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sexta-feira, março 15, 2019

Ronnie e Élcio viram réus e vão responder por mortes de Marielle e Anderson

Sargento da Polícia Militar reformado e o ex-PM responderão à ação penal por duplo homicídio triplamente qualificado.

 

Por G1 Rio
Acusados de matar Marielle Franco deixam delegacia em direção ao presídio
Acusados de matar Marielle Franco deixam delegacia em direção ao presídio.
 
A Justiça do Rio recebeu a denúncia contra o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusados de matar a vereadora do Rio Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado. 

Presos preventivamente, Lessa e Anderson agora são réus e responderão à ação penal por duplo homicídio triplamente qualificado.
 
Na decisão, o juiz Gustavo Kalil, do 4º Tribunal do Júri do Rio, autorizou em caráter urgente e provisório o pedido de transferência dos acusados para penitenciária federal de segurança máxima. 
 
A unidade será definida pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). 

O juiz também determinou o arresto de todos os bens móveis e imóveis em nome dos Ronnie e Élcio, até o limite dos valores requeridos a título de indenização pelo Ministério Público estadual.
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz deixam a Delegacia de Homicídios, na Barra — Foto: Reprodução/TV Globo
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz deixam a Delegacia de Homicídios, na Barra — Foto: Reprodução/TV Globo.
 
O pedido do MP diz que a medida é necessária para garantir o ressarcimento dos danos materiais e morais causados à vítima que sobreviveu ao atentado e aos familiares de Marielle e Anderson. 
 
De acordo com a denúncia, a partir de quebra de dados telemáticos, foi descoberto nos documentos de Ronnie uma nota fiscal referente a uma lancha, com a suspeita de que o sargento reformado estaria tentado ocultar o patrimônio, utilizando-se de outra pessoa, ou seja, um "laranja". 
 

Depósito de R$ 100 mil.

 

A investigação apontou, também, que Lessa tinha várias armas e dois carros, um deles no valor de R$ 150 mil. 

O sargento também morava num condomínio luxuoso na Barra da Tijuca, Zona Oeste, o que seria incompatível com a remuneração dele como policial militar reformado. 
 
A denúncia informa, ainda, que há relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando um depósito em dinheiro, na boca do caixa, de R$ 100 mil na conta de Ronnie Lessa, no dia 9 de outubro de 2018. 
 
A ação relata que a Divisão de Homicídios da Polícia Civil começou a investigar o sargento reformado após ter recebido denúncia anônima, em outubro de 2018, informando que o crime teria sido encomendado por R$ 200 mil. 
 
A partir da quebra de sigilo de dados telemáticos e telefônicos deferida judicialmente, identificaram-se endereços de e-mails utilizados por ele. 
 
Os relatórios e o inquérito indicam, em tese, que Ronnie Lessa fazia, desde 2017, uma série de pesquisas direcionadas a certos políticos e partidos. 
 
Passo a passo da dupla no dia do crime, de acordo com a  investigação:
 
  • Às 16h59, o celular de Élcio Queiroz é detectado por antenas no condomínio de Lessa, o Vivendas da Barra
  • Entre 17h e 22h não é possível captar sinais dos telefones de Élcio e Lessa;
  • Às 17h24, câmeras filmaram o Cobalt prata utilizado no assassinato de Marielle e Anderson próximo ao Quebra-Mar, na Barra;
  • Às 18h45, câmeras de segurança mostram o Cobalt chegando à Rua dos Inválidos, onde Lessa e Élcio aguardaram pela saída da vereadora de um evento na Casa das Pretas, de acordo com a investigação;
  • Por volta das 21h10, Anderson e Marielle são assassinados na Rua Joaquim Palhares, no Estácio;
  • Às 22h11, antenas de telefonia voltaram a captar um deslocamento do celular de Élcio. O movimento indica que o suspeito foi do condomínio Vivendas da Barra para o restaurante Resenha e Grill, onde chegou às 22h30.
  • Às 23h18, o telefone de Lessa foi detectado no mesmo local que o de Élcio. Para a polícia, essa é uma prova de que os acusados continuaram juntos após o crime.


Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz negam qualquer envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson.

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