'Ela está ainda mais assustada', contou a mãe da estudante Jenifer da Silva Cavalcante. Ataque em escola terminou com 10 mortos e deixou 11 feridos.
Por Natan Lira, G1 Mogi das Cruzes e Suzano.
A maior parte dos estudantes feridos no massacre ainda não voltou a estudar na Raul Brasil — Foto: Reprodução/TV Diário.
A prisão, na última quarta-feira (10), de um dos suspeitos de vender a arma utilizada no massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil,
que terminou com a morte de 10 pessoas em 13 de março, agravou o trauma
de uma das vítimas.
A estudante Jenifer da Silva Cavalcante, de 16 anos, é vizinha do mecânico de 47 anos apontado pela polícia como responsável pela comercialização da arma.
A estudante Jenifer da Silva Cavalcante, de 16 anos, é vizinha do mecânico de 47 anos apontado pela polícia como responsável pela comercialização da arma.
De acordo com a mãe da menina, Regiane de Jesus Cavalcante, a notícia
da prisão aumentou o quadro depressivo da sobrevivente do massacre e fez
com que a filha precisasse de atendimento médico.
"Ela está ainda mais assustada.
Não para de chorar e não dorme", conta.
"Ela está ainda mais assustada.
Não para de chorar e não dorme", conta.
Segundo Regiane, a filha conhecia o mecânico de vista e ficou apavorada
quando soube que o homem pode ter envolvimento no massacre.
"O médico passou novos remédios para a depressão.
Não está sendo fácil.
Minha filha tinha uma vida super agitada: trabalhava, estudava, fazia um curso de gestão empresarial lá na Penha.
E, de repente, parou com tudo", conta a mãe.
Sobrevivente se fingiu de morta
No dia do atentado à escola, Jenifer conseguiu sobreviver após se fingir de morta e se jogar em cima da poça de sangue de uma das vítimas.
A adolescente, no entanto, terminou sendo pisoteada por outros alunos que fugiam.
Além dos dez mortos, o massacre deixou dez pessoas feridas.
Jenifer foi socorrida ao Hospital Luzia de Pinho Melo, onde passou por
cirurgia para a retirada do apêndice e foi diagnosticada com inchaço nos
rins.
Ela ficou internada por sete dias, mas foi liberada em seguida para continuar o tratamento com remédios em casa.
Ela ficou internada por sete dias, mas foi liberada em seguida para continuar o tratamento com remédios em casa.
"Desde o ocorrido estou correndo com ela para hospital.
Eu tive que sair também do meu trabalho, pois não posso deixar ela sozinha.
Ela não consegue nem sair de casa sozinha", diz a mãe.
Mecânico é um dos suspeitos de envolvimento no massacre da Raul Brasil — Foto: Polícia Civil/Divulgação.
Investigações.
Os dois autores do ataque morreram no dia do massacre.
Um deles matou o outro após a chegada da polícia e, em seguida, se matou.
Um deles matou o outro após a chegada da polícia e, em seguida, se matou.
Desde o início das investigações, quatro pessoas foram detidas.
Um menor de idade, de 17 anos, acusado pela Polícia Civil e o Ministério Público como mentor intelectual do crime, está em uma unidade da Fundação Casa desde o dia 19 de março.
O advogado de defesa dele, Marcelo Feller, afirma que o cliente "fantasiou", mas não executou o crime.
Um menor de idade, de 17 anos, acusado pela Polícia Civil e o Ministério Público como mentor intelectual do crime, está em uma unidade da Fundação Casa desde o dia 19 de março.
O advogado de defesa dele, Marcelo Feller, afirma que o cliente "fantasiou", mas não executou o crime.
O mecânico foi preso na noite desta quarta-feira na zona rural de Suzano.
Para a Polícia Civil, ele participou da negociação da arma e da munição que, possivelmente, foram utilizados no massacre.
Segundo informações iniciais da investigação, rastros deixados pelos dois assassinos em redes sociais, nos celulares e em suas casas permitiram que a polícia chegasse ao homem.
Para a Polícia Civil, ele participou da negociação da arma e da munição que, possivelmente, foram utilizados no massacre.
Segundo informações iniciais da investigação, rastros deixados pelos dois assassinos em redes sociais, nos celulares e em suas casas permitiram que a polícia chegasse ao homem.
Na manhã desta quinta-feira (11), outros dois homens foram presos também sob suspeita de venderem arma e munição aos assassinos.
Em entrevista coletiva, o delegado seccional de Mogi das Cruzes, Alexandre Barbosa Ortiz, disse que a negociação foi feita por meio de redes sociais.
Em entrevista coletiva, o delegado seccional de Mogi das Cruzes, Alexandre Barbosa Ortiz, disse que a negociação foi feita por meio de redes sociais.
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