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sexta-feira, abril 12, 2019

'O Exército não matou ninguém; o Exército é do povo', diz Bolsonaro sobre morte a tiros de músico no Rio


Presidente classificou episódio como 'incidente' e 'lamentou a morte do cidadão trabalhador, honesto'; responsabilidade está sendo apurada, disse o presidente em Macapá (AP).

 

 

Por G1 — Macapá
Jair Bolsonaro em Macapá — Foto: Marcos Brandão/Senado Federal
Jair Bolsonaro em Macapá — Foto: Marcos Brandão/Senado Federal.

O presidente Jair Bolsonaro falou pela primeira vez nesta sexta-feira (12) sobre a morte de Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos.  


Rosa foi morto pelo Exército no domingo (7), no Rio, quando o carro que dirigia foi alvo de pelo menos 80 tiros de fuzil disparados por soldados do Exército. 


Os militares dizem que confundiram o carro com o de criminosos. 

"O Exército não matou ninguém, não.


O Exército é do povo e não pode acusar o povo de ser assassino, não.


Houve um incidente, uma morte."


Em Macapá, em evento para a inauguração do aeroporto local, Bolsonaro disse ainda lamentar "a morte do cidadão trabalhador, honesto, e está sendo apurada a responsabilidade. 


No Exército sempre tem um responsável. 

"Não existe essa de jogar para debaixo do tapete. Vai aparecer o responsável".
Ele prosseguiu: "Uma perícia já foi pedida para que se tenha certeza do que realmente aconteceu naquele momento e o Exército, na pessoa de seu comandante, vai se pronunciar sobre este assunto e, se for o caso, eu me pronuncio também. Nós vamos assumir a nossa responsabilidade e mostrar o que realmente aconteceu para a população brasileira". 

Bolsonaro só havia se manifestado sobre o tema por meio do porta-voz. 


Na terça, Otávio Rêgo Barros disse que esperar que o caso fosse esclarecido "rapidamente".
Exército prende 10 militares envolvidos em execução de músico no Rio
Exército prende 10 militares envolvidos em execução de músico no Rio.

Exército.

 

O Exército inicialmente tratou Rosa como assaltante. 


Depois, determinou a prisão em flagrante de dez dos 12 militares ouvidos, "em virtude de descumprimento de regras de engajamento".  


A Justiça manteve nove deles presos


Na quarta-feira (10), a Força lamentou a morte do músico e disse "jamais" admitir ou compactuar "com eventuais condutas" que conflitem com o compromisso de "absoluto respeito à dignidade humana". 

O músico morreu por volta das 14h40 de domingo, quando dirigia seu carro pela Estrada do Camboatá, em Guadalupe, Zona Norte do Rio. 


No veículo, estavam também a esposa, o filho, de 7 anos, e o sobro do músico, além de uma amiga da família. 


Os sobreviventes disseram que que estavam indo a um chá de bebê.

Repercussão.

 

A exemplo de Bolsonaro, o governador Wilson Witzel (Rio) também não falou sobre a morte de Rosa logo depois do crime.  


Na quinta-feira (11), classificou a ação como "erro grosseiro"

Em entrevista à rádio CBN, nesta sexta (12), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que, "sob forte pressão e sob forte emoção, ocorrem erros" como a ação que resultou na morte do músico no Rio. 

Na quarta, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, havia classificado o caso como um "lamentável incidente".

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