Presidente chama ONGs de 'picaretas' e interessadas apenas no valor de territórios.
De etnias diferentes, eles foram levados ao local pelo pecuarista Nabhan Garcia, secretário de assuntos fundiários do Ministério da Agricultura, que é o responsável do governo por executar a reforma agrária.
O encontro foi transmitido ao vivo pela página de Bolsonaro no Facebook, durante mais de 37 minutos.
Ao longo do encontro, o presidente defendeu que os povos tenham autonomia sobre as terras e direito de explorá-la tanto em atividades agrícolas quanto em mineração.
Ele prometeu apresentar ao Congresso mudanças na legislação para para a exploração econômica das terras.
— Com todo o respeito, alguns querem que vocês fiquem na terra indígena como se fossem um animal pré-histórico.
Não é pré-histórico não, vocês
são seres humanos — declarou o presidente.
— O índio não pode continuar
sendo pobre em cima de terra rica.
Todas as ONGs que trabalham contra
vocês são nossas inimigas.
Na opinião de Bolsonaro, "o índio tem que dizer o que a Funai vai fazer”, assim como o povo brasileiro tem que dizer o que ele deve fazer como presidente.
— Se não for assim, eu corto toda a diretoria da Funai — disse Bolsonaro.
O presidente chamou de "picaretas" ONGs internacionais e nacionais e até mesmo funcionários do governo que atuam na causa indígena, afirmando que o interesse está relacionado ao valor das terras.
Como é rica tá lá esses picaretas
internacionais, picaretas dentro do próprio Brasil, picaretas dentro do
pobre governo dizendo que protegem vocês.
Bolsonaro demonstrou irritação depois de ouvir o relato de um índio da etnia Pareci, do Mato Grosso, que produz soja em suas terras e disse ter sido multado em R$ 139 milhões por fiscais do Ibama que constataram 30% da área com plantação de sementes geneticamente modificadas.
— Ou seja, nossos irmãos, mais humildes, trabalhando, multados pelo Ibama.
Por isso, junto com o (Ricardo) Salles, nosso ministro do Meio Ambiente, tomamos providências para substituir esse tipo de gente.
Esse tipo de gente não são brasileiros, não estão preocupados com o meio ambiente.
A preocupação deles é outra — disse Bolsonaro.
O presidente, então, direcionou suas críticas ao repasse de parte dos recursos de multas para ONGs, "que dizem que é para fiscalizar a questão ambiental", e prometeu acabar com isso.
— Graças a Deus, mudou o Brasil. Então, está aqui um testemunho de um homem — fala até bem — que quer trabalhar, quer produzir e vai ajudar o Brasil, a nossa economia, trazer progresso para eles, saúde, educação, muita coisa que eles ainda não têm em grande parte.
E não é (sic) apenas ONGs nacionais e internacionais, tem brasileiro mau caráter infiltrado em várias instituições que trabalham contra vocês também.
Posam de defensor de vocês, mas não trabalham pelo bem de vocês.
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