Prazo vale para os outros 12 réus no processo, que depois disso seguirá para a segunda instância no TRF4, em Porto Alegre.
Por G1 PR
O juiz Luiz Antônio Bonat, responsável pelos processos da Lava Jato na
primeira instância, deu um prazo de oito dias para as defesas de
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros 12 réus no caso do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), recorrerem da condenação.
O processo apura se Lula recebeu propina por meio de reformas no imóvel.
O processo apura se Lula recebeu propina por meio de reformas no imóvel.
Depois disso, o processo seguirá para a segunda instância no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF4), onde as apelações das defesas e do
Ministério Público Federal (MPF) serão analisadas por desembargadores.
Em 9 de abril, os procuradores apresentaram o recurso de apelação no qual pediram que a pena de Lula e de outros condenados seja aumentada.
Em 9 de abril, os procuradores apresentaram o recurso de apelação no qual pediram que a pena de Lula e de outros condenados seja aumentada.
Em fevereiro, o ex-presidente havia sido condenado a 12 anos e 11 meses
por corrupção e lavagem de dinheiro na primeira instância, em sentença
proferida pela juíza substituta Gabriela Hardt.
Essa condenação só passa a contar para cumprimento de pena caso seja confirmada no TRF-4.
Essa condenação só passa a contar para cumprimento de pena caso seja confirmada no TRF-4.
Redução de pena no caso do triplex
Nesta terça-feira (23), a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a condenação, mas reduzir a pena imposta ao ex-presidente em outro caso, o caso do triplex no Guarujá.
O relator, Felix Fischer, e os ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca, presidente da turma, e Marcelo Navarro concordaram em reduzir para 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão a pena de 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro imposta também pelo TRF-4.
Lula foi preso em abril do ano passado e levado a Curitiba, onde cumpre pena em regime fechado na Superintendência da Polícia Federal.
Com a decisão da Quinta Turma do STJ, o ex-presidente terá de cumprir
17 meses para reivindicar a transferência para o semiaberto, regime pelo
qual é possível deixar a cadeia durante o dia para trabalhar.
Como Lula já cumpriu cerca de 13 meses, faltariam quatro meses.
Como Lula já cumpriu cerca de 13 meses, faltariam quatro meses.
O que pode mudar esse cenário justamente o processo do sítio em
Atibaia.
Se a condenação for mantida na segunda instância, o ex-presidente pode ser mantido em regime fechado – o tempo adicional seria determinado em eventual sentença do TRF-4.
Se a condenação for mantida na segunda instância, o ex-presidente pode ser mantido em regime fechado – o tempo adicional seria determinado em eventual sentença do TRF-4.
Processo do sítio em Atibaia.
De acordo com o MPF, Lula recebeu propina do Grupo Schahin, de José
Carlos Bumlai, e das empreiteiras OAS a Odebrecht por meio da reforma e
decoração no sítio Santa Bárbara, que o ex-presidente frequentava com a
família.
Outras 12 pessoas foram condenadas no processo.
Outras 12 pessoas foram condenadas no processo.
O MPF afirma que a Odebrecht e a OAS custearam R$ 870 mil em reformas
na propriedade.
Já a Schahin fez o repasse de propina ao ex-presidente no valor de R$ 150 mil por intermédio de Bumlai, ainda conforme o MPF.
Já a Schahin fez o repasse de propina ao ex-presidente no valor de R$ 150 mil por intermédio de Bumlai, ainda conforme o MPF.
Entre os outros 12 condenados na ação, estão Marcelo Odebrecht,
ex-presidente da Odebrecht, José Adelmário Pinheiro (Léo Pinheiro),
ex-presidente da OAS e Fernando Bittar, empresário e sócio de um dos
filhos de Lula.
Dono do sítio pediu à Justiça para vender propriedade
Dono formal do sítio pediu à Justiça para vender a propriedade — Foto: GloboNews.
Nesta segunda-feira (22), o
dono formal do sítio Santa Bárbara, o empresário Fernando Bittar, pediu
autorização da Justiça Federal para vender a propriedade, que teve
reformas investigadas na Operação Lava Jato.
O imóvel foi sequestrado pelo Registro de Imóveis de Atibaia, em fevereiro de 2019.
O imóvel foi sequestrado pelo Registro de Imóveis de Atibaia, em fevereiro de 2019.
Bittar foi condenado a 3 anos por lavagem de dinheiro (e absolvido de outros dois crimes) na ação.
O sequestro do imóvel foi efetivado em 22 de fevereiro, segundo informou o Registro de Imóveis de Atibaia.
Na petição, a defesa do empresário alega que a venda de imóveis por
meio de leilão judicial, conforme determinado em sentença, "tende a
resultar em significante deságio [depreciação do valor], o que prejudica
não só o peticionário, como os próprios interesses da Justiça".
Os advogados justificam que, caso o imóvel seja submetido a uma segunda
tentativa de venda por leilão, o valor para arrematá-lo seria até 50%
menor que a avaliação.
No documento, a defesa também solicita a indicação de conta judicial para o depósito do valor.
No documento, a defesa também solicita a indicação de conta judicial para o depósito do valor.
A defesa diz que um dos motivos para a venda é que Bittar não frequenta mais o sítio.
O eventual leilão poderá ocorrer após o trânsito em julgado do processo
ou pelo menos da confirmação em segunda instância, segundo a defesa.
A Justiça Federal ainda deve decidir quando a propriedade pode ir a
leilão, mas determinou o sequestro independentemente do trânsito em
julgado da ação.
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