Investigações abertas por Toffoli, já com relator, atingem a instância que dá a palavra final do Judiciário
Pelo simples e grave motivo de que a iniciativa abria flancos para críticas técnicas, e por não ter havido consulta prévia a outros ministros.
Ao fazer o anúncio solene, ao fim de uma sessão, Toffoli já
nomeou para conduzir o inquérito o ministro Alexandre de Moraes,
atropelando mais uma norma dos tribunais, a do sorteio de quem irá
presidir as investigações, para garantir isenção e independência,
princípios pétreos da Justiça.
O agravamento de tudo deu-se com a decisão tomada por Moraes de
determinar que a revista “Crusoé” e o site “O Antagonista” retirassem do
ar a notícia de que Marcelo Odebrecht, em sua delação premiada,
identificara como o próprio Dias Toffoli o “amigo do amigo do meu pai”,
citado na Lava-Jato. Toffoli, advogado do PT, foi nomeado responsável
pela Advocacia-Geral da União por Lula, muito próximo a Emílio
Odebrecht, pai de Marcelo. O documento com esta referência terminou
retirado dos autos pelo juiz Luiz Antonio Bonat, da Lava-Jato no Paraná,
a pedido do Ministério Público, por entender que o fato não tinha
relação com a construção da Usina de Belo Monte, no Pará, sob
investigação.
Ao ordenar um ato de censura, Moraes atraiu muitas críticas, por óbvio. E o pronunciamento formal da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de contestação técnica do inquérito, amplificou a crise. O pedido de Dodge para que a investigação seja arquivada não foi aceito por Moraes, mas o assunto pode chegar ao plenário da Corte. Provocado pela PGR ou por meio de recursos impetrados contra a censura e o inquérito, relatados pelo ministro Edson Fachin. Quando ficará explícita a divisão do Supremo sobre a questão.
Ao ordenar um ato de censura, Moraes atraiu muitas críticas, por óbvio. E o pronunciamento formal da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de contestação técnica do inquérito, amplificou a crise. O pedido de Dodge para que a investigação seja arquivada não foi aceito por Moraes, mas o assunto pode chegar ao plenário da Corte. Provocado pela PGR ou por meio de recursos impetrados contra a censura e o inquérito, relatados pelo ministro Edson Fachin. Quando ficará explícita a divisão do Supremo sobre a questão.
Mas
nada que ponha a ordem constituída e a vida de autoridades em risco, até
onde se sabe.
Reagir contra calúnias e difamações é previsto em lei,
sem ser preciso abrir inquéritos no STF.
O ministro Marco Aurélio Mello, logo depois do anúncio de Toffoli, se colocou contra a medida.
Pois, por determinação constitucional, cabe ao MP acusar e ao Judiciário, julgar.
Ao decidir que o próprio Supremo cumprirá este papel, numa interpretação também polêmica do regimento interno da Corte, Dias Toffoli criou a situação esdrúxula de que a Corte que investiga denunciará e julgará.
Algo típico de regimes ditatoriais.
O certo é que confrontos dentro do STF e choques institucionais com a PGR são negativos para todos, e logo quando devem chegar ao Judiciário demandas contra reformas vitais para o país.
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