Superior Tribunal de Justiça aceitou pedido da defesa e tirou mais de 2 anos do total da pena ao considerar atenuante da confissão. Elize admitiu crime ao se defender da agressão de herdeiro da Yoki em 2012.
Por Kleber Tomaz, G1 SP — São Paulo
Elize e Marcos Matsunaga — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu para 16 anos e três meses
de prisão a pena de Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar o
marido em 2012 em São Paulo.
A decisão foi publicada nesta sexta-feira (22).
A decisão foi publicada nesta sexta-feira (22).
A 5ª Turma do STJ atenuou a pena da bacharel em direito alegando que
ela confessou o assassinato de Marcos Kitano Matsunaga e também que
escondeu o corpo.
Elize contou que baleou a cabeça do herdeiro da empresa de alimentos
Yoki para se defender depois de ter sido agredida por ele.
O cadáver foi cortado e as partes foram espalhadas em sacos na mata.
O cadáver foi cortado e as partes foram espalhadas em sacos na mata.
Mas, segundo recurso da defesa de Elize disse ao STJ, esse benefício da
atenuante de confissão não foi considerado em 2016, quando ela foi
condenada pela Justiça paulista a 19 anos, 11 meses e um dia por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Posteriormente, a pena foi recalculada pelo tempo dela na prisão e
trabalhos realizados lá dentro.
De acordo com o STJ, ela tinha diminuído para 18 anos e 9 meses de prisão e foi reduzida em 2 anos e 6 meses pela 5ª Turma.
De acordo com o STJ, ela tinha diminuído para 18 anos e 9 meses de prisão e foi reduzida em 2 anos e 6 meses pela 5ª Turma.
“Nos termos do artigo 200 do Código de Processo Penal, a confissão é
cindível, e cabe ao magistrado fazer a filtragem da narrativa
apresentada, excluindo as alegações não confirmadas pelos demais
elementos probatórios e, no caso destes autos, as que não foram
acolhidas pelos jurados”, apontou o ministro Jorge Mussi na sua decisão.
Vídeo mostra reconstituição do assassinato de Marcos Matsunaga.
Segundo o advogado Luciano Santoro, que defende Elize, o próximo passo
da defesa será o de tentar conseguir que a Justiça conceda a progressão
de regime da sua cliente do fechado para o semiaberto.
"Elize já cumpriu pena suficiente para progredir e tem excelente
comportamento carcerário, conforme atestado pela diretora da
penitenciária.
Além disso, foi submetida a diversos exames, inclusive o teste de Rorschach, sendo todos a ela favoráveis, restando evidente que faz jus à progressão para o regime semiaberto, ainda mais com essa decisão do STJ, que reconheceu a diminuição de sua pena, conforme o pedido da defesa", falou Santoro ao G1.
"A Justiça determinou a realização do exame criminológico e certamente logo concederá a ela a progressão de pena, por ser seu direito".
Além disso, foi submetida a diversos exames, inclusive o teste de Rorschach, sendo todos a ela favoráveis, restando evidente que faz jus à progressão para o regime semiaberto, ainda mais com essa decisão do STJ, que reconheceu a diminuição de sua pena, conforme o pedido da defesa", falou Santoro ao G1.
"A Justiça determinou a realização do exame criminológico e certamente logo concederá a ela a progressão de pena, por ser seu direito".
Elize cometeu o crime no apartamento onde o casal morava com a filha na Zona Norte da capital paulista.
Câmeras do edifício gravaram o momento em que a bacharel desce no elevador com malas, onde escondeu os pedaços, até o carro na garagem.
Câmeras do edifício gravaram o momento em que a bacharel desce no elevador com malas, onde escondeu os pedaços, até o carro na garagem.
Vídeo mostra julgamento de Elize Matsunaga.
O Ministério Público (MP) queria à época que a bacharel também fosse
condenada a 30 anos de prisão pelo homicídio com mais outras duas
qualificadoras: a do meio cruel (porque teria usado uma faca para
esquartejar o marido ainda vivo) e a do motivo torpe (teria matado o pai
de sua filha para ficar com o dinheiro da herança dele).
Mas os jurados que condenaram Elize não concordaram com essas qualificadoras propostas pelo MP.
O G1 teve acesso ao vídeo do interrogatório da ré no julgamento, naquela ocasião.
O G1 teve acesso ao vídeo do interrogatório da ré no julgamento, naquela ocasião.
Em 2018, a Justiça de São Paulo ainda arquivou inquérito da Polícia Civil que investigava se Elize Matsunaga teve ajuda no assassinato do marido Marcos Kitano Matsunaga em 2012.
Relatório final do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu em que bacharel em direito agiu sozinha.
Elize cumpre a condenação de prisão na penitenciária feminina de
Tremembé, interior de São Paulo.
Desde o crime ela está impedida de ver a filha, que ficou sob cuidados dos avós paternos.
Com a redução da pena, a bacharel deverá sair da cadeia em meados de 2028.
Desde o crime ela está impedida de ver a filha, que ficou sob cuidados dos avós paternos.
Com a redução da pena, a bacharel deverá sair da cadeia em meados de 2028.
Elize Matsunaga durante julgamento realizado no Fórum Criminal da Barra Funda — Foto: Mister Shadow/Asi/Estadão Conteúdo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário