Um americano e sua namorada tailandesa são acusados de terem construído uma casa na costa da Tailândia sem autorização, o que ameaçaria a soberania nacional.
O casal questiona o argumento das autoridades tailandesas de que a
estrutura foi construída em águas do país — Foto: BBC/Marinha da
Tailândia.
Um americano e sua namorada tailandesa podem terminar seus dias na prisão ou até serem condenados à morte.
As autoridades da Tailândia acusam o casal de ter construído uma casa
em águas do país asiático - a ação, segundo a Marinha tailandesa, ameaça
a segurança nacional.
Chad Elwartowski e a namorada Supranee Thepdet passaram a se esconder,
após a estrutura de metal que fizeram no meio do mar ter sido
descoberta.
A plataforma, em que ambos viveram, ocupa cerca de 20 metros quadrados e
foi erguida a cerca de 19 quilômetros da costa de Phuket, uma ilha
tailandesa a oeste do território nacional.
Elwartowski insiste que, por se localizar a essa distância da costa, a casa está fora da jurisdição da Tailândia.
Mas a Marinha tailandesa discorda e argumenta que o imóvel foi construído sem a devida permissão.
O coronel da polícia Nikorn Somsuk disse à agência AFP que a Marinha
vai se reunir com autoridades locais "para analisar que medidas vai
tomar".
Se o casal for considerado culpado, poderá enfrentar desde prisão perpétua até pena de morte.
Sujeitos a lei nenhuma.
O homem e a mulher pertencem ao movimento chamado "seasteading", que
promove a construção de habitações permanentes no mar, em águas
internacionais, para que não estejam sujeitas às leis de nenhum país.
Eles também fazem parte do grupo Ocean Builders, uma comunidade de
empresários que trabalham para financiar esse tipo de moradia.
A Marinha da Tailândia afirma que a estrutura foi construída sem permissão das autoridades — Foto: BBC/Marinha da Tailândia.
Em um vídeo publicado em fevereiro, Elwartowski disse que essa
comunidade era um lugar onde "as pessoas que amam a liberdade podem se
unir e ser livres".
A estrutura alvo do conflito foi construída no mesmo mês, mas só
recentemente foi encontrada pelas autoridades.
Quando a descoberta foi feita, nem o americano nem a namorada dele estavam no local.
Quando a descoberta foi feita, nem o americano nem a namorada dele estavam no local.
Um comunicado publicado no site da Ocean Builders diz que o casal não
foi responsável pela construção da casa, mas que eles eram apenas
inquilinos.
"Eles passaram algumas semanas na casa flutuante e documentaram sua
aventura", diz o site.
"Eles não estiveram envolvidos no projeto, de maneira nenhuma."
"Eles não estiveram envolvidos no projeto, de maneira nenhuma."
De acordo com declarações de Elwartowski à AFP, ele e a namorada estão
escondidos "em um lugar bastante seguro" enquanto esclarecem sua
situação atual.
Micronações.
Embora não existam dados específicos sobre o número de casas
construídas em águas internacionais, outras estruturas como esta
(denominadas "micronações") foram construídas por razões semelhantes.
As micronações são estados autodeclarados que não possuem o reconhecimento de nenhum governo.
Uma das mais conhecidas é Sealand, uma plataforma marítima localizada a
menos de 10 quilômetros da costa de Suffolk, um condado no leste da
Inglaterra.
Esta famosa e controversa estrutura tem a própria bandeira, uma moeda e até um time de futebol.
Em países como a Austrália, por exemplo, várias micronações também foram erguidas.
Entre elas está a província de Hutt River, uma propriedade privada a
500 quilômetros ao norte da cidade australiana de Perth - que anunciou
sua separação em 1970, após desentendimentos com o governo por causa dos
impostos sobre o trigo.
Nessa área, eles também têm sua própria bandeira e moeda: o dólar do Rio Hutt.
Outro exemplo é a micronação de Akhzivland, no norte de Israel, que
contou com uma população de apenas duas pessoas durante quase meio
século.
Assim foi até seu fundador e presidente, Eli Avivi, que morreu no ano passado aos 88 anos.
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