Tecnologia de ponta aplicada na propriedade melhora a qualidade do leite e cliente paga bônus por isso.
Por Globo Rural
Você vai conhecer uma fazenda que investe em novas tecnologias para a produção de leite.
Robôs que ordenham vacas que vivem confinadas em um ambiente coberto e
climatizado...
Tudo controlado por aplicativos.
É assim uma fazenda de São Gotardo, no Triângulo Mineiro, que mais parece uma indústria.
Tudo controlado por aplicativos.
É assim uma fazenda de São Gotardo, no Triângulo Mineiro, que mais parece uma indústria.
É um projeto ainda novo, de 1 ano, idealizado por três sócios.
Thiago Romero, de 33 anos, e Renato Mendes, de 37, davam consultoria para grandes fazendas, mas tinham o mesmo sonho: montar o próprio negócio.
Eles se juntaram a José ou Zé Resende, como é conhecido, que se aposentou em uma multinacional.
Thiago Romero, de 33 anos, e Renato Mendes, de 37, davam consultoria para grandes fazendas, mas tinham o mesmo sonho: montar o próprio negócio.
Eles se juntaram a José ou Zé Resende, como é conhecido, que se aposentou em uma multinacional.
O veterano já tinha se arriscado com o leite na fazenda que recebeu de
herança da mãe, mas queria algo mais audacioso.
“Eu chamo isso mais de uma indústria primária de produção de leite”, resume.
“Eu chamo isso mais de uma indústria primária de produção de leite”, resume.
Renato e Thiago foram buscar conhecimento em propriedades similares na Holanda, na Alemanha, nos Estados Unidos e na Suécia.
Em apenas 10 hectares, o trio construiu um barracão de 10 mil metros
quadrados onde ficam o confinamento e a ordenha.
Ao lado, tem a sala de gerador, outra para armazenar o leite, um galpão para a ração, a maternidade, trincheiras para silagem, quatro represas e quatro casas para funcionários.
Ao lado, tem a sala de gerador, outra para armazenar o leite, um galpão para a ração, a maternidade, trincheiras para silagem, quatro represas e quatro casas para funcionários.
Sombra e clima fresco.
A fazenda tem 550 vacas das raças holandesa e Jersey, 324 em lactação.
Elas não são expostas ao sol e nem pastam.
Ficam soltas em um labirinto de piquetes e corredores, onde a
temperatura média é de 20°C, 5 a 7 graus mais baixa que no ambiente
externo.
“Nós pegamos um animal que é um holandês, que é de origem europeia, e
ele tem um clima diferenciado lá fora.
Trouxemos isso para um país tropical”, diz Zé Resende.
Trouxemos isso para um país tropical”, diz Zé Resende.
"Quanto mais leite aquele animal produz, mais calor ela produz.
Se o seu ambiente não for favorável, ela perde muita energia tentando dissipar o calor.
Consequentemente, essa energia não é convertida para produzir leite", completa Luciano Costa e Silva, gerente da fazenda.
Se o seu ambiente não for favorável, ela perde muita energia tentando dissipar o calor.
Consequentemente, essa energia não é convertida para produzir leite", completa Luciano Costa e Silva, gerente da fazenda.
Colar e brinco hi-tech.
Na área de ordenha, seis robôs operam 24 horas em um sistema com pistões de ar comprimido.
Cada um custou cerca de R$ 500 mil.
Cada um custou cerca de R$ 500 mil.
Dali o leite segue por tubos para tanques de inox que mantêm o líquido
resfriado até ser enviado ao laticínio.
As vacas usam um colar que calcula o tempo mínimo entre uma ordenha e outra: se elas tentarem entrar lá com o úbere vazio, a porteira inteligente não abre.
As vacas usam um colar que calcula o tempo mínimo entre uma ordenha e outra: se elas tentarem entrar lá com o úbere vazio, a porteira inteligente não abre.
O colar também identifica o cio dos animais, já que, nesse período, eles se movimentam de forma diferente.
Os bezerros recebem brincos numerados que têm um chip: com ele, um robô calcula a quantidade de alimento que o filhote precisa, faz a mistura no liquidificador e libera as mamadeiras.
Tudo automatizado.
As novilhas ficam em um piquete ao ar livre e, quando chegam aos 100
kg, vão para um maior, onde ficam até os 300 kg e podem seguir para
reprodução.
A tecnologia também é usada na gestão: os 15 funcionários da fazenda
têm carteira assinada e as horas trabalhadas são anotadas por biometria.
E, já que a produção é controlada por aplicativos, todos receberam um smartphone.
E, já que a produção é controlada por aplicativos, todos receberam um smartphone.
As informações são compartilhadas em tempo real com os sócios.
Esse sistema permite que o Zé Resende participe da administração mesmo morando em São Paulo, a 650 km da propriedade.
É que, além de produtor de leite, ele é consultor de outras empresas.
Esse sistema permite que o Zé Resende participe da administração mesmo morando em São Paulo, a 650 km da propriedade.
É que, além de produtor de leite, ele é consultor de outras empresas.
Dá lucro?
O leite é vendido para um grande laticínio da região que paga um bônus de até R$ 20 centavos por litro pela qualidade do produto.
Por enquanto são produzidos 10 mil litros por dia, mas o projeto tem capacidade para o dobro.
O investimento com o rebanho foi de R$ 40 milhões que os sócios esperam
que seja pago em 8 anos.
Por enquanto, o lucro empata com a despesa.
Por enquanto, o lucro empata com a despesa.
Eles acreditam que o retorno virá com o aumento da escala de produção,
da economia com mão de obra e do valor agregado à qualidade do leite.
A maior parte dos gastos é com a alimentação das vacas.
Mas só parte dela é comprada.
O restante é produzido lá, com o arrendamento de áreas vizinhas para o plantio de milho, o que resulta em um custo 20% menor.
Mas só parte dela é comprada.
O restante é produzido lá, com o arrendamento de áreas vizinhas para o plantio de milho, o que resulta em um custo 20% menor.
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