Sargento da Polícia Militar reformado e o ex-PM responderão à ação penal por duplo homicídio triplamente qualificado.
Por G1 Rio
Acusados de matar Marielle Franco deixam delegacia em direção ao presídio.
A Justiça do Rio recebeu a denúncia contra o sargento da Polícia
Militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz,
acusados de matar a vereadora do Rio Marielle Franco e o motorista
Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado.
Presos preventivamente, Lessa e Anderson agora são réus e responderão à ação penal por duplo homicídio triplamente qualificado.
Presos preventivamente, Lessa e Anderson agora são réus e responderão à ação penal por duplo homicídio triplamente qualificado.
Na decisão, o juiz Gustavo Kalil, do 4º Tribunal do Júri do Rio,
autorizou em caráter urgente e provisório o pedido de transferência dos
acusados para penitenciária federal de segurança máxima.
A unidade será definida pelo Departamento Penitenciário Nacional
(Depen).
O juiz também determinou o arresto de todos os bens móveis e imóveis em nome dos Ronnie e Élcio, até o limite dos valores requeridos a título de indenização pelo Ministério Público estadual.
O juiz também determinou o arresto de todos os bens móveis e imóveis em nome dos Ronnie e Élcio, até o limite dos valores requeridos a título de indenização pelo Ministério Público estadual.
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz deixam a Delegacia de Homicídios, na Barra — Foto: Reprodução/TV Globo.
O pedido do MP diz que a medida é necessária para garantir o
ressarcimento dos danos materiais e morais causados à vítima que
sobreviveu ao atentado e aos familiares de Marielle e Anderson.
De acordo com a denúncia, a partir de quebra de dados telemáticos, foi
descoberto nos documentos de Ronnie uma nota fiscal referente a uma
lancha, com a suspeita de que o sargento reformado estaria tentado
ocultar o patrimônio, utilizando-se de outra pessoa, ou seja, um
"laranja".
Depósito de R$ 100 mil.
A investigação apontou, também, que Lessa tinha várias armas e dois
carros, um deles no valor de R$ 150 mil.
O sargento também morava num condomínio luxuoso na Barra da Tijuca, Zona Oeste, o que seria incompatível com a remuneração dele como policial militar reformado.
O sargento também morava num condomínio luxuoso na Barra da Tijuca, Zona Oeste, o que seria incompatível com a remuneração dele como policial militar reformado.
A denúncia informa, ainda, que há relatório do Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf) apontando um depósito em dinheiro, na boca
do caixa, de R$ 100 mil na conta de Ronnie Lessa, no dia 9 de outubro
de 2018.
A ação relata que a Divisão de Homicídios da Polícia Civil começou a
investigar o sargento reformado após ter recebido denúncia anônima, em
outubro de 2018, informando que o crime teria sido encomendado por R$
200 mil.
A partir da quebra de sigilo de dados telemáticos e telefônicos
deferida judicialmente, identificaram-se endereços de e-mails utilizados
por ele.
Os relatórios e o inquérito indicam, em tese, que Ronnie Lessa fazia,
desde 2017, uma série de pesquisas direcionadas a certos políticos e
partidos.
Passo a passo da dupla no dia do crime, de acordo com a
investigação:
- Às 16h59, o celular de Élcio Queiroz é detectado por antenas no condomínio de Lessa, o Vivendas da Barra
- Entre 17h e 22h não é possível captar sinais dos telefones de Élcio e Lessa;
- Às 17h24, câmeras filmaram o Cobalt prata utilizado no assassinato de Marielle e Anderson próximo ao Quebra-Mar, na Barra;
- Às 18h45, câmeras de segurança mostram o Cobalt chegando à Rua dos Inválidos, onde Lessa e Élcio aguardaram pela saída da vereadora de um evento na Casa das Pretas, de acordo com a investigação;
- Por volta das 21h10, Anderson e Marielle são assassinados na Rua Joaquim Palhares, no Estácio;
- Às 22h11, antenas de telefonia voltaram a captar um deslocamento do celular de Élcio. O movimento indica que o suspeito foi do condomínio Vivendas da Barra para o restaurante Resenha e Grill, onde chegou às 22h30.
- Às 23h18, o telefone de Lessa foi detectado no mesmo local que o de Élcio. Para a polícia, essa é uma prova de que os acusados continuaram juntos após o crime.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz negam qualquer envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson.
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