g1.globo.com
Por Patrícia Figueiredo, G1 SP.
28/06/2019 15h40.
Por Patrícia Figueiredo, G1 SP.
28/06/2019 15h40.
O governador João Doria (PSDB) concedeu nesta sexta-feira (28) a medalha da Ordem do Ipiranga, no grau Grã-Cruz, ao Ministro da Justiça Sérgio Moro.
A distinção foi entregue durante evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo.
A distinção foi entregue durante evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo.
Em discurso durante a cerimônia, Doria justificou a homenagem citando a
operação conjunta do Ministério da Justiça e do Governo de São Paulo
para transferir 22 chefes de organizações criminosas de presídios estaduais para presídios federais, em fevereiro.
Doria também atribuiu a Moro a continuidade da Operação Lava-Jato e
mencionou investigações da operação no estado de São Paulo.
“Se não fosse por este homem liderando um grupo de patriotas nos não
teríamos trancafiado em prisões aqueles que usurparam e roubaram os
brasileiros, inclusive em São Paulo, haja vista que o triplex é em São
Paulo, o sítio também é em São Paulo.
O início de um esquema criminoso foi em São Paulo", disse Doria.
O início de um esquema criminoso foi em São Paulo", disse Doria.
"Portanto, a honraria se dá por aquilo que o ministro realizou pela
segurança pública do estado de São Paulo, mas se da também pela
dignidade que este homem, este patriota, tem com o nosso país, pela
coragem de implementar como juiz a Operação Lava-Jato.
O Brasil precisa de mais Moros e menos Lulas."
O Brasil precisa de mais Moros e menos Lulas."
No evento, Moro agradeceu a parceria com o governo estadual na
transferência de presos e também o apoio do Poder Executivo à Operação
Lava-Jato.
Ele criticou o vazamento de conversas que teria mantido com procuradores durante as investigações, publicado pelo site The Intercept, que ele classifica como revanchismo.
Ele criticou o vazamento de conversas que teria mantido com procuradores durante as investigações, publicado pelo site The Intercept, que ele classifica como revanchismo.
"Tenho sofrido vários ataques novamente.
Achei a que Operação Lava-Jato tinha ficado pra trás, estamos numa nova fase, mas há um certo revanchismo que às vezes reaparece", disse o ministro.
Moro afirmou ainda os ataques são "baseados em falsidades e muitas vezes incompreensões sobre a natureza do trabalho.”
Achei a que Operação Lava-Jato tinha ficado pra trás, estamos numa nova fase, mas há um certo revanchismo que às vezes reaparece", disse o ministro.
Moro afirmou ainda os ataques são "baseados em falsidades e muitas vezes incompreensões sobre a natureza do trabalho.”
“Recentemente surgiram esses ataques decorrentes de invasões
criminosas, que serão investigadas e a Polícia Federal deve chegar nos
responsáveis.
É uma divulgação de mensagens que não se tem demonstração de autenticidade e que são divulgadas com absoluto sensacionalismo”, disse o ministro.
É uma divulgação de mensagens que não se tem demonstração de autenticidade e que são divulgadas com absoluto sensacionalismo”, disse o ministro.
"Apesar desses ataques, que de certa forma me entristecem, também tenho
recebido muitas manifestações de apoio.
Hoje, inclusive, é uma delas", disse o ex-juiz.
Hoje, inclusive, é uma delas", disse o ex-juiz.
Segundo o ministro, a Lava-Jato não faz parte do trabalho atual dele.
"Faz parte do meu passado, mas eu sempre destaquei que foi um trabalho institucional.
Claro que as pessoas importam, mas eu acredito que a Lava-Jato foi um ganho da sociedade brasileira, das instituições.
Se formos pensar cinco anos atrás nós tínhamos como padrão a impunidade da corrupção."
"Faz parte do meu passado, mas eu sempre destaquei que foi um trabalho institucional.
Claro que as pessoas importam, mas eu acredito que a Lava-Jato foi um ganho da sociedade brasileira, das instituições.
Se formos pensar cinco anos atrás nós tínhamos como padrão a impunidade da corrupção."
Criada em 1969, a Ordem do Ipiranga é a principal honraria do Governo
de São Paulo.
A medalha já foi concedida a diversos artistas e políticos cujos "serviços de excepcional relevância" chamaram a atenção do governo estadual.
A honraria foi instituída por decreto em 1969, pelo governador Roberto Costa de Abreu Sodré.
A medalha já foi concedida a diversos artistas e políticos cujos "serviços de excepcional relevância" chamaram a atenção do governo estadual.
A honraria foi instituída por decreto em 1969, pelo governador Roberto Costa de Abreu Sodré.
Medalha da Ordem do Ipiranga é a mais elevada honraria do estado de SP — Foto: Governo do Estado de São Paulo.
Deputados tentam suspender condecoração.
Uma proposta de decreto legislativo dos deputados do PT que tramita na
Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) visa suspender a concessão
da medalha ao ministro Sérgio Moro.
No texto, encaminhado nesta terça-feira (25), a bancada do PT argumenta
que a nomeação de Moro não respeita o regulamento da honraria do
governo paulista, já que o ex-juiz não teria prestado nenhum serviço de
relevância ao estado de São Paulo, segundo o grupo.
"O homenageado não morou em São Paulo, não trabalhou, não escreveu, não advogou, não lecionou, não pagou tributos, enfim, nunca somou nada a riqueza material ou cultural do estado de São Paulo", afirma o projeto de decreto legislativo do PT.
O projeto chegou a entrar na pauta da casa nesta quarta (26) e quinta
(27), mas ainda não tem data para ser votado.
A Alesp entra em recesso durante todo o mês de julho e as votações são retomadas apenas em 1º de agosto.
A Alesp entra em recesso durante todo o mês de julho e as votações são retomadas apenas em 1º de agosto.
O ministro Sergio Moro e o governador João Doria — Foto: GloboNews/Reprodução.
Doria defende Moro e Lava-Jato após vazamentos.
O governador João Doria saiu em defesa do atual ministro da Justiça e
da Operação Lava-Jato depois que trocas de mensagens reveladas pelo site
The Intercept Brasil mostraram Sérgio Moro conversando com procuradores
durante o decorrer da operação.
"Não podemos aceitar a tentativa de fazer o Brasil retroceder",
declarou Doria nesta quarta-feira (26).
"Quero reiterar o que sempre disse: a Lava Jato investigou, apurou e puniu o maior esquema de corrupção da história.
É um trabalho que sempre teve, e continuará tendo, o meu apoio."
"Quero reiterar o que sempre disse: a Lava Jato investigou, apurou e puniu o maior esquema de corrupção da história.
É um trabalho que sempre teve, e continuará tendo, o meu apoio."
Medalha já premiou artistas e políticos.
A Secretaria da Casa Civil é o órgão responsável pela análise,
proposição e aprovação da medalha da Ordem do Ipiranga.
Subordinado à pasta, o Conselho Estadual de Honrarias e Mérito leva em consideração o trabalho realizado em prol da coletividade do povo brasileiro e paulista para avaliar a condecoração.
Subordinado à pasta, o Conselho Estadual de Honrarias e Mérito leva em consideração o trabalho realizado em prol da coletividade do povo brasileiro e paulista para avaliar a condecoração.
No entanto, a legislação que instituiu a ordem determina que o
governador ocupa o cargo de grão-mestre do grupo.
Cabe ao governador, portanto, nomear os homenageados por decreto estadual e entregar-lhes as medalhas pessoalmente.
Cabe ao governador, portanto, nomear os homenageados por decreto estadual e entregar-lhes as medalhas pessoalmente.
Já foram condecoradas com diferentes níveis da Ordem do Ipiranga 1.546
pessoas, a maioria em eventos coletivos, nos quais mais de uma pessoa é
homenageada.
Governador Claudio Lembro entrega a Irene Ravache a medalha da Ordem do
Ipiranga em setembro de 2006 — Foto: Eliana Rodrigues/Governo do Estado
de São Paulo.
Entre os políticos que já receberam a honraria estão o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e os senadores Fernando Collor de Mello
(Pros) e Jarbas Vasconcelos (MDB).
Há ainda políticos citados na Operação Lava-Jato detentores da medalha,
como Arlindo Chinaglia (PT), Garibaldi Alves (MDB) e Edison Lobão
(MDB).
Também já foram condecorados artistas como Fernanda Montenegro, Lima
Duarte, Irene Ravache, Laura Cardoso e Regina Duarte, além de atletas
como Cafu, Magic Paula e Fabiana Murer.
No meio jurídico já foram nomeados os ex-presidentes do STF Marco
Aurélio Mello, Moreira Alves, Luiz Rafael Mayer, Néri da Silveira, Aldir
Passarinho, Sydney Sanches, Sepúlveda Pertence, Carlos Velloso e Nelson
Jobim.
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