Homem prestou depoimento à Polícia Federal em Salvador e alegou que brasileiros são inocentes.
Po José Raimundo, TV Bahia
Brasileiros não colocaram cocaína em embarcação, diz inglês suspeito do crime.
O inglês Robert James Delbos, suspeito de ser um dos responsáveis por
colocar 1 tonelada de cocaína no barco apreendido com velejadores
brasileiros em Cabo Verde, na África, em agosto de 2017, disse à polícia
que os brasileiros, que ficaram presos no país por 18 meses por tráfico
internacional, não sabiam que a droga estava na embarcação e que são
inocentes.
Delbos ficou cinco dias custodiado na Superintendência da Polícia
Federal em Salvador, onde prestou depoimento.
Depois, foi transferido para o presídio da Mata Escura, também na capital baiana.
Depois, foi transferido para o presídio da Mata Escura, também na capital baiana.
Velejadores brasileiros ficaram 18 meses presos em Cabo Verde. — Foto: Reprodução/TV Bahia.
À PF, Delbos disse que há muitos anos conhece o também inglês George
Eduard Soul, também conhecido como George Fox, que seria o dono do
veleiro e responsável pela carga de cocaína.
Ele afirmou que foi contratado por Fox para fazer uma reforma na embarcação e que não sabia que a obra seria para esconder a droga.
Ele afirmou que foi contratado por Fox para fazer uma reforma na embarcação e que não sabia que a obra seria para esconder a droga.
No depoimento, Delbos disse que os baianos Rodrigo Dantas e Daniel
Dantas e o gaúcho Daniel Guerra "não tinham conhecimento de que estavam
transportando entorpecente, e que tais pessoas são inocentes".
Ele relatou também que George Soul "queria se matar por ter colocado quatro pessoas inocentes dentro do barco com a droga".
Ele relatou também que George Soul "queria se matar por ter colocado quatro pessoas inocentes dentro do barco com a droga".
Ele ainda relatou que não foi a primeira vez que se envolveu com o
tráfico internacional de drogas.
"Ele também teria sido preso, conforme ele próprio declarou, pelo transporte de 1,5 tonelada de haxixe, na década de 80, na Inglaterra", afirmou o delegado Daniel Justo Madruga, superintendente regional da PF na Bahia.
"Ele também teria sido preso, conforme ele próprio declarou, pelo transporte de 1,5 tonelada de haxixe, na década de 80, na Inglaterra", afirmou o delegado Daniel Justo Madruga, superintendente regional da PF na Bahia.
O inquérito da PF foi concluído e o principal suspeito, George Soul,
segue foragido.
"Existe um mandado de prisão preventiva em aberto e esse mandado foi difundido via Interpol e ele pode vir a ser preso a qualquer momento", afirmou Madruga.
"Existe um mandado de prisão preventiva em aberto e esse mandado foi difundido via Interpol e ele pode vir a ser preso a qualquer momento", afirmou Madruga.
As investigações da Polícia Federal apontam que Delbos chegou ao Brasil
como tripulante do veleiro Rich Harvest e que foi responsável pelo
pagamento das reformas executadas na mesma embarcação para que fosse
escondia uma tonelada de cocaína no veleiro.
Inglês Robert James Delbos é suspeito de ter colocado droga em embarcação — Foto: Reprodução/TV Bahia.
A embarcação e a droga foram apreendidas em agosto de 2017, em São
Vincente, Cabo Verde e, na ocasião, Delbos não estava no veleiro.
Os tripulantes eram os três velejadores brasileiros, além do francês Olivier Michel Marie Thomas.
Os tripulantes eram os três velejadores brasileiros, além do francês Olivier Michel Marie Thomas.
Os velejadores foram presos por tráfico internacional de drogas e condenados, em março de 2018, a 10 anos de prisão pela Justiça de Cabo Verde.
Posteriormente, o julgamento foi anulado e, em fevereiro deste ano, os brasileiros foram soltos para responder ao processo em liberdade.
O novo julgamento ainda não tem data marcada.
Posteriormente, o julgamento foi anulado e, em fevereiro deste ano, os brasileiros foram soltos para responder ao processo em liberdade.
O novo julgamento ainda não tem data marcada.
Os familiares dos brasileiros afirmam que eles não sabiam que a droga
estava escondida no barco.
Para eles, os velejadores foram vítimas de uma armação, e a droga teria sido colocada na embarcação pelo proprietário do barco ou por outra pessoa, sem que os velejadores fossem avisados.
Para eles, os velejadores foram vítimas de uma armação, e a droga teria sido colocada na embarcação pelo proprietário do barco ou por outra pessoa, sem que os velejadores fossem avisados.
Velejadores brasileiros foram libertados após ficaram 18 meses presos em Cabo Verde. — Foto: Alex Coelho.
O pedido de prisão preventiva de Robert James Delbos foi decretado pelo
Juízo da 2ª Vara Federal Criminal de Salvador, juntamente com outros
dois estrangeiros suspeitos de também serem dondos da embarcação: George
Edward Saul e Matthew Stephen Bolton, todos indiciados pela prática do
crime de associação internacional de drogas.
George Edward Saul, também conhecido como George Fox foi preso na
Itália, em agosto de 2018, mas foi solto no mês seguinte.
A PF não soube informar qual a alegação utilizada pela Justiça italiana para liberar o homem.
Não há detalhes sobre o paradeiro dele e nem de Matthew Stephen Bolton.
A PF não soube informar qual a alegação utilizada pela Justiça italiana para liberar o homem.
Não há detalhes sobre o paradeiro dele e nem de Matthew Stephen Bolton.
A extradição de Delbos para Salvador foi efetivada por conta do Tratado de Extradição firmado entre Brasil e Espanha.
Relembre o caso.
Velejadores brasileiros foram presos na África — Foto: Reprodução/TV Bahia.
- Em 2017, os três velejadores brasileiros foram preso em Cabo Verde, depois que a polícia encontrou mais de uma tonelada de cocaína escondida na embarcação que eles iam levar para uma ilha em Portugal
- Os brasileiros, no entanto, afirmam que não sabiam que a droga estava no barco, e que teriam sido vítimas de um golpe.
- Segundo eles, um anúncio procurava velejadores para compor a tripulação do veleiro que tinha acabado de ser reformado em um estaleiro em Salvador. Era uma oferta de trabalho de uma empresa internacional de recrutamento de mão-de-obra.
- Rodrigo e Daniel foram contratados pela empresa a Yatch Delivery Company, com sede na Holanda. Em Natal, o gaúcho Daniel Dantas se juntou à equipe.
- Antes de sair do Brasil em agosto, o veleiro passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal. O barco foi liberado sem que nenhuma irregularidade fosse encontrada.
- Em Cabo Verde, na África, o veleiro foi mais uma vez inspecionado e mais de uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em um piso de concreto e cimento na embarcação.
- Dois ingleses que seriam donos do barco apreendido com velejadores brasileiros em Cabo Verde, na África, foram presos em 2018.
- Um deles foi solto menos de um mês depois de ser detido.
- Em março de 2018, os velejadores brasileiros foram condenados a 10 anos de prisão pela Justiça de Cabo Verde.
- Em junho de 2018, Robert James Delbos é preso na Espanha.
- Em dezembro do mesmo ano, a Justiça de Cabo Verde anulou o julgamento dos brasileitos, após recurso da defesa. O judiciário do país africano entendeu que o primeiro julgamento não deu direito à ampla defesa dos condenados por não ouvir testemunhas e relatórios de defesa.
- No dia 7 de fevereiro de 2019, os velejadores brasileiros foram soltos para responder ao processo em liberdade. Uma semana depois, eles chegaram ao Brasil.
- Em abril de 2019, Robert James Delbos foi extraditado da Espanha para Salvador.
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