.
O líder do governo na Câmara, Major Vítor Hugo (PSL-GO), deve se reunir
ainda nesta segunda com representantes de juízes, promotores e
policiais.
Ele vai preparar dois documentos para serem entregues ao presidente Jair Bolsonaro.
Em um documento, vai pedir o veto total.
Se não for possível, no outro o deputado vai propor veto parcial ao projeto.
Ele vai preparar dois documentos para serem entregues ao presidente Jair Bolsonaro.
Em um documento, vai pedir o veto total.
Se não for possível, no outro o deputado vai propor veto parcial ao projeto.
A articulação no Congresso é importante porque mesmo se o presidente Jair Bolsonaro vetar pontos da lei, os parlamentares podem derrubar os vetos numa sessão conjunta da Câmara e do Senado, e os artigos voltariam a valer.
No Supremo Tribunal Federal (STF), tem uma ação de deputados do partido Novo
que pede uma nova votação do projeto de abuso de autoridade.
A legenda argumenta que houve ilegalidade, porque os deputados foram impedidos de realizar votação nominal.
O relator da ação é o ministro Gilmar Mendes.
O julgamento ainda não foi marcado.
A legenda argumenta que houve ilegalidade, porque os deputados foram impedidos de realizar votação nominal.
O relator da ação é o ministro Gilmar Mendes.
O julgamento ainda não foi marcado.
A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) está
preparando um documento para encaminhar a Bolsonaro pedindo para o
projeto ser vetado.
Em nota, a ADPF afirma que o projeto vai gerar danos irreparáveis ao
sistema de investigação, na medida em que funcionará como uma espada
sobre as cabeças das autoridades que desagradarem os detentores do poder
político e econômico que venham a se envolver em atividades criminosas.
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