Gênero com o qual a suspeita se identifica foi respeitado após a prisão em Sorocaba (SP). Comparsa da detida, que também é uma mulher transexual, continua foragida da polícia.
Por Natália de Oliveira, G1 Sorocaba e Jundiaí
Transexual presa por extorquir clientes é encaminhada para presídio feminino, diz delegado — Foto: Reprodução/Facebook.
A mulher transexual presa em Sorocaba (SP) suspeita de extorquir clientes após programas sexuais
foi encaminhada para um presídio feminino.
O delegado responsável pelas investigações do caso, Acácio Leite, explica que foi respeitado o gênero com o qual a suspeita se identifica.
O delegado responsável pelas investigações do caso, Acácio Leite, explica que foi respeitado o gênero com o qual a suspeita se identifica.
Júlia Emanuelly Fagundes Santos, de 19 anos, teve a prisão preventiva
decretada pela Justiça e, com isso, foi encaminhada à Penitenciária
Feminina de Votorantim (SP).
A comparsa da suspeita, a também mulher transexual Nicolly Fagundes Vieira, de 24 anos, continua foragida da polícia.
A comparsa da suspeita, a também mulher transexual Nicolly Fagundes Vieira, de 24 anos, continua foragida da polícia.
"Por ser transexual, ter um nome social e se entender como mulher, a Júlia foi encaminhada para um presídio feminino, respeitando o gênero com o qual ela se identifica", explica o delegado.
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que o nome
de Júlia Emanuelly Fagundes Santos não tinha sido incluído, até
segunda-feira, na Penitenciária Feminina de Votorantim.
"Informamos ainda que nesta mesma unidade não existem presas trans", completa a nota.
"Informamos ainda que nesta mesma unidade não existem presas trans", completa a nota.
Júlia e Nicolly são suspeitas de extorquir clientes após a realização
de programas sexuais.
Ainda segundo Leite, as duas atraíam as vítimas usando anúncios na internet e os programas eram todos realizados na casa delas, no Parque São Bento II, na zona norte da cidade.
Ainda segundo Leite, as duas atraíam as vítimas usando anúncios na internet e os programas eram todos realizados na casa delas, no Parque São Bento II, na zona norte da cidade.
Nicolly Fagundes Vieira continua foragida em Sorocaba — Foto: Polícia Civil/Divulgação.
"Enquanto uma delas fazia o programa com o cliente, a outra tirava foto
do carro e pesquisava sobre a vida dele na internet.
Se ele deixava a carteira à mostra, por exemplo, elas tiravam fotos dos documentos.
Na hora que o cliente ia pagar pelo programa, que girava em torno de R$ 200, elas ameaçavam contar para a família da vítima sobre o programa e assim extorquiam mais dinheiro".
Se ele deixava a carteira à mostra, por exemplo, elas tiravam fotos dos documentos.
Na hora que o cliente ia pagar pelo programa, que girava em torno de R$ 200, elas ameaçavam contar para a família da vítima sobre o programa e assim extorquiam mais dinheiro".
O delegado ainda explica que, por se tratar de um crime que envolve
muito constrangimento às vítimas, pois muitas são casadas e procuram
pelos programas sexuais escondidos da família, a polícia teve
dificuldade de acesso a informações.
Ainda segundo o delegado, em dois meses de investigação, somente duas
vítimas procuraram a polícia, sendo que apenas uma admitiu, de fato, que
foi extorquida após o programa, diz Leite.
Dela, a dupla chegou a extorquir R$ 2 mil, além dos R$ 200 referentes ao programa.
Dela, a dupla chegou a extorquir R$ 2 mil, além dos R$ 200 referentes ao programa.
Já a segunda vítima alegou que teria sido roubada e agredida pela transexual Júlia.
"As investigações apontam que, na verdade, ele também foi vítima da
dupla após a realização do programa.
A Júlia utilizou uma máquina de cartão para fazer várias transações no valor total de R$ 1,7 mil", acrescenta o delegado.
A Júlia utilizou uma máquina de cartão para fazer várias transações no valor total de R$ 1,7 mil", acrescenta o delegado.
Mulher transexual foi presa suspeita de extorquir clientes após programas sexuais em Sorocaba — Foto: Polícia Civil/Divulgação.
Leite pede que outras pessoas que também foram extorquidas pela dupla
procurem a polícia.
A investigação segue no 8º Distrito Policial, que fica na Avenida Itavuvu, zona norte de Sorocaba.
A identidade dos envolvidos será mantida em sigilo, garante o delegado.
A investigação segue no 8º Distrito Policial, que fica na Avenida Itavuvu, zona norte de Sorocaba.
A identidade dos envolvidos será mantida em sigilo, garante o delegado.
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