"Eu e a minha casa serviremos ao Senhor." Josué 24.15
Conta Jorge Truett que certa vez foi convidado a presidir uma cerimônia fúnebre.
O pregador, querendo saber algo sobre a falecida (uma jovem de apenas dezesseis anos), fez algumas perguntas à mãe, que lhe respondeu: "Irmão Truett, ela era a única filha".
Voltou-se o pregador: "Sim, mas não te entristeças como os demais que não têm esperança".
Desconsoladamente, porém, replica-lhe a mãe da jovem:
"No caso de nossa filha, pastor, não temos esperança, porque ela não era crente".
Em seguida, chorando amargamente, a pobre mulher desabafou:
"Apesar de nossa filha ter nascido num lar cristão, ela nunca ouviu uma oração de nossos lábios.
Por isto, ela jamais se converteu.
Agora, o sangue dela cairá sobre nós".
Os pais daquela jovem diziam-se crentes, mas nunca agiram como tais.
Que Deus tenha misericórdia dos filhos nascidos nesses lares!
Em contraste ao que contou Jorge Truett, acrescentamos o caso narrado por G. Campbell Morgan:
"Volto em espírito hoje ao ano 1870, quando a minha única irmã foi enterrada.
Havia somente dois de nós e, não te enganes em pensar que uma criança não sente!
Lembro-me de uma manhã chuvosa quando fomos ao túmulo e, ao voltar, entramos na sala de nossa humilde casa.
Meu pai e minha mãe estavam sentados lá; posso ver tudo como se estivesse olhando pelo espaço dos setenta anos que nos separam.
Notei uma luz estranha nos seus rostos;
a Bíblia estava aberta;
olhei para ver o versículo na ponta do dedo do meu pai, e li:
"O Senhor o deu, e o Senhor o tirou; bendito seja o nome do Senhor".
Então compreendi a luz no rosto de meu pai e nos olhos de minha mãe.
"Passaram-se vinte anos e entrei no quarto onde jazia a minha filhinha morta.
Abri a minha Bíblia na mesma passagem e havia luz e glória.
Já viste teus pais em tais circunstâncias?
Já experimentaste também o mesmo?
O irmão, volta ao refúgio que está no nome do Senhor".
Não deves orar sozinho;
é indispensável que hoje comeces a ensinar a cada um de teus filhos a orar de madrugada, e a buscar a face do Pai Celeste.
O culto doméstico fracassará se não determinares o lugar e a hora para realizá-lo todos os dias.
É essencial que faças os maiores esforços para que cada membro da família, inclusive as criancinhas, entrem juntos em espírito perante o trono de Deus.
É indispensável também que animes a cada um de teus entes queridos, em particular, a buscar mais do Espírito Santo (Ef 5.18).
Não é só o pastor, ou o diácono da igreja, que precisa encher-se do Espírito, mas cada membro de nossa família.
Quantos problemas são resolvidos cada vez que um de nossos filhos fica cheio do Espírito Santo?
Como podem os pais cumprirem fielmente a sua tarefa sem estarem cheios do Espírito?
E como será grande seu galardão no grande dia!
Talmadge dizia que quando João e Carlos Wesley se aproximarem dos seus tronos no céu, acharão um outro, no meio, mais alto, destinado à sua querida mãe.
Durante a Primeira Guerra Mundial, solicitava-se dos mais eminentes da nação americana que auxiliassem voluntariamente, de acordo com os seus talentos, nas emergências de guerra.
Conta-se que pediram a Enrico Caruso, então no zênite da fama, que cantasse num concerto que seria realizado em benefício dos soldados.
O presidente do grupo explicou: "Naturalmente, sr. Caruso, sendo apenas uma festa de caridade, não esperamos que faça o melhor.
Seu nome vai atrair a multidão e pode cantar qualquer coisa que requeira apenas pouco esforço e habilidade".
O cantor, porém, firmou-se e respondeu:
"Caruso nunca faz menos do que o seu melhor".
Resolvamos juntos:
"Para salvar toda a minha família, não farei menos do que o meu melhor.
Estou decidido a reler e praticar o que está traçado nos vários capítulos deste livro, com o alvo de levar minha família toda à cidade celestial.
E perseverarei, de todo o meu ser, mesmo quando não houver mais esperança".
R. A. Torrey conta que, embora ainda muito jovem, deu asas à sua incredulidade e passou a zombar de Deus, de Cristo, da Bíblia e de tudo o que se referia às coisas espirituais.
Sua mãe, porém, o amava.
E, diante de Deus orava e suplicava por ele o tempo todo.
Torrey, por seu lado, continuou cada vez mais rebelde, até que um dia disse à mãe:
"Estou tão aborrecido que me vou embora para não te perturbar mais".
Ela o seguiu até o portão, chorando: "Meu filho, ao chegares à hora mais escura de todas, quando não houver mais esperança, se clamares ao Deus de tua mãe, Ele te ouvirá".
Torrey, assim mesmo, saiu para as trevas do pecado, onde se embrenhou sem pesar as consequências.
Muitos meses depois, achava-se hospedado num hotel, a mais de 600 quilômetros da casa de sua mãe.
Sem poder dormir, enojado de tanto pecar e já cansado de viver, levantou-se de madrugada com esta resolução:
"Pegarei o revólver, colocá-lo-ei à testa e findarei com este drama ridículo chamado vida humana".
No entanto, lembrou-se das palavras de sua mãe:
"Meu filho, ao chegares à hora mais escura de todas, quando não houver mais esperança, se clamares ao Deus de tua mãe, Ele te ouvirá".
Ele caiu de joelhos ao lado da cama e clamou: "O Deus da minha mãe, quero luz, e se ma deres, segui-lo-ei".
Não demorou muito a receber a tão almejada luz.
Apressou-se, então, a sua casa.
Planejou surpreender sua mãe, porém, ela chegou ao portão sorrindo, e chorando de gozo disse:
"O meu filho, sei porque voltaste e sei o que tens para dizer-me.
Tens achado o Senhor.
Deus mo disse".
Todo o mundo cristão conhece a longa e ardente vida de R. A. Torrey.
Através dele, milhares de almas foram levadas ao Salvador.
Lendo a sua história, somos obrigados a admitir: tudo pode a oração duma mãe, pai, irmão, esposa, filho; tudo pode se não fizerem menos do que o seu melhor.
A minha decisão suprema e incisiva tem de ser: "Entrego todo o meu coração, toda a minha alma, todo o meu entendimento, toda a minha força - entrego todo o meu ser para a salvação de todos os membros da minha família".
Valter Desiderio Barreto
Barretos, São Paulo, 06 de maio de 2019.
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