Reunião previa primeiro discussão sobre Previdência, mas 'Centrão' e oposição votaram a favor da inversão da pauta. PEC do orçamento aumenta gastos obrigatórios do governo.
Por Fernanda Calgaro, G1 — Brasília
Deputados reunidos no plenário da CCJ da Câmara durante a reunião desta
segunda-feira (15) — Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados decidiu nesta segunda-feira (15) discutir a proposta que aumenta os gastos obrigatórios do governo, a chamada PEC do orçamento, antes de debater a reforma da Previdência.
Originalmente, a pauta da reunião previa como primeiro item a reforma da Previdência.
Desde a semana passada, porém, os partidos do "Centrão" passaram a articular o adiamento do debate, enquanto o governo tentava justamente antecipar a votação na CCJ.
Desde a semana passada, porém, os partidos do "Centrão" passaram a articular o adiamento do debate, enquanto o governo tentava justamente antecipar a votação na CCJ.
O governo quer aprovar a reforma da Previdência ainda no primeiro semestre deste ano.
A proposta é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e pela equipe econômica como uma das principais maneiras de recuperar as contas públicas.
A proposta é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e pela equipe econômica como uma das principais maneiras de recuperar as contas públicas.
No entanto, incomodados
com a articulação política do governo, partidos do chamado "Centrão",
como PP, PR e DEM, decidiram apoiar um requerimento do PT para inverter a
pauta desta segunda-feira e fazer a CCJ analisar, primeiro, a proposta
sobre o orçamento.
Durante a sessão desta segunda, somente PSDB, Novo e Patriota votaram
contra a inversão da pauta.
Até mesmo o PSL, de Bolsonaro, votou a favor da mudança na pauta.
Até mesmo o PSL, de Bolsonaro, votou a favor da mudança na pauta.
‘Centrão’ quer votar na CCJ orçamento impositivo antes da Previdência.
PEC do orçamento.
A proposta de emenda à Constituição (PEC) obriga o governo federal a
executar todos os investimentos previstos no Orçamento e a pagar as
emendas parlamentares de bancada.
As emendas de bancada são indicações feitas em conjunto por deputados e
senadores de um determinado estado, no Orçamento da União, para
destinar a uma determinada obra ou região.
O texto, na prática, engessa as possibilidades do governo de executar a peça orçamentária e, com isso, diminui a margem para remanejamentos.
A PEC do orçamento já foi aprovada pela Câmara e pelo Senado, mas, como
os senadores modificaram o texto, o projeto voltou para nova análise
dos deputados.
Caberá à CCJ da Câmara analisar se as mudanças do Senado são
constitucionais.
Depois, o texto terá que passar por uma comissão especial e por dois turnos de votação no plenário.
Depois, o texto terá que passar por uma comissão especial e por dois turnos de votação no plenário.
Inversão da pauta.
A inversão da pauta, na prática, adia o início do debate sobre a reforma da Previdência.
Embora a discussão sobre a Previdência possa começar ainda nesta segunda-feira, não há previsão de horário.
Nos bastidores, a avaliação de deputados é que, mesmo que a discussão
da Previdência comece nesta segunda e continue nesta terça-feira (16),
dificilmente conseguirá ser votada nesta semana, conforme estava previsto.
CCJ da Câmara pode inverter pauta e deixar a reforma da Previdência para depois.
Reunião.
A reunião da CCJ, convocada para as 14h desta segunda-feira, começou
com mais de uma hora de atraso e sem acordo entre os parlamentares.
Antes do início, deputados de diferentes partidos chegaram a se reunir a
portas fechadas para tentar um consenso sobre a ordem da pauta, mas não
foi possível.
Deputados do PSL chegaram mais de sete horas antes do horário marcado da reunião para serem os primeiros da fila.
A estratégia era garantir a preferência na apresentação um requerimento
para pular a etapa de leitura de atas de reuniões anteriores, dando
celeridade à discussão da reforma da Previdência.
No entanto, sem apoio de vários partidos, como PP, PSD e parte do DEM,
além da oposição, não conseguiram aprovar o pedido e as atas acabaram
sendo lidas, atrasando ainda mais a reunião.
Os governistas sofreram ainda outra derrota.
O "Centrão" defendia votar a PEC do orçamento, mas temia obstrução da oposição.
Em troca, o líder do PP, Arthur Lira (AL), articulou apoio ao pleito da oposição para que todos os oradores inscritos para debater a reforma da Previdência tenham direito à palavra.
O "Centrão" defendia votar a PEC do orçamento, mas temia obstrução da oposição.
Em troca, o líder do PP, Arthur Lira (AL), articulou apoio ao pleito da oposição para que todos os oradores inscritos para debater a reforma da Previdência tenham direito à palavra.
Deputados governistas não descartam apresentar um requerimento para
encerrar os debates após dez deputados terem falado sobre a proposta que
muda as regras de aposentadoria.
Isso permitiria, em tese, avançar para a etapa de votação.
No entanto, sem o apoio do "Centrão", o governo terá mais dificuldade.
Isso permitiria, em tese, avançar para a etapa de votação.
No entanto, sem o apoio do "Centrão", o governo terá mais dificuldade.
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